Eu adoro planejar.
Planejei tudo na vida com antecedência, inclusive o intercâmbio. Mas já sabia que o intercâmbio ia me ensinar que planejamento nem sempre dá certo.
Ainda no Brasil, eu já tinha olhado algumas vagas no site www.daft.ie. Todo mundo anuncia lá, todo mundo procura lá.
Lembro que tinha visto boas vagas, em boas regiões. Tinha até trocado alguns emails com umas duas ou três pessoas a respeito.
Aí cheguei aqui com uma semana de acomodação num hostel.
No meu primeiro dia, já fui separando anúncios e entrando em contato por telefone. Liguei e mandei mensagem pra umas 7 pessoas. Uma me respondeu agendando uma visita na casa, outra disse que a vaga já tava preenchida e os outros... bem, os outros quando responderam, me rejeitaram no instante em que eu disse ser brasileira.
Oi Dublin!
Você ainda me conhece pouco, mas eu tinha ouvido falar de você e pesquisado sobre você (stalker feelings, eu sei...). Inclusive alguns amigos me disseram que você era linda, demais, bacana e fria. Eles não me enganaram.
Eu cheguei e você não quis saber muito de mim. Me deu uma bela chuva na cabeça que durou o dia todo, além do frio e vento que fazia as pessoas desistirem dos guarda-chuvas no caminho.
Aí fui de mansinho te conhecendo, e acho que a gente pode se dar bem.
Claro que você recebe tantos, mas tantos, que deve estar cansada desse monte de brasileiros por aqui... aliás, até os próprios brasileiros devem estar, porque nem aceitar compatriotas pra dividir apartamento estão aceitando. No entanto, você tem esse poder de atrair gente legal também, gente que se dispôs a me ajudar, me levar pra almoçar, me convidar pra jantar, passear pelo centro comigo.
Dublin Dublin... toda espertinha me fez dar voltas e voltas ontem tentando achar uma rua específica pra pegar o ônibus. Mas depois de andar na chuva (e de ligar mil vezes pra Bia), consegui me achar. E peguei um ônibus e desci no ponto certo, e soube voltar direitinho. Rá! Tô te sacando.
A propósito... percebi que você é modesta em algumas coisas, gosta de prédios baixos, nada muito chamativo. Em compensação, tem umas igrejas lindas, de tirar o chapéu, né? Fora os letreiros das lojas, tudo bem colorido e diferente do que eu acostumei a ver em São Paulo...
Dublin, nem acredito que finalmente pude te ver pessoalmente. Vamos nos conhecendo melhor, certo?
Beijos e mantenha o clima estável até eu ter roupas de frio melhores! hahahaha
Bárbara
Você ainda me conhece pouco, mas eu tinha ouvido falar de você e pesquisado sobre você (stalker feelings, eu sei...). Inclusive alguns amigos me disseram que você era linda, demais, bacana e fria. Eles não me enganaram.
Eu cheguei e você não quis saber muito de mim. Me deu uma bela chuva na cabeça que durou o dia todo, além do frio e vento que fazia as pessoas desistirem dos guarda-chuvas no caminho.
Aí fui de mansinho te conhecendo, e acho que a gente pode se dar bem.
Claro que você recebe tantos, mas tantos, que deve estar cansada desse monte de brasileiros por aqui... aliás, até os próprios brasileiros devem estar, porque nem aceitar compatriotas pra dividir apartamento estão aceitando. No entanto, você tem esse poder de atrair gente legal também, gente que se dispôs a me ajudar, me levar pra almoçar, me convidar pra jantar, passear pelo centro comigo.
Dublin Dublin... toda espertinha me fez dar voltas e voltas ontem tentando achar uma rua específica pra pegar o ônibus. Mas depois de andar na chuva (e de ligar mil vezes pra Bia), consegui me achar. E peguei um ônibus e desci no ponto certo, e soube voltar direitinho. Rá! Tô te sacando.
