Au pair há 3 meses

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Pois é... há pouco mais de 3 meses eu comecei a trabalhar pra família M. todos os dias, das 9h às 17h.

Honestamente, não achei que eu fosse gostar tanto. Eu tava fugindo disso como diabo foge da cruz, já que criança nunca foi o meu forte, e não é que me surpreendi? As meninas são umas fofinhas e a cada dia que passa, gosto mais delas. Genuinamente tenho momentos de diversão e a hora até que passa bem rápido com elas.

No parquinho, fim do verão...

A rotina está bem estabelecida e elas comem direitinho, dormem um pouco à tarde, brincam de tudo - são raros os momentos de estresse. Esses dias a É. soltou do carrinho e foi andando em direção à rua quando vinha um caminhão (que buzinou, claro), mas eu segurei no braço dela bem antes da bichinha chegar perto da rua. Dei a maior bronca, disse que ela não podia sair assim correndo e por dentro eu tava era desesperada - já pensou se essa menina me corre pra rua em direção ao caminhão e um acidente acontece? Ela só olhou pra mim com os olhos arregalados e disse "yes" quando eu pedi pra ela confirmar que tinha entendido o perigo da situação.

Mas isso, como eu disse, é raro.

A parte ruim da bicicleta

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Andar de bicicleta não é só flores como comentei nesse post aqui. Tem que ter habilidade, tem que ter disposição, já diria o poeta do funk carioca.

A verdade é que muitos imprevistos podem acontecer. Você pode atropelar pedestres, ser atropleado por outras bicicletas ou carros, ter sua corrente solta sem mais nem menos, entre outras coisas. Eu sou bem cuidadosa mas percebi que depois de dois meses andando de bike todo dia, me tornei mais reckless em algumas situações e trechos do caminho - o vão entre carro e calçada que antes eu julgava ser estreito já não parece tão estreito assim, ultrapassar carros parados no trânsito não parece tão perigoso assim, etc. No entanto, eu paro e desço da bicicleta em dois momentos distintos e específicos do caminho casa-trabalho por não me julgar malandra o suficiente pra atravessar o cruzamento no meio de tudo - nisso, sou medrosa mesmo. Enfim, aqui vão algumas considerações: 


Coisas que eu não comia no Brasil

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Eu preciso começar esse post dizendo que eu adoro comer. Sempre comi de tudo: fruta, salada, peixe, frango, massa, doce, enfim, de tudo. Aprecio comida italiana, japonesa, chinesa, indiana (essa eu não aprecio não, amo!), tailandesa, etc etc. 

Comentei num post há meses que os brasileiros aqui vivem num mundinho brasileiro. Desculpa, mas é verdade. Vai na loja brasileira, come carne brasileira, arroz e feijão, bolacha passatempo, etc etc. Não tô julgando: cada um faz o que é melhor pra si e tem gente que não come qualquer tipo de comida, leva tempo pra se adaptar, etc. Normal. 

Eu, particularmente, adoro comida e doces brasileiros: carne de panela com batata, arroz de forno, pizza paulistana, doce de leite, beijinho, pudim de leite e a lista vai embora. Massss, eu não comia essas coisas todo dia - justamente por isso não entendo o povo morrendo de saudade de feijoada, uma comida que eu comia, sei lá, uma ou duas vezes por ano. 

O Mercado Inglês

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No mesmo final-de-semana em que visitei o Museu em Cork, também fui conhecer o tal do English Market. Na verdade, desde a minha primeira vez na cidade eu já queria ter conhecido o local, mas nunca deu porque tava sempre fechado nos dias/horários em que eu tava lá. Dessa última vez, deu certo!



O English Market é um mercado municipal de alimentos em Cork. Ele existe desde 1788 e atrai turistas de vários lugares - inclusive a Rainha Elizabeth II, quando ela visitou a Irlanda em 2011:

Puxando a sardinha (em Cork)

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Todo lugar acaba puxando uma sardinha* pro seu lado. Quando estive no Museu de Galway, maior propaganda de que Galway foi a cidade mais importante da Irlanda. No castelo em Limerick, maior propaganda de que Limerick foi de extrema importância pra Irlanda. E não podia ser diferente em Cork, claro. 

*Ou, como expliquei pro R., "to pull a sardine to your side" - RISOS. Acabei achando agora no google uma correspondente: "every miller draws watter to his own mill".

