O segundo dia de trabalho

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O meu primeiro dia na Concern foi uma droga, muito ruim. Foi tão ruim que pensei: "pior não pode ficar, né?".

Assim, fui pro segundo dia um pouco mais confiante.

Só que tem chovido muito aqui e eu não imaginei que essa chuva toda pudesse causar trânsito aqui. Trânsito que me fez chegar atrasada. Afff. Eu podia usar a desculpa do trânsito o tempo todo em São Paulo, mas aqui é complicado, né?

Quando percebi que o ônibus não tava andando mesmo, desci e fui indo a pé. Liguei no escritório e avisei que chegaria uns 10 minutos atrasada e corri na chuva pra pegar outro ônibus pra subir a Aungier Street.

Cheguei. A equipe estava me esperando - iríamos a pé até a Pearse Station pegar o trem pra Shankill, uma estação antes de Bray.

Chovia muito e fiquei ensopadíssima. No caminho, eu pensava "que droga, não preciso disso" ao mesmo tempo em que pensava "preciso do emprego, é só água".

Pegamos o trem e uns 25 minutos depois chegamos no local. Estava ensolarado, então ao longo do dia deu pra secar pelo menos.

A região tinha umas pessoas mais amigáveis e não levei tantos "nãos" na cara. Consegui conversar com algumas senhorinhas e tal. Mas não consegui nenhuma doação, nenhuma.

Mas eu até entendo, sabe? Porque eu também não daria informações bancárias pra alguém batendo na minha porta.

E o dia demorou a passar.

Mas ele acabou. E ainda tava muito infeliz...

Festival de Comédia

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O blog tá meio pra baixo ultimamente, então vou dar uma mudada de assunto porque hoje é sexta-feira!

No último final-de-semana rolou o Vodafone Comedy Festival aqui em Dublin.

Quem me falou foi o R., mas vi alguns cartazes pelas ruas da cidade. Achei a "arte" do festival muito bonitinha, dá pra ver no site os bonequinhos e os desenhos.

O Festival aconteceu no Iveagh Gardens e trouxe diversos comediantes famosos por aqui, tipo Dylan Moran (não gosto muito), David McSavage (vi no Comedy Club e gostei) e Tommy Tiernan.

Alguns amigos do R. vieram de Cork pro festival e queriam ver o "Whose line is it anyway", programa originalmente britânico que depois ganhou versão americana. É basicamente um programa de improviso, onde a platéia sugere as situações e personagens e os caras vão fazendo na hora (tipo os Barbixas no Brasil).

O Iveah Gardens tava lotado, cheio de tendas lindas e coloridas - tenda de bebidas, café, crepes e doces. Tinha até gente andando em pernas-de-pau!


O primeiro dia como fundraiser...

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... foi uma droga, uma droga.

Cheguei no escritório da Concern às 11h e terminamos o treinamento com um team leader - ele explicou como utilizar o aplicativo que eles usam pra cadastrar as informações das pessoas quando elas topam fazer doações. A gente "ganha" um celular (galaxy alguma-coisa) da empresa no dia pra poder usar esse aplicativo e o devolve no final do dia pro team leader.

Lá pelas 11h45 o local já tava cheio de outros fundraisers esperando pra saber em que time eles estariam no dia. Alguns vieram se apresentar pra gente, alguns não.

Dividiram os times. Fiquei num time com 3 caras: P., que é do Malawi e líder do time; D., irlandês que estava em seu último dia de trabalho e L., também irlandês há alguns meses na empresa.

Pegamos o ônibus com o pessoal de outro time que iria pra mesma região que a gente (Cabra, perto de onde eu morava antes). No caminho deu pra ver que o céu tava bem cinza e que logo começaria a chover. E pouco antes de descermos do ônibus, caiu O MAIOR PÉ D'ÁGUA DA HISTÓRIA. Nos abrigamos debaixo de uma árvore, mas ela não deu conta. Fiquei ensopada e muito frustrada - pegar toda essa chuva logo no meu primeiro dia de trabalho?!

O treinamento

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Lá fui eu com cópias meus documentos e foto tipo passaporte pro treinamento da Concern na semana passada.

Mas antes de contar do treinamento, preciso comentar de algo que se passou comigo no caminho. Passei numa lojinha que faz cartões/cópias/xerox e fotos pra tirar a tal da foto de passaporte (eu trouxe uma 3x4 do Brasil, mas não ia adiantar). A moça da loja perguntou se poderia ajudar e eu disse que precisava da foto. Ela pediu pra eu sentar e logo percebi pelo sotaque dela que ela deveria ser brasileira, mas fiquei na minha. Aí ela viu a minha bolsa com as fitinhas do senhor do Bonfim e disse: "Cê é brasileira?"

Eu ri e disse que sim.

Começamos a bater-papo: perguntei há quanto tempo ela estava em Dublin, se gostava, de onde no Brasil ela era...

