Bem, a verdade é que esse foi o meu terceiro St. Paddy's Day aqui na Irlanda e como no ano passado eu não fiz nada na data, me senti culpada de ficar em casa de novo, sabe? O R. na verdade nem queria muito ir no centro, já que é aquela história: been there, done that. A festa do padroeiro da Irlanda é animada e tal, mas uma vez que você já tenha visto o desfile e ido nos pubs, você meio que eliminou essa tarefa da sua lista de coisas pra fazer na Irlanda, sabe?
De qualquer forma, como eu estava me sentindo culpada de MORAR aqui e não ter comemorado no ano passado, lá fomos nós enfrentar as multidões no centro da cidade. No entanto, não foi tão ruim assim.
Ah, antes que você pense: lá vem a Bárbara reclamando de novo, tchô explicar... não é ruim comemorar o St. Patrick's Day! O foda é que a cidade fica totalmente abarrotada (no jornal ouvi comentários de que eram aproximadamente meio milhão de pessoas no centro da cidade!) e é difícil até andar de uma rua à outra. Pra mim, do alto dos meus 1.58cm de altura, fica complicado. Além disso, tem a sujeira, tem a galera ultra bêbada, tem os pubs lotados.... é divertido, é legal, mas tem que ter um pouco de paciência e meio que não se deixar abalar pela parte negativa da coisa.
Pelo lado bom, pude colocar minha roupinha verde, passar minha sombra verde, batom laranja e me emperiquitar (ótimo verbo pra ensinar pro R., aliás!) com acessórios verdes, além de ter feito as unhas em homenagem à bandeira irlandesa também, claro!
Resolvemos que não veríamos o desfile esse ano porque não estávamos a fim de acordar cedo e ficar esperando no frio, até mesmo porque já vimos o desfile uma vez. No fim das contas, frio mesmo não fez (tava um dia lindo de sol!) e a melhor decisão foi ter dado as caras no centro após o término do desfile, umas 3 e meia da tarde. Aquela multidão toda da O'Connell Street já tinha dissipado e pudemos comprar nosso milkshake verde no McDonald's e subir a rua tranquilamente.
Um parênteses: não comentei no meu post de 2014, mas todo ano nessa época o McDonald's faz um milkshake chamado shamrock shake. Ele é de menta, todo verdinho, uma delícia! Só ontem tomei 2, hahaha!
Acabei encontrando uma amiga e seus amigos naquele pub Woolshed, já que ela havia me dito que não tava lotado. De fato, nem parecia que era St. Patrick's Day. Conseguimos entrar tranquilo e até lugar pra sentar tinha. Havia uma banda tocando música ao vivo mas logo depois que chegamos o DJ tomou o lugar da banda e começou a tocar várias músicas de bandas irlandesas - incluindo U2, Cranberries, Boyzone e até mesmo B*Witched. Será que a Bárbara cantou até morrer?!
De lá seguimos para um outro bar na mesma rua, o Kimchi. É um bar/restaurante coreano e um pessoal da faculdade estava por lá. Assim como o Woolshed, tava tranquilo, vazio. Sentamos, batemos papo por horas e à noite resolvemos voltar pra casa - o R. tinha que trabalhar no dia seguinte.
Passamos no McDonald's para mais um milkshake e subimos para o lado sul da cidade - a região da Grafton tava um caos de sujeira e adolescentes, mas não vimos nenhuma confusão ou bagunça. Parece que esse ano a data mais importante na Irlanda foi mais sossegada, pelo menos por onde passamos. Um amigo esteve no Temple Bar e me disse que tava impossível de andar, e de fato, ao ver aquelas câmeras instaladas por lá a pessoa tenta imaginar como cabe tanta gente naquelas ruas de paralelepípedo. Ainda bem que esse ano passamos longe de lá!
GPO, um dos meus prédios preferidos na cidade |
Trinity College |
O fato é que o St. Patrick's Day virou uma comemoração muito maior do que ela realmente é, sabe? As pessoas vestem verde no mundo todo, os monumentos de diversos países ganham iluminação verde, rios são tingidos de verde... é um fenômeno que certamente deve muito aos imigrantes irlandeses na América. Afinal de contas, um país com apenas 5 milhões de habitantes não tinha como ser tão influente e famoso assim, né? Ah, não espere um post sobre essa data no ano que vem já que eu e o R. temos um sistema: num ano comemoramos o Paddy's Day, no outro o Halloween, hahaha.