A propósito... percebi que você é modesta em algumas coisas, gosta de prédios baixos, nada muito chamativo. Em compensação, tem umas igrejas lindas, de tirar o chapéu, né? Fora os letreiros das lojas, tudo bem colorido e diferente do que eu acostumei a ver em São Paulo...
Dublin, nem acredito que finalmente pude te ver pessoalmente. Vamos nos conhecendo melhor, certo?
Beijos e mantenha o clima estável até eu ter roupas de frio melhores! hahahaha
Bárbara
Algumas considerações que fui observando e compilando nos meus três dias e quatro noites de Turquia:
- Vi, na maior parte do tempo, somente homens no comércio. Mulher vi uma na farmácia e uma no caixa do mercado, só.
- Acho esquisito uma mulher de burca entrar numa loja da Clinique ou usar uma super câmera Nikon. Lá eu vi várias! Além disso, muitas, mas muitas com iPhones e iPads nas mãos. Unhas bem feitas e a maioria bem maquiada. Achei isso um contraste no mínimo interessante.
Tentei ser discreta na hora de tirar a foto, mas observe bem |
- As pessoas fumam muito, muito! Engoli fumaça o tempo todo em que estive na rua. Nos corredores do hostel o povo fumava também.
- Pegar o tram é bem fácil porque dá pra economizar os pés um pouco, e você aproveita e foge do trânsito caótico.
- Não acho que visita guiada seja bom, mas no caso do Palácio Topkapi, tenho certeza que teria aproveitado mais se tivesse um guia explicando os detalhes.
- Tripé pra viajar pelo jeito não é boa idéia: no primeiro dia choveu, então não tive como armar tripé na chuva, deixar câmera na chuva e ir posar pra foto. Além disso, não pude entrar com ele em nenhuma atração. Ou seja, nos outros dias nem o carreguei mais.
- Comida é muito gostosa e muito barata: seja doce ou salgada, "chique" ou mais simples.
Peixinho delícia! |
- Os turcos são muito simpáticos e receptivos. Não sei se porque sou mulher, mas notei esforço de todos em me ajudar quando precisei. Mesmo quando não falem bem inglês.
- Quando você estiver viajando sozinha e vier um chato, apenas diga "no English". Só fui ter essa brilhante idéia depois do turco grudando e do tiozinho me chamando pro café...
- Eu achava que Istambul estaria cheia de brasileiro, mas a verdade é que não ouvi português nenhuma vez. E olha que quando eu perguntava aos vendedora sobre brasileiros, todos diziam que muitos iam pra Istambul sempre.
- Os vendedores sabem todos falar coisas simples em outros idiomas. Mas no geral, todos falam muito bem espanhol! Fiquei até espantada porque quando me viam, já lançavam um "hola". Ouvi vários "muy guapa" e "muy hermosa" nesses dias.
- Tem muito estrangeiro lá. Acho que deve ser assim em qualquer lugar turístico, e como nunca tinha passado por isso, foi uma experiência incrível conhecer iranianos, russos, coreanos, franceses, etc.
- Acho que visitar a Turquia no frio deve ser melhor. Tudo bem que sou suspeita pra falar, porque não gosto de calor, mas fico pensando entrar naquelas mesquitas e palácios no calor, deve ser de matar.
- Somente no meu terceiro dia ouvi referências ao samba. Até então só tinha ouvido "ah, são Paulo, football" e tal.
- Por causa da primavera, a cidade estava muito florida em todos os lugares, coisa linda de se ver!
Istambul é linda, exótica, imponente, histórica, e cheia de coisa interessante. Apesar dos estranhos me abordarem muito e deu ter ficado meio "pé atrás" com alguns, não tive medo de andar sozinha muito menos de ser assaltada. A cidade é simplesmente adorável!
Eu passei um ano pesquisando sobre a Irlanda. Sabia que era frio. Sabia que ventava. Sabia que chovia.
Mas meu... viver isso é totalmente diferente. Bom, mas diferente.
