No fim das contas, foi bom pra todo mundo, porque logo comecei a trabalhar com uma outra família como babá meio período por quase dois anos. Foi uma família igualmente maravilhosa, que me tratou sempre com muito respeito e generosidade.
Enfim.
A verdade é que pra quem me conhece, sabe que nunca gostei muito de criança. Eu já tinha trabalhado com criança no Brasil já que era professora, mas confesso que essas não eram minhas turmas preferidas. Não é pra menos, é muito difícil lidar com muita criança ao mesmo tempo e a gente fica estressado mesmo.
No entanto, quando me vi procurando emprego pra me manter na Irlanda, e quando vi que os bicos não estavam resolvendo, parti pra minha última opção, que era trabalhar de babá. Eu não tinha experiência nem referências com nenhuma família, mas a minha ex-chefe, T., gostou de mim, gostou do meu inglês e me deu o emprego.
Bastaram poucas semanas pra eu me apaixonar pelas meninas. Primeiro porque elas eram muito fofas, segundo porque eu estava tendo uma experiência que nunca tinha vivido antes, de cuidar de crianças, de passar tanto tempo com elas. Foram altos e baixos, dias bons e ruins, choradeira e risadas, mas no fim das contas, um marco na minha vida, um ano inesquecível.
Começo de 2014... |
Depois de ter saído de lá, fui visitá-las com uma certa frequência e mesmo no ano seguinte mantive contato com a família. Elas tiveram outras babás e percebi que com o tempo, elas não se lembravam mais muito bem de mim (principalmente a mais nova), mas ao mesmo tempo, a mãe delas sempre contava que eu havia cuidado delas, que levava elas no parque, etc, então acho que por causa disso, elas tinham uma atitude positiva em relação à mim.
Em dezembro do ano passado eu cuidei delas uma tarde e foi ótimo reviver momentos, brincadeiras, músicas, etc.
Desde então eu havia trocado algumas mensagens com a T., mas não tinha os visitado porque ela estava pra ganhar mais um bebê e eles mudariam de casa, ou seja, estavam no meio de um furacão.
Massss alguns meses se passaram e como eu estava sem fazer nada um tempo atrás, me ofereci de ir visitá-los na casa nova. E gente, eu fiquei tãoooo feliz! Primeiro porque nossa, eles moravam num apartamento super apertado e agora estão numa casa enorme e linda! Segundo porque o bebêzinho, D., de 4 meses, é uma fofurinha, uma graça. Fiquei com ele mais de uma hora no meu colo, ele até dormiu e não reclamou. Muito fofo!
As meninas continuam crescendo numa velocidade absurda e me fazendo me sentir uma velha. Foi uma farra, uma festa, um tal de querer me mostrar que conseguiam pular numa perna só, pular corda, etc, etc, etc. A mãe delas tava resolvendo umas coisas com o eletricista, então no fim fiquei um bom tempo com as duas, como nos velhos tempos - quer dizer, agora com o terceirinho também!
Teve uma hora que o cadarço da É., mais velha, desfez. Perguntei se ela sabia amarrar e se ela queria que eu o amarrase, mas ela pediu que eu a ensinasse a amarrar o cadarço. Ensinei. E ela aprendeu. Um tempo depois, quando a mãe dela tava na sala com a gente, ela disse que eu tinha ensinado ela a amarrar e minha ex-chefe disse: "ai... não acredito que você ainda ensina coisas pras elas" cheia de sorrisos, além de ter brincado que me queria de volta! :)
Foi uma visita muitooooo gostosa, muito especial. Elas estão tão grandes, espertas, faladeiras (isso sempre foram), felizes... e é lindo ver a C., mais nova, falando tanto, já que quando eu a conheci, ela mal sabia falar o nome da irmã. A mais velha está indo pro senior infants na escola irlandesa e sabe absolutamente tuuuudo que você perguntar. Claro que o vocabulário dela é mais restrito, tipo, ela não sabe palavras incomuns ou difíceis, mas soube tudo o que perguntei. A mãe dela me disse que quando ela tá brava, fala umas frases em irlandês! hahaha
Não sei quando os verei novamente - provavelmente na época do Natal. De qualquer forma, estou muito feliz de manter esses laços e de ter essas duas figurinhas de alguma forma na minha vida.