4 meses... 4 MESES?????

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GENTE! Já são 4 meses morando aqui? Tem certeza? Não é possível! Passou muito rápido!

Escrevi sobre o primeiro mês aqui, sobre o segundo aqui e sobre o terceiro aqui.

Quatro meses. Do 3º mês pra cá, o emprego que arrumei não deu muito certo, já tive minha primeira despedida, já fiz tanta coisa...

Seguindo o padrão que venho seguindo:

Cork, a segunda maior

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Quando viajei pelo interior da Irlanda, dei uma passadinha em Cork mas só fiquei a noite lá e não pude ver muito da cidade. Mas eu sabia que ia voltar - só não imaginava que seria tão cedo!

Cork é a segunda maior cidade do país (e a terceira mais populosa) e os moradores de lá sempre se referem à cidade como "the real capital" (a capital de verdade) por conta do papel da mesma como centro das forças anti-tratados na Guerra Civil irlandesa.

Era um domingo, domingo de sol. Começamos o tour pela University College Cork (UCC), onde R. estudou. A UCC foi fundada em 1845 e fazia parte da Queen's Colleges - uma universidade que ganhou vários prêmios e buscava oferecer espaço a alunos de todas denominações religiosas na Irlanda. Ela foi denominada Universidade Irlandesa do Ano em 2003, 2005 e 2011.

O campus não é muitoooo grande, mas é todo charmoso. Tem capela, biblioteca, vários prédios, restaurante, enfim, tudo o que uma grande universidade tem.

Estou a dois passos... do paraíso...

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A Irlanda continua me surpreendendo, cara. Porque quando penso em Irlanda, penso em áreas verdes, penhascos e ovelhinhas. Não em sol, não em praia, não em mar de águas bonitas.

E aí que no último sábado acabei conhecendo um pedacinho muito, muito lindo no sul do país chamado Nohoval Cove.

Como comentei aqui, tem feito muito calor esses dias e a galera tem aproveitado indo à praia e tudo mais. Eu estava com o R. em Cork e a ideia era conhecer Nohoval e depois seguir pra Kinsale - cidade portuária cheia de restaurantes e que segundo o R., lota nos dias de sol e calor de gente querendo pegar uma praia.


A estrada pra Nohoval é bem estreita e difícil de achar - são poucas as placas no caminho e quase não há ninguém pra dar informações - demos sorte e encontramos um senhorzinho, que no seu sotaque inteligível de Cork, nos deu as direções e depois de algumas idas e vindas, conseguimos acertar o caminho. Pesquisando depois, descobri que Nohoval e Kinsale eram regiões "habitadas" por piratas e contrabandistas - deve ser pela localização.


Pedras cinzas

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Tá fazendo muito calor nesse país.

Os irlandeses nem acreditam que o verão veio com tudo - nem eu acredito, na verdade. Eu não gosto de verão, mas já que ele tá aí, vamos aproveitar, certo?

Sexta-feira fui com duas amigas para Greystones, cidadezinha que fica a 27km de Dublin. Pegamos o DART na Connoly Station (9,60 euros ida e volta - meio carinho, mas fazer o quê?) por volta de meio-dia e partimos.

É uma estação depois de Bray e dá uns bons 40 minutos de viagem.

Na ida, uma senhorinha sentou perto de nós e ouvindo nossa conversa, perguntou de onde éramos. Depois começou com um papo de que "Dublin era muito melhor antigamente" e de que "a cidade estava infestada de europeus de todos os lugares querendo ficar aqui". Ficamos meio constrangidas mas ela logo desceu, ufa!

Eu não recomendo um intercâmbio na Irlanda

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Primeiramente, quero deixar claro que 1) adoro a Irlanda e 2) não quero destruir os sonhos de ninguém. Mas é que já passei do período de experiência aqui (rumo aos 4 meses) e mesmo antes, já lia e ouvia coisas que me incomodavam bastante. Eu não aguento ficar quieta, não aguento. Preciso escrever.

Eu vim pra Irlanda porque tive recomendações de amigos próximos que vieram e gostaram muito, sempre me interessei por cultura e música irlandesa, gosto de frio e já falo inglês.

Se eu não falasse inglês e quisesse fazer intercâmbio, a Irlanda seria o último lugar que eu escolheria. Razão número 1: o sotaque deles é fofo, mas difícil de entender. Eu tenho que prestar atenção quando falo com alguns locais aqui, e estudo o idioma há anos. Ir pro Canadá ou Estados Unidos seria muito mais fácil nesse sentido porque o sotaque deles acaba soando mais fácil pra quem está exposto à cultura de língua inglesa (americana) - aquelas pessoas que assistem filmes, seriados, ouvem música e tudo mais.

Razão número 2: se você não gosta de frio, cara, vai ser foda ficar aqui. Agora estamos no verão, tem feito dias bonitos, chuvinha pouca, vento tá aceitável. Só que no inverno a coisa fica feia (só peguei o finalzinho dele e sim, passei frio) e ficar reclamando do clima todo dia é muito deprê, então você acaba desanimando e tal.

Me manda um postal?

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Eu sempre gostei de conhecer gente diferente, de outros lugares. Devo ter herdado isso dos meus pais, que se conheceram por correspondência nos anos 80.