Acordei cedinho e fui tomar café. No elevador do hostel já puxei conversa com um francês que estava aqui pela 10ª vez. Peguei um pão, café e tal e sentei numa mesa, na ponta. Na outra ponta tinha um cara sentado, que foi logo falando "hi, where are you from?" (deve ser a frase início de conversa por aqui).
Respondi que era do Brasil e não vi nenhuma surpresa ou alegria na cara dele (geralmente a reação que vejo das pessoas quando falo que sou do Brasil). Perguntei de onde ele era e ele disse que era da Irlanda.
"Oxe, o que você tá fazendo num hostel?" (perguntei em inglês, sem o oxe)
Mas meu... viver isso é totalmente diferente. Bom, mas diferente.
Acordei cedinho e fui tomar café. No elevador do hostel já puxei conversa com um francês que estava aqui pela 10ª vez. Peguei um pão, café e tal e sentei numa mesa, na ponta. Na outra ponta tinha um cara sentado, que foi logo falando "hi, where are you from?" (deve ser a frase início de conversa por aqui).
Respondi que era do Brasil e não vi nenhuma surpresa ou alegria na cara dele (geralmente a reação que vejo das pessoas quando falo que sou do Brasil). Perguntei de onde ele era e ele disse que era da Irlanda.
"Oxe, o que você tá fazendo num hostel?" (perguntei em inglês, sem o oxe)
(ou a pior manhã da minha vida)
Olha... É nas dificuldades que a gente cresce, né? Porque ontem foi um daqueles testes que a gente tem que tirar forças de onde não tem pra enfrentar.
Acordei às 5:00, tomei banho rapidinho e fechei as malas. Tinha fechado um serviço de transfer pro aeroporto por 15 liras. Eram horários fixos e o melhor pra mim era o das 5:30. Os caras do hostel me garantiram que 6:00 no máximo eu estaria no aeroporto. Achei ok, já que meu vôo era às 7:30.
Mas sabe aquele negócio de intuição? Alguma coisa me dizia que aquele horário era perigoso, que seria melhor pegar o das 2:30 e ficar esperando no aeroporto mesmo.
Olha... É nas dificuldades que a gente cresce, né? Porque ontem foi um daqueles testes que a gente tem que tirar forças de onde não tem pra enfrentar.
Acordei às 5:00, tomei banho rapidinho e fechei as malas. Tinha fechado um serviço de transfer pro aeroporto por 15 liras. Eram horários fixos e o melhor pra mim era o das 5:30. Os caras do hostel me garantiram que 6:00 no máximo eu estaria no aeroporto. Achei ok, já que meu vôo era às 7:30.
Mas sabe aquele negócio de intuição? Alguma coisa me dizia que aquele horário era perigoso, que seria melhor pegar o das 2:30 e ficar esperando no aeroporto mesmo.
Hoje Istambul conseguiu me surpreender ainda mais.
Acordei cedo e sai pra rua pra tomar café. Achei um restaurante/café/hotel que tinha buffet livre por 15 liras. Comi pão, tomei suco, comi frutas... Só alegria!
Aí peguei o tram até a estação Kabatas, pra chegar no Palácio Dolmabahçe .
Tipo assim: eu tinha lido pouco sobre ele nas pesquisas, mas eu tinha tempo "livre" e um dos blogs que li antes de vir recomendou muito o lugar.
Antes de começar o meu relato do segundo dia de Istambul, uma errata: no post anterior comentei que não descreveria a parte histórica dos lugares porque deixaria os links de onde pesquisei. Esqueci de postar os links: https://delicious.com/nadalem/turquia (aqui dá pra encontrar tudo o que eu favoritei nas minhas pesquisas).
Então prepara o seu chá pra me acompanhar aqui (e falando em chá, os turcos bebem chá toda hora, em todo lugar).
Acordei de madrugada passando muito frio. Aquecedor tava ligado, mas o meu quarto é no último andar (5º), e não sei como, mas entra frio pela janela. Eu tava toda encolhida, torta, morrendo de frio. Coloquei meia-calça e blusa e dormi toda encostadinha na parede, afff.