Já estive na cidade algumas vezes e nessa última fomos no Museu de Cork que fica dentro do Fitzgerald Park. O parque não é tão grande quanto o Phoenix Park em Dublin e nem tão bonito quanto o Stephen's Green, mas tem o seu charme. Demos uma voltinha rápida e fomos direto pro museu pois ele fecharia às 16:00 e tínhamos aproximadamente meia hora. 


O que essa árvore brilhante tá fazendo aí? Ninguém sabe...


Mulherzinha times

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Uma das melhores coisas de morar na Europa é ter acesso a coisas que eu só teria pelo ebay (e com sorte essas coisas chegariam as minhas mãos) e alguns sites gringos.  

Sempre gostei de fazer compras online e apesar de já ter sido taxada pela receita federal, nunca deixei de comprar meus livros na Amazon, meus esmaltes e maquiagem no Ebay e na Cherry Culture e meus cosméticos no Strawberry. 

Aí você chega aqui e vê todas essas coisas que davam mó trabalho achar e comprar na maior facilidade: lojas de 2 euros, farmácias, etc. Eu não sou consumista desenfreada, mas sou menina! Tenho meus momentos Becky Bloom de vez em quando. 


O melhor da bicicleta

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São praticamente dois meses andando de bicicleta aqui em Dublin. Só faço o trajeto casa-trabalho, trabalho-casa porque no fim de semana, se preciso fazer algo no centro, vou de ônibus pra dar descanso pras minhas pernas!

Já cansei, já lutei contra vento (luta diária na verdade), já pedalei na chuva, na garoa, no frio... Já quase atropelei gente (culpa delas, atravessando fora da faixa), já quase fui atropelada por outra bicicleta (culpa dele, que passou o farol vermelho) e já levei bronca da Garda. Mas eu não penso em voltar a andar de ônibus tão cedo porque...


8 meses de Irlanda

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Meu! Só ontem é que me dei conta que hoje era dia 20 e dia 20 é meu aniversário de Irlanda. 

São 8 meses já. Dois terços do intercâmbio foram embora. Nem vou ficar falando que passou rápido, porque isso eu já falo desde o 4º mês. 

Paris, outubro de 2013

São 8 meses e eu...

Sobre "Tropa de Elite" e outros idiomas

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Esses dias assisti Tropa de Elite com o R.

Ele nunca tinha visto filme brasileiro e achei que seria um bom começo - o filme é bastante popular, foi um fenômeno no Brasil e tem ação, drama, subtons de comédia, enfim. Assistimos com legenda em inglês, claro, e eu não pude deixar de notar uma coisa: que pena não falar um outro idioma na vida.

Explico: apesar da legenda estar lá, às vezes fiel ao texto (às vezes educada demais), a experiência de uma brasileira e de um irlandês ver o filme é totalmente diferente. E nem digo pelo contexto social ou background e conhecimento de Brasil, Rio de Janeiro, favela ou polícia no Rio. O fator linguístico muda muita coisa. 

O R. riu de algumas piadas? Riu. Entendeu o filme? Claro que sim. Mas como passar pra uma outra língua (no caso, o inglês), a forma irônica/formal que capitão Nascimento trata seus alunos (chamando-os de "senhores", por exemplo)? Como traduzir falas como "quem manda nessa porra sou eu" ou ainda "senta o dedo nessa porra". 

Porque "FUCKING shoot" ou "shoot this motherfucker" não é a mesma coisa. 


5 coisas que sinto falta em São Paulo

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Pois é. Eu já falei aqui diversas vezes o quão infeliz eu estava com a minha cidade. É trânsito demais, gente demais, carro demais. É estressante. Não é tarefa fácil morar em São Paulo e levar uma vida em que você demora 1h e meia no mínimo pra chegar em qualquer lugar. 

Mas, é a minha cidade do coração e não é de todo ruim. 

São Paulo está entre as 10 maiores cidades do mundo. DO MUNDO. Podia ser incrível e demais, mas tem chão pra chegar lá. Olho pro mapa do metrô e tenho vergonha - quando mostrei o mapa pro R. ele não acreditou que a malha metroviária de SP era aquilo

Mas tem coisas que São Paulo me dava que nem Dublin nem lugar nenhum me dá:

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