Essa é a mistura do Brasil com Eg... China! (ou um post sobre Macau)

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A primeira vez que me lembro de ouvir falar de Macau e que lá falava-se português foi em 2013, antes deu vir pra Irlanda, num vídeo no falecido Museu da Língua Portuguesa (que fui outra vez antes de pegar fogo uns anos atrás, uma tristeza, uma perda muito grande!). Como assim se fala a língua de Camões na China?!

Naquela época eu jamais poderia imaginar, nem nos meus sonhos mais loucos, que um dia eu teria o privilégio de ver esse lugar com meus próprios olhos. E meus amigos, que experiência mais bizarra e surreal!

Mas comecemos do começo: chegar em Macau, partindo de Hong Kong, é super fácil. As cidades ficam a mais ou menos 1h de distância de ferry (e daqui a poucos meses uma ponte entre os dois lugares será inaugurada, se já não foi!) e é bem fácil chegar no terminal e comprar o ticket. Nós mal subimos no andar onde se encontram as bilheterias e já veio uma mulher nos direcionando pro guichê da empresa deles, e compramos o ticket pro ferry que sairia em uns 15 minutos. Não me lembro quanto custou, mas não foi caro, e já compramos o ticket de volta também - você pode voltar em qualquer horário no mesmo dia e nessa empresa, o limite seria voltar às 10 da noite.






Eu estava com medo de passar mal na viagem porque sempre fico enjoada em barcos e coisas do tipo, mas o ferry mal balança - e lá dentro em si é como um ônibus, os assentos, corredores e tudo, então fiquei mais tranquila e até cochilar cochilei.

Ah, vale lembrar que pra sair de Hong Kong tivemos que passar pela imigração, assim como quando chegamos em Macau - nunca vou entender esse sistema maluco da China!

Desembarcamos em Macau e já foi aquela alegria: todas as placas em chinês, inglês e português. Automaticamente me senti em casa! Infelizmente o chip de celular que eu havia comprado pra usar em HK não funcionava em Macau, mas eu já tinha sido esperta e dado uns prints nos mapas e números dos ônibus que precisaríamos ao longo do dia e deu tudo super certo. Ali mesmo no terminal de ferry pegamos o ônibus 26 (ou 36? não lembro) para o centro. A passagem custou bem baratinho, acho que eram somente 4,20 (moeda local, que em Macau se chama patacas!), mas eles aceitam dólares de Hong Kong também - as moedas são equivalentes em termos de valor.

Ao descer ali pertinho do Largo do Senado, era uma alegria só para esta que vos fala: aquele chão preto & branco, os nomes das lojas em português, pastelarias vendendo pastel de nata... mas o cérebro buga um pouco porque nós estávamos na China, não em Portugal.







Andamos até as Ruínas de São Paulo, que são as ruínas da Igreja da Madre de Deus e do Colégio de São Paulo, complexo destruído por um incêndio em 1835. Infelizmente, tudo que sobrou foi essa fachada do prédio e sua escadaria na frente. Confesso que mesmo sendo só a fachada, achei super bonito! Mas, não tem muito pra fazer por lá não - a não ser visitar o Museu de Macau, que fica a poucos metros de distância. Não estava nos nossos planos, mas a entrada era baratinha e tínhamos tempo e foi perfeito! O museu conta um pouco da história da cidade do ponto de vista chinês e português, então tem várias