Como eu não gostei do café-da-manhã do hostel, resolvi acordar um pouco mais tarde e tomar café fora. Acabei não o fazendo porque fiquei com preguicinha de acordar cedo, mas comi um chocolate na rua (é, chocolate de café-da-manhã...). Primeira parada do dia foi a Torre Gálata.
Então prepara o seu chá pra me acompanhar aqui (e falando em chá, os turcos bebem chá toda hora, em todo lugar).
Acordei de madrugada passando muito frio. Aquecedor tava ligado, mas o meu quarto é no último andar (5º), e não sei como, mas entra frio pela janela. Eu tava toda encolhida, torta, morrendo de frio. Coloquei meia-calça e blusa e dormi toda encostadinha na parede, afff.
Como eu não gostei do café-da-manhã do hostel, resolvi acordar um pouco mais tarde e tomar café fora. Acabei não o fazendo porque fiquei com preguicinha de acordar cedo, mas comi um chocolate na rua (é, chocolate de café-da-manhã...). Primeira parada do dia foi a Torre Gálata.
Senta que lá vem história.
Istambul, primeiro dia: acordei cedo, tomei um banho e fui tomar café. Meu primeiro susto: cadê o pão? Cadê os frios? Cadê as bebidas? Só tinha nescafé e chá na mesa, além de azeitonas pretas e verdes e ovos cozidos ainda na casca. Não entendi nada, mas coloquei um pouco no prato.
Aí percebi que o pão e os acompanhamentos (manteiga, geléia) estavam nas mesas. Comi o ovo, o pão, mas fiquei chateada porque não bebo café. Mas depois, quando eu já estava saindo, uma menina abriu a geladeira e pegou um suco. Agora não sei se isso era pra todo mundo ou comprado por ela e colocado na geladeira.
Istambul, primeiro dia: acordei cedo, tomei um banho e fui tomar café. Meu primeiro susto: cadê o pão? Cadê os frios? Cadê as bebidas? Só tinha nescafé e chá na mesa, além de azeitonas pretas e verdes e ovos cozidos ainda na casca. Não entendi nada, mas coloquei um pouco no prato.
Aí percebi que o pão e os acompanhamentos (manteiga, geléia) estavam nas mesas. Comi o ovo, o pão, mas fiquei chateada porque não bebo café. Mas depois, quando eu já estava saindo, uma menina abriu a geladeira e pegou um suco. Agora não sei se isso era pra todo mundo ou comprado por ela e colocado na geladeira.
Primeiro eu preciso ressaltar que não acredito que tô do outro lado do mundo. Tipo, o vôo foi tão suave que a impressão que dá é que fiquei parada no mesmo lugar. Totalmente surreal estar em Istambul.
Ontem o dia foi estressante. Terminei com muito custo e ajuda da minha mãe de arrumar a mala... minha família foi em casa se despedir... E minha mãe e irmão me levaram no aeroporto.
Foi estranho. Eu tava com frio na barriga, mas a sensação era que eu estava indo viajar por alguns dias, nada de mais. Ficamos umas 2 horas aguardando o horário do embarque e chegou o momento da despedida. Eu sabia que ia chorar, mas depois de me despedir ainda fiquei um tempão soluçando enquanto passava pela imigração, raio-x e tudo mais ("Despedida é assim mesmo, moça!" - me disse a atendente).
Ontem o dia foi estressante. Terminei com muito custo e ajuda da minha mãe de arrumar a mala... minha família foi em casa se despedir... E minha mãe e irmão me levaram no aeroporto.
Foi estranho. Eu tava com frio na barriga, mas a sensação era que eu estava indo viajar por alguns dias, nada de mais. Ficamos umas 2 horas aguardando o horário do embarque e chegou o momento da despedida. Eu sabia que ia chorar, mas depois de me despedir ainda fiquei um tempão soluçando enquanto passava pela imigração, raio-x e tudo mais ("Despedida é assim mesmo, moça!" - me disse a atendente).