Como se vestir pra chuva

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Quando eu cheguei na Irlanda não tinha capa de chuva, touca, casaco à  prova d'água, nada. No máximo um casaco que não molhava muito e um cachecol pra proteger o cabelo a cabeça. 

As chuvas duraram pouco e logo veio o verão. Com exceção de uns 4 dias de chuva intensa que peguei em julho, não precisei me preocupar muito com equipamento de proteção contra a chuva - quer dizer, depois de tomar chuva nesses 4 dias eu comprei uma capa na Penneys mas ela é muito leve e só serve se só estiver garoandoou se for uma chuvinha rápida - ou como eles dizem, a shower.

O fato é que quando comecei a pedalar passei a me expor muito mais e consequentemente, tomar muito mais chuva e vento na cara. Foi quando decidi investir em alguns itens: galocha e casaco à prova d'água. A galocha que comprei é a de cano curto (adivinha? a de cano longo não serve nem por secreto)  e foi baratinha na Penneys. Ela realmente funciona e só cheguei a molhar um pouco o pé quando peguei chuvas pesadas por muito tempo. 




De mão-beijada

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Cara, cuidar de criança às vezes é um saco. Principalmente porque você quer o melhor dela, quer que ela se desenvolva, que cresça bem... logo, tem que escolher sempre o caminho mais difícil. 

Por exemplo: é muito mais fácil dar a comida na boca do que fazer elas próprias comerem. Parece um clichêzaço falar isso, mas é verdade. Quando elas comem sozinhas, fazem bagunça, sujam a cara, o cabelo, a roupa, a mesa, absolutamente tudo. Quando você dá na boca, vai diminuir muito a chance de sujar as coisas. Outro exemplo: é mais fácil enfiar a criança num carrinho e empurrá-la do que fazer ela andar - há o perigo dela soltar da sua mão e sair correndo (já aconteceu comigo), de ficar com frescura e não querer andar, enfim.

São pequenas coisas que a gente tem vontade de fazer por eles, mas que no fundo, são eles mesmos que tem fazer - tentar, errar, aprender. 

Quase um ano de Irlanda

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Hoje eu completo 11 meses na "ilha gelada" e já começo com as aspas porque de gelado, praticamente não vi nada. Vento eu vi, friozinho eu vi, chuva na cara eu vi, mas frio de morrer de frio? Não. Inclusive já escrevi a segunda parte da trilogia "o inverno" e logo logo a última parte vem aí!

11 meses de Irlanda e o quê dizer? Que passou rápido? Que não acredito que já foi quase um ano? Que eu queria que parassem os relógios? Não existem clichês mais verdadeiros. Não consigo crer que já vivo aqui por "todo" esse tempo... Passa rápido demais, meu! Por isso crianças, eu vivo dizendo: aproveite seu intercâmbio, faça valer a pena cada real investido nisso. Eu investi o meu muito bem - foram 11 meses incríveis, mas vou deixar pra fazer essa retomada no post de 1 ano. 

Por enquanto, vou falar dos últimos 30 dias: em Dublin conheci o cemitério Glasnevin e o Little Museum (que ainda não escrevi a respeito!); já fora da capital, passei um fim de semana maravilhoso nas Aran Islands. 

Também comecei a estudar alemão na Oxford International College e tô me divertindo muito! 

Peguei muita chuva na cabeça e quase caí de bicicleta nas ventanias da semana passada.

Mas enfim, 11 meses e fica a pergunta: vou renovar o visto? Bom, pra quem lê o blog meio que já deve deduzir a resposta. Mesmo assim, vou fazer um suspense e falarei desse assunto no próximo (e último?) mês.

Inishmore, Aran Islands, Irlanda - fevereiro de 2014

Alemão: cedo demais pra falar que tô amando?

