Em Dublin, nada dura

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Eu nasci e cresci no mesmo bairro em São Paulo e por conta disso, pude observar as lojas, bancos, negócios no bairro ao longo dos 25 anos em que passei por lá. E pouca coisa mudou. A farmácia na minha rua ainda está lá, a padaria famosa na esquina, o mercadinho. Um ou outro estabelecimento mudou, foi reformado, mudou de dono, mas as coisas meio que não mudaram, estão lá há anos e anos.

Aí eu vim pra Dublin, onde em quase 5 anos já tive 5 endereços. Então pude estar em vários lados diferentes da cidade, fora que aqui tudo se faz no centro, ao contrário do que eu fazia em SP. Então eu conheço o bairro, mas também conheço bem o centro.

Quando você chega numa cidade nova, ainda mais num país novo, você fica bobo com tudo. Observa cada detalhe, cada esquina, cada lojinha, cada estabelecimento. E começa a se familiarizar com alguns. Usa outros como ponto de referência. E o mapinha vai se colorindo na sua cabeça, como se  cada lugar novo que você registre na cabeça mude do preto & branco desconhecido.

E em Dublin é fácil usar certos pontos de referência como o Spire, o prédio da Heineken, a estátua da Molly Malone.... opa, mas a estátua mudou de endereço! E o Bewleys na South William St? Mudou também. E aquele café delícia na Chatham Street chamado Nosh? Não existe mais.



É incrível a velocidade com o que os negócios e lojas abrem e fecham nessa cidade, sério. Fico até com medo de me apegar à certas coisas, já que elas podem não durar muito. Por exemplo, tinha um lugar de sobremesas super bacanudo na beira do rio, até falei dele aqui no blog. E o que aconteceu? Fechou.

No último ano um monte, mas um monte de lugar que faz donuts abriu na cidade. Tem o Boston Donuts, o Off Beat, o The Rolling Dunut, o Donuters, pra citar alguns. E você quer apostar quanto que daqui a uns anos esses lugares não vão mais existir? O próprio Dunkin Donuts já não existe mais.

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Não sei se é uma mistura de modinha com altos preços de aluguéis na cidade, que fazem o negócio ser insustentável. O meu café preferido na cidade, Bewley's Oriental Café, fechou uns anos atrás com essa desculpa - o aluguel era caro, insustentável, e por isso estavam fechando pra reforma, pra diminuir o tamanho do local. No fim das contas, o que era pra ser 6 meses durou anos e em novembro desse ano o local foi reaberto - com a surpresa: não estava menor coisa nenhuma!

Até mesmo lojas grandes não saem ilesas: aparentemente a Forever 21 do shopping Jervis, no centro da cidade, vai fechar em janeiro. A loja de departamento Clerys fechou em 2015, causando o maior bafáfá. A HMV na Henry Street, loja de discos, dvds e cds, fechou, abriu, fechou, abriu... nem sei se ainda tá aberta.

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A baladinha anos 80 na Nassau Street também não existe mais. O restaurante indiano Jaipur (maravilhoso, cheguei a indicar aqui no blog) na Aungier Street fechou também. A bicicletaria 2 Wheels na South William St. deixou de existir. A bicicletaria na Manor St. em D7 também fechou esse ano.

Em compensação, muita coisa abriu: a H&M no lugar do antigo Banco Nacional da Irlanda na Dame St, num prédio lindão. As franquias do Aungier Danger na rua que dá nome aos mesmos... vários restaurantes, cafés, lojinhas, filiais da Carrolls. E por aí vai.


A vida dos negócios aqui parece meio efêmera e só os fortes sobrevivem - será?
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