O que aprendi em 3 meses sem instagram

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Sempre fui das redes sociais, das novidades, da tecnologia. Poxa, chegamos a ter Windows 95 lá em casa! Por influência do meu pai, o interesse nessas coisas sempre esteve presente. E não foi diferente com smartphones, aplicativos, redes sociais. Mas, como contei nesse post aqui, chegou um momento em que eu percebi minha vida tomada por uma raiva, um incômodo, e eu sabia que precisava dar um tempo. As redes, principalmente o instagram, tavam me fazendo mal.


Não achei que fosse durar tanto tempo, mas também adianto que não fiquei esses 100 dias sem entrar nenhuma vez. Apaguei o aplicativo do celular, mas de junho à setembro, em umas 3 ou 4 ocasiões, entrei pelo navegador pra ver mensagens e começar uma limpa na lista de quem eu seguia. Só então baixei o aplicativo de volta, mas ainda sem postar. Coloquei o timer pelo próprio iphone pra não passar de 15 minutos diários e fiquei em choque em como esses 15 minutos passam voando.


Mesmo eu não tendo mensagem pra responder, não tendo postado nada. Só de ver alguns stories (da minha lista já limpa e mais seleta!), os 15 minutos se vão muito, muito rápido. E aí é mais uma prova de como aquilo é um buraco negro sugador de tempo alheio...


Fonte



No entanto, eu obviamente sinto muita falta. De estar por dentro do que tá rolando com as pessoas, de me comunicar, de trocar experiências. Não me leve à mal, eu amo o meu blog e não à toa ele ainda tá ativo desde 2012, mas é fato que menos pessoas me leem aqui e muito menos comentam - aquela troca que existia na época de ouro dos blogs já se foi. E também não quero ficar toda nostálgica, eu aceito esse fato e agradeço a oportunidade de ter um espaço pra continuar me expressando na internet. Porém sou humana, e a troca humana, ainda que virtual, me preenche demais.


De todo modo, aos poucos estou me preparando pra voltar, porque acho que se continuar nisso de 15 minutinhos por dia, tá ok - com a dose do veneno de pouquinho em pouquinho, não vou me intoxicar tão logo. Mas refletindo aqui nesses meses sem instagram, eu não fiz tudo que achei que faria (estudar mais irlandês e focar em estudar alemão, entre outros), mas por outro lado, tive outros benefícios inesperados.


A primeira coisa, obviamente: menos tempo de tela, menos tempo com o celular na mão, e mais tempo pra fazer outras coisas: consegui voltar a ler livros (estou inclusive participando de um clube do livro, coisa que nunca tinha feito antes!), consegui finalmente organizar minhas fotos de 2024 e imprimir uma seleção, voltei a postar no blog, dei uma arrumada nos armários em casa, vendi coisas que estavam paradas etc.


Além disso, voltei a ver seriados com mais frequência, sempre de picadinho. Tipo, assiste um pedacinho aqui, escuta um negocinho ali, vai vendo um pouco enquanto almoça, esse tipo de coisa. E assim consegui terminar The Pitt (amei amei amei), Hacks (vi tudo me odiando, não achei nada engraçado) e White Lotus (curti, mas não entendi o hype), além de estar quase na metade de What we do in the Shadows (adoro!). Junto com o R, estamos na última temporada de Six Feet Under (já entrou pro hall de séries da vida!!!!).


Uma outra coisa que me impactou muito foi o fato deu estar gastando MUITO MENOS. Eu não tinha ideia de como o instagram influencia - direta e indiretamente - a gente a comprar. Porque não são somente as propagandas escancaradas, mas também os publis de influenciadores, alguma coisa que uma amiga posta, outra que você vê e acha interessante. Nisso, eu comprava muito mais do que preciso - tanto pra mim quanto pra P. Nesses últimos meses eu notei uma super melhora nesse sentido, e agora voltei a guardar mais dinheiro pra minha caixinha de emergências e também pra fazer o que mais amo na vida: viajar!


Ter ficado longe "dos holofotes" foi bom, porque estreitei laços com algumas pessoas por outros meios (whatsapp, email, pessoalmente), mas por outro, obviamente me senti isolada, a par das coisas, esquecida. Porque é isso, né - se você não aparece, não será lembrado. É um triste fato, e não se sabe se esse status quo vai se transformar nos anos que virão, mas espero que sim! Ter ficado um pouco de fora me fez refletir sobre o meu próprio uso das redes, sobre ser mais discreta, sobre não dar espaço (o pouco espaço que resta) na minha vida pra coisas e pessoas que não me agregam - assim como não agrego às vidas de outros necessariamente.


Mas acho que é isso. Estou pronta pra voltar, mas muito devagarinho, muito de pouquinho. E agora sei que se estiver me fazendo mal, eu posso simplesmente sumir, porque os amigos de verdade, as pessoas queridas, esses sabem onde me encontrar e vice-versa.


Fonte. Não estou exatamente zen, mas muito menos raivosa sim!


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