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Comecei a estudar alemão há duas semanas e tô me divertindo bastante, apesar de tanto a segunda como a terceira aulas terem sido bem medianas, bem regulares. Eu entendo que é um curso bem introdutório, de 8 semanas, mas mesmo assim, vejo muitas falhas no delivery da professora. Em nenhum momento duvido da capacidade linguística dela, mas gente, a aula é bem mais ou menos. 

Acho que o que mais me incomoda é impessoalidade e a falta de repetição. Eu lembro que quando dava aula pra níveis básicos, repetia as coisas milhares de vezes e fazia os alunos repetirem de diversas formas: em grupo, em pares, prática de diálogos, dinâmicas, enfim, muita coisa, tudo com o intuito de ajudar o aluno na pronúncia. A professora até fez a gente repetir um pouco mais, mas se atrapalhava na instrução e nos comandos. Uma coisa que aprendi quando trabalhava na Fisk é dar instruções bem claras de repetição - ao invés de simplesmente um "everybody", a gente sempre dizia "let's repeat" ou "listen and repeat". Parece um detalhe bobo, mas faz muita diferença pro aluno iniciante. E ela não faz a gente repetir incansavelmente, aí fico insegura, achando que tá todo mundo sabendo pronunciar, menos eu!

O segundo dia na ilha mais linda

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Nosso segundo dia em Inishmore foi um pouco mais curto, já que pegaríamos o vôo das 15h30 de volta pra Galway. Acordamos cedo e tomamos um Irish breakfast maravilhoso. Aliás, a cada vez que como isso eu gosto mais! Tem forma melhor de começar um dia que será puxado e repor as energias do dia anterior?! Como diz o R. it hits the spot!

O dia não tava ensolarado como o anterior, mas também não choveu praticamente nada. Nada de tempestade, ventania nem chuva constante.


aran islands


Pegamos as bicicletas (que ficaram sem corrente do lado de fora do b&b a noite toda - "cidade" pequena é outra coisa!) e começamos o passeio agora na parte sul da ilha, com destino ao Black Fort. O início do caminho foi tranquilo, até chegar num morro íngreme de doer as pernas. Após carregar as bikes pelo morro, pedalamos de novo num caminho de pedras que não acabava mais! Foi ficando mais íngreme e com mais pedras... Tava foda. Descemos, deixamos as bicicletas por ali mesmo e terminamos de subir a pé. Deu uns 15 minutos de caminhada e a vista valeu cada segundo!


O primeiro dia na ilha mais linda

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Como citei no último post, meu querido R. deu a idéia de passarmos um fim de semana nas Aran Islands, mais especificamente na ilha maior, Inis Mór (Inishmore, em inglês). 

Olha, já visitei alguns lugares aqui na Europa e tô achando que não tem Paris nem Roma nem Viena que ganhe da Irlanda - dizer que gostei de lá é pouco, amei (e o R. também)! O vôo, a hospitalidade, os passeios, foi tudo sensacional. 

Leia também: O segundo dia na ilha mais linda


Saímos de Galway de manhã cedo e seguimos pro aeroporto de onde saem os vôos pras ilhas (pra quem não está de carro tem ônibus pra lá). Eles pesam os passageiros pra poder designar o assento de cada um no avião, que é pequeno e o peso tem que ser balanceado, e passam um DVD com medidas de segurança. Nós sentamos bem atrás do piloto e deu pra ver todo o processo dele ligar o avião, apertar os mil botões e tal. Deu medo, mas nossa, que demais! Que vista (a câmera tava na mochila e só tirei fotos na volta)! E quando chegávamos na ilha, não teve como não pensar na música de abertura da série Father Ted (já falei aqui). E falando nisso:


aran islands


O bispo e a ilha (ou o meu Valentine's Day)

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Ahhhh, dia 14 de fevereiro. Valentine's Day!

Assim como outra data vastamente comemorada em países de língua inglesa, o Halloween, o Valentine's sempre esteve muito presente na minha vida por eu ter trabalhado em escolas de inglês. Sempre rolava uma decoração, um correio elegante, alguma coisinha. Lembro de um ano em que preparei uma atividade com a música "Love's Divine" do Seal... será que algum aluno da Micro lembra disso?

