Tive a oportunidade de estar em quatro de suas turnês: a World Tour em 2009, a Inedito World Tour em 2012 (ambas em São Paulo), a The Greatest Hits World Tour em 2013 (em Roma) e no comecinho de junho desse ano, a Pausini Stadi Tour 2016.
Ver a Laura em qualquer lugar já é emocionante, mas vê-la num estádio com mais de 70 mil pessoas cantando todas as suas músicas é uma experiência que eu jamais esquecerei. (já vai ouvindo a playlist que criei com todas as músicas cantadas no show pra ir entrando no clima!)
Cheguei no estádio San Siro em Milão por volta das 7h30pm pensando que seria tranquilo pra entrar, já que meu ingresso era numerado... e bem, mais ou menos. Tinha muitas filas nos diversos portões do estádio e a fila do meu portão, número 8, estava particularmente enorme, dando voltas e voltas. Comprei umas frutas pra comer numa das várias barraquinhas ao redor do estádio e fui pra minha fila, mas depois de uma hora inteira, ela tinha andado bem pouco. No fim, liberaram outros portões pra galera do portão 8 e a fila diminuiu bem, permitindo que entrássemos faltando poucos minutos pras 9 da noite, hora que o show começaria.
De fato, foi o tempo deu perguntar onde era o meu setor, achar o assento e sentar e em menos de 5 minutos, o show começou, no horário em ponto!
Laura abriu cantando "Simili" seguida de "Resta in Ascolto", uma das minhas preferidas. Eu chorava compulsivamente, gritava as letras das músicas - quanta emoção, Brasil! Depois ela cantou "Innamorata", uma das preferidas dos fãs do último álbum dela, o estádio foi abaixo dançando e cantando - foi quando eu consegui respirar um pouco e parar de chorar.
Eu amo a Laura Pausini, mas tem uma coisa que ela sempre faz nos shows que me incomoda um pouco: medleys. É compreensível, já que ela tem mais de 20 anos de carreira e muuuitos sucessos, não dá pra cantar tudo. Daí rola uns trechinhos de cada música, mas às vezes ela deixa de cantar uma música que a galera quer muito inteira, então você fica meio que na vontade, sabe? Depois da terceira música ela emendou dois medleys com músicas novas e algumas mais antigas (Non ho mai smesso / Il nostro amore quotidiano / Se non te e depois Nella porta accanto / Bellissimo così / Ascolta il tuo cuore).
A sexta música foi "Invece no", que ela escreveu em homenagem à sua vó. No show da outra turnê em 2013 ela também tinha cantado essa música e me feito chorar muito, porque avós são pessoas especiais. Nesse ano, eu cantei essa música com uma intensidade absurda, principalmente pensando na minha vó paterna que não está mais aqui...
Na sequência, mais um medley: La geografia del mio cammino / Chiedilo al cielo / Una storia che vale. Foi legal a escolha dessas músicas porque tirando a segunda, que é nova, ela não cantava "La geografia" desde a Inedito Tour e eu nunca tinha visto ela cantar "Una storia..." ao vivo!
Aí ela saiu do palco pra trocar o figurino e os backing vocals (que dão um show) cantaram várias músicas, como "Simply the best" da Tina turner, "Locked out of heaven" do Bruno Mars, etc. Laura voltou toda de branco suspensa num balanço no centro do palco pra cantar "Sono solo nuvole", a que menos gostei do álbum novo. Depois ela desceu e mudou de figurino rapidamente (acho que a roupa já estava por baixo) pra cantar uma que fez a galera delirar: "Come se non fosse stato mai amore" - nessa hora ela comentou que todas essas músicas mais raivosas dela são pra encorajar a gente à mandar à merda todo mundo que nos machucou. Na verdade, ela usou o termo "mande todo mundo que te machucou tomar no cu" e foi ovacionada pela platéia! hahaha
Depois ela começou cantando "In assenza di te" na versão em espanhol e continuou em inglês, fazendo um medley com "200 note" e "Se ami sai", que me fez chorar muito, porque a última vez que vi ela cantando essa música foi no show de 2009. Pra me fazer chorar ainda mais, Laura começou a agradecer os fãs que vieram da Itália e mundo todo pra ver o show, e claaaaro, lembrou dos fãs brasileiros e cantou, a capella, "Tristeza". DIVA!