Aí ela me disse que estava em Dublin há 1 ano e meio e que trabalhava nessa loja há mais de ano, e emendou: "mas eu não falo inglês não, viu?".


Mais um final feliz (?)

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Há alguns dias comentei que fiz uma entrevista na Oxfam. Passei e fui chamada pra começar, mas optei por uma outra empresa que também havia me chamado. Eis a história:

Me ligaram pra fazer uma entrevista na Concern. Eu tinha aplicado pra essa vaga pelo jobs.ie - a vaga era pra ser door-to-door fundraiser (expliquei o que é fundraiser aqui).

O escritório deles é super chique e a entrevistadora era muuuuuito simpática. Na verdade, eram dois entrevistadores. 

Além de mim, haviam 4 candidatos: outro brasileiro, um polonês e uma irlandesa. 

Na primeira parte da entrevista, pediram pra que ficássemos em pé e nos apresentássemos. Até aí, nada de mais: falei minha idade, de onde sou, há quanto tempo estava em Dublin e um pouco da minha experiência. O entrevistador disse que meu inglês era muito bom e que sua esposa também era de São Paulo, do Alto da Lapa (mundo ridículo de pequeno, ridículo - mas acho que ganhei uns pontos aí...).

Dançando no rio

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Todo país tem a sua dança famosa, tradicional.

No Brasil tem o samba, na Argentina o tango, na Áustria a valsa, e por aí vai. A Irlanda não poderia ficar de fora, claro.

Quer dizer, não se trata de uma dança tradicional, das antigas, mas não deixa de ser irlandesa. Estou falando de Riverdance.

Riverdance na verdade foi um espetáculo elaborado para um intervalo de 7 minutos no Eurovision de 1994. A Irlanda era a anfitriã do festival  por vencer a edição de 1993 e escolheram a cultura celta como tema principal da apresentação.

A ideia é: sapateado (mas sapateado onde a parte de cima do tronco dos dançarinos quase não se move) com música irlandesa. É bonito de ver e de ouvir.

O que você sabe sobre a nossa empresa?

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Er........................... not much.

Mas deixa eu contar essa história do começo.

Como eu eu já comentei em diversas oportunidades aqui, tenho mandado currículos, me cadastrando em vagas, enfim, aquela coisa toda.

Semana passada me ligaram para uma entrevista na Oxfam - a vaga era pra ser door-to-door fundraiser (bater de porta em porta pedindo doações). Eu já tinha feito entrevista pra vaga parecida e também na Unicef e não tinha gostado. Massss, as circunstâncias mudam e eu preciso de emprego - então lá fui eu na sexta-feira passada.

O escritório deles fica na beira do rio mas bem escondidinho. Cheguei uns 20 minutos mais cedo mas a moça não me deixou subir porque eu deveria ter chegado NO HORÁRIO. Pois é. Fiquei lá fora esperando, ainda bem que não era um típico dia de chuva em Dublin!

Mãe, tô na TV!

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Um dia desses a coordenadora do coral em que sou voluntária me manda mensagem perguntando se eu poderia participar naquela semana, pois a RTÉ (maior canal de TV aqui) estava fazendo um programa sobre projetos sociais em Dublin e o coral era um deles. Uma chance de ver uma equipe internacional fazendo gravação da qual eu possa participar na frente das câmeras? (Porque apesar de ser formada em Rádio e TV, tenho calafrios em pensar no trabalho que dá fazer tudo isso) 

Topei na hora. 

Encontrei o pessoal no Spire pra ajudar o K. a se locomover, como de costume. A equipe estava lá - inclusive a apresentadora do programa, uma senhorinha toda fofa e simpática. 

O barato que quase saiu caro

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Em junho viajei pelo interior da Irlanda com meus ex-flatmates. Publiquei posts aqui, falei dos passeios e tudo mais.

Só que agora em julho aconteceu uma situação bem desagradável relacionada a isso. A empresa onde alugamos o carro cobrou 60 e poucos euros a mais da conta do Carlos sem nos dizer o porquê.

O Carlos me ligou pedindo pra eu ligar lá pra saber o motivo da cobrança. Liguei e depois de um bom chá de cadeira, o atendente disse que estavam cobrando essa taxa pois estacionamos o carro no lugar errado no estacionamento do aeroporto.

PÉRAI, PÉRAI, PÉRAI.

Cork City Gaol - a prisão

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Falei aqui sobre minha ida à Cork e alguns passeios que fiz por lá. Resolvei deixar a prisão de lado pra falar dela com mais carinho aqui.


Essa é a segunda prisão desativada que conheço. A primeira foi Kilmainham, no começo de abril. De fato, elas são bem parecidas fisicamente, mas acho que a grande diferença é que a prisão de Dublin recebia principalmente presos políticos, enquanto em Cork os prisioneiros eram "gente como a gente", pessoas que cometiam pequenos delitos.

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