Final da década de 90: logo nos primórdios da internet, no auge do meu Windows 98, eu já conhecia gente no chat do UOL. Depois, com o ICQ, conheci algumas pessoas também - inclusive um deles, o Tom, que conheço desde aquela época e mantivemos contato (espero poder visitá-lo na Áustria logo mais!).

Início dos anos 2010: estava eu fazendo um trabalho da pós-gradução sobre writing e não lembro quem nem como, mas encontramos um website que tinha uma proposta bem interessante: a troca de postais com pessoas aleatórias ao redor do mundo. Na época achei bem legal, fiz o cadastro, mas nunca mandei postais nem nada.

Junho de 2013: estou eu entendiada na Irlanda quando lembrei desse site. Ativei a minha conta, atualizei meu endereço e resolvi participar.


Você faz um perfil e coloca seu endereço - que só será visível pra quem for te enviar o postal. O site deixa você enviar 5 postais de uma vez, e quanto mais postais você manda, mais você pode mandar. Comprei alguns postais na Grafton Street e os selos no correio - 90 centavos pra qualquer lugar do mundo - e cliquei no link "send a postcard" no site. Aí ele te dá, aleatoriamente, o perfil e endereço de alguém no site. Peguei vários endereços da Alemanha, uns da Rússia e um do Japão.

3 dias após eu postar meus postais, o cara da Alemanha o recebeu. O engraçado é que na mensagem de agradecimento dele, ele dizia que já tinha morado na Irlanda quando jovem - mais precisamente em Galway. Coincidência, né?


O melhor do intercâmbio

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Eu já falei aqui diversas vezes que adoro a Irlanda, suas paisagens, sua capital, sua cultura. Mas a Irlanda ser um país legal não é o único motivo pelo qual eu sou feliz aqui. Uma das melhores coisas de estar aqui é poder conhecer gente do mundo inteiro.

Já conheci italianos, argentinos, venezuelanos, chineses, holandeses, australianos, franceses e brasileiros, claro. Acho isso muito sensacional - poder falar sobre a cultura do seu país, conversar sobre como as pessoas vivem nas suas cidades de origem, das coisas boas e ruins de cada lugar.

E acabei conhecendo algumas figurinhas por essas bandas, veja só...

Ice Ice, baby - só que não

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Que calor é esse, meu deus? 26 graus?! Na Irlanda? Nãããããooo.

Pois é. Eu lia que aqui chovia, que fazia frio, que blá blá blá e honestamente, frio mesmo só peguei na minha primeira semana aqui, final de março.

Sim - aqui chove, aqui venta, mas depois de conversar com muitos irlandeses, descobri o seguinte: na costa oeste chove muito; na costa leste venta muito. Ou seja, em Dublin mesmo não chove tanto assim - eu esperava pegar garoa todos os dias, e isso nunca aconteceu.

Nesses quase 4 meses aqui, foram muitos dias ensolarados, muitos dias com temperaturas razoáveis (tipo um casaquinho leve resolve), alguns dias em que precisei usar o cachecol mas na maioria, dias quentes. Me disseram que o verão do ano passado foi miserable, com muita chuva e tal. Posso me considerar sortuda?

R. até me disse que não via um verão tão quente desde criança!

Exemplos de calor nos últimos meses:

Bray / Docklands / Roundstone - Junho/Julho de 2013

Peguei muito sol nas últimas semanas e acredite: tô mais bronzeada do que quando cheguei na Irlanda.

Aí esses dias li que a temperatura pode chegar a 30 graus. Essa notícia só pode ser de mentirinha, né?

Não é possível!

ps: No mês passado, a Bia falou do verão irlandês aqui e o Rick também. Recentemente a Mile falou sobre o clima também.

Futebol ou hurling, pra mim tanto faz

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Esse título aí é tudo mentira, tá?

Eu nasci no país do futebol, torci em muitas Copas do Mundo, vi muito jogo na TV mas sempre achei futebol um esporte meio sem graça, porque dura 90 minutos e às vezes não acontece simplesmente nada. NADA.

Todo esse blá-blá-blá pra dizer que no último domingo eu fui ver um jogo de hurling.

Hurling? Como assim?

Hurling é um esporte totalmente irlandês que eu descreveria como uma mistura de handball com tacos. São 15 jogadores de cada time e o objetivo é marcar pontos ou gols. Os pontos são marcados quando a bola (pequena, quase não se vê durante o jogo) cruza as estruturas que ficam acima do gol. Os gols são marcados como no futebol - quando a bola ultrapassa a linha - e valem 3 pontos. Ah, os jogadores só podem pegar a bolinha do chão com o taco e só podem andar com ela na mão por no máximo 4 passos.


Além de Guinness e chuva, tem muita literatura por aqui

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Meu último passeio com a Bia aqui na Irlanda foi no Dublin Writers Museum. Fica perto do Garden of Remembrance, ao lado da Hugh Lane.

Eu já adianto que foi muito enriquecedor e que fiquei inspirada pra escrever a respeito. Se você não curte muito literatura, não tem problema! Tem umas curiosidades bem legais aqui (tipo Swift trocando cartinhas com menores de idade e Joyce escrevendo cartas calientes pra esposa! hahahaha)!



A Irlanda, e Dublin mais especificamente, é bem conhecida por sua literatura e autores aclamados por público e crítica. Vai dizer que você nunca ouviu falar de James Joyce, Yeats ou Bram Stocker?

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