Depois seguiram as músicas "Primavera in anticipo", "Ho creduto a me" (com um arranjo super rock que ficou maravilhoso!) e o mega hit "Tra te e il mare".
Aí, mais um medley, mas dessa vez, um enorme: numa tacada só ela cantou Il tuo nome in maiuscolo / Nel modo più sincero che c'è / Casomai / Un fatto ovvio / Colpevole / La prospettiva di me e foi lindo, porque principalmente nas duas primeiras, era praticamente a voz dela, com os instrumentos bem baixos, então foi sensacional! A galera cantou até explodir os pulmões!
Depois, antes de mais uma troca de figurino, o estádio veio abaixo com "Un'emergenza d'amore", outro super sucesso da carreira dela! Laura voltou tocando o piano na música que ela escreveu pra filha, "Celeste" - como chorei! Ela continuou com uma do último álbum também dedicada à filha, "È a lei che devo l'amore" enquanto imagens da sua filha apareciam no telão. Confesso que fiquei surpresa porque ela costuma preservar bastante a imagem da filha, e até mesmo no clipe o rosto da menina é sempre bloqueado pela luz ou algo do tipo....
Aí ela emendou, sem parar, uma sequência de músicas mais dançantes, que foram "Con la musica alla radio", "Benvenuto", "Io canto" e "Per la musica". Depois me fez chorar de novo quando cantou "Vivimi" e "E ritorno da te"!
Nessa parte do show ela conversou mais e falou sobre o começo de sua carreira, dando o contexto para o próximo medley, que continha as clássicas "Incancellabile", "Le cose che vivi" e "Il mondo che vorrei", que eu nunca tinha visto ela cantar ao vivo, já que é uma das mais antigas mesmo. Ela seguiu com "Strani amori" e seu maior sucesso, "La solitudine", que surpreendentemente foi cantada como sua versão original. Explico: ao longo desses mais de 20 anos a Laura chegou a fazer duas versões dessa música - até porque acho que ela tava meio cansada de cantar sempre essa música, em todo show, né? Em 2001 ela lançou uma versão mais dramática, enquanto que em 2013 ela lançou uma versão com uma instrumentação nova e uma intro feita por ninguém menos que Ennio Morricone.
Bom, aí depois a galera se matou de dançar com as próximas músicas, que foram "Limpido", "Surrender" (a versão dançante original, não a versão acústica que ela vinha fazendo nas últimas turnês) e "Io c'ero", que contou com a participação do filho do Paolo Carta (companheiro da Laura, pai de sua filha e guitarrista and produtor musical da mesma), que é DJ e que deu a inspiração pra melodia dessa música.
Nisso o show acabou, mas ela voltou com um vestido todo luminoso e maravilhoso cantando o carro-chefe do último álbum, "Lato destro del cuore". Ela saiu do palco ao fim, mas voltou pra cantar "Simili" novamente.
Laura Pausini foi a primeira mulher a cantar nesse estádio (em 2007, quando ela também gravou um DVD) e ela superou todas as expectativas: divertida, animada, maravilhosa, não falhou em nenhuma nota e deixou todo mundo em êxtase. Ela é sem dúvida a artista italiana mais famosa no mundo e é muito querida, principalmente na América do Sul, onde ela fará diversos shows ainda esse ano - inclusive três no Brasil. Esse foi um presentão de aniversário adiantado, um dia inesquecível, maravilhoso!
Minhas fotos, como deu pra ver, não ficaram boas, mas eu não ligo. Até porque eu queria curtir o show mesmo, enquanto vi gente gravando tudo o tempo todo... não consigo entender isso. A qualidade vai ficar ruim e a pessoa vai perder o show, por que o povo insiste em fazer essas fotos quando depois você consegue ter acesso à fotos muito mais profissionais? Inclusive nesse link aqui tem umas lindas - os figurinos da Laura estavam um espetáculo à parte!
Na saída do show consegui pegar o metrô de volta pro hotel, mas já estava preparada pra voltar a pé porque não achei que daria tempo de usar transporte público. No entanto, apesar do show ter durado duas horas e meia, como ele começou no horário, deu tudo certo. E foi assim que vivi mais uma vez esse sonho de ver a Laura Pausini na Itália!
ps.: Esse é o 700º post desse blog, yay!