Mas enfim, o fato é que a origem desse dia vem de uma história toda linda e meio ficcional (eu acho, porque não vejo como isso pode ter sido assim tão verdade); roubei do wikipédia e fiz umas adaptações: era uma vez um bispo chamado Valentim. Ele lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras pois acreditava que os solteiros eram melhores combatentes. Valentim continuou celebrando casamentos secretamente, mas a prática foi descoberta e ele foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor - inclusive o próprio Valentim acabou se apaixonando; no caso, pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes de sua execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim” (Your Valentine, em inglês). Fofo, né?


Aquele que poderia ter sido pior

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Sabe aqueles dias ruins? Pois é, ontem foi um deles. Mas como sou sagitariana otimista, não acho que foi tão ruim assim, podia ter sido muito pior, quer ver?

Acordei atrasada - o alarme tocou às 7h30 mas somehow eu só acordei às 8h. Tudo bem, poderia ter sido pior - É. ainda tava tomando café-da-manhã quando cheguei lá (15 minutos atrasada), então o meu atraso não afetou em nada a rotina matinal deles.

De manhã saí de casa numa garoa fina que em menos de 10 minutos se intensificou. Tomei chuva forte e vento doidão na cara pelos outros 30 minutos de pedaladas até o trabalho. Cheguei seca da cintura pra cima (casaco waterproof, meu novo BFF) mas totalmente molhada da cintura pra baixo. Mas olha só, eu tinha duas meias-calças grossas na mochila e um par de meia limpinhos prontos pra esse tipo de ocasião! Poderia ter sido pior e eu ter que ficar molhada o dia inteiro no trabalho.

Traumas

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Quando eu era criança morria de medo de Papai Noel. O motivo não sei, mas me lembro claramente do meu primeiro Natal (o primeiro do qual me lembro, devia ter uns 4 anos): sabia que o Papai Noel era meu tio e mesmo assim chorei e não quis dar beijo nele pra ganhar presente. E assim foi até eu ser uma criança grande. Inclusive teve um ano que eu sabia que o Papai Noel era meu pai e mesmo assim fiquei apavorada (há uma foto maravilhosa em que estou me escondendo atrás da minha mãe e outra em que estou vermelha de tanto chorar abrindo o presente - pena que essas fotos estão em casa, lá em SP). 

Tudo isso pra dizer que até então, eu não sabia como esses traumas de infância se formavam - na verdade, nunca parei pra pensar muito nisso porque não é algo que me incomoda, sabe? Até que há uma duas semanas a menina mais nova que cuido aqui na Irlanda , a C., começou a apresentar um medo que ela nunca teve antes. Ao colocá-la no trocador ela ficava super à vontade, brincava, cantava. De repente ela começou a demonstrar medo de deitar lá, me segurava nas mangas da minha blusa e ficava olhando pra trás, demonstrando medo da cabeça cair (inclusive falava "my head falling"). 

Alemão, nossa história de amor começa aqui

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Eu nunca odiei alemão mas também nunca amei. Interessada por idiomas sempre fui, mas acabei sendo atraída pela sensualidade do espanhol, pelo romantismo do italiano, nunca pela dureza do alemão. 

Mesmo assim, eu sempre soube uma ou outra palavrinha porque meu irmão estudou alemão por muito tempo e me falava alguma coisas. O R. também fala e sempre me ensina uma coisa ou outra. 

Aí um dia desses o R. viu uma promoção no Groupon pra cursos de idiomas. Fiquei animada em dar continuidade aos meus estudos de italiano mas a escola só oferecia a promoção pra alunos iniciantes. Sendo assim, resolvi arriscar no alemão. Seria uma forma de aprender algo novo e ocupar a cabeça durante a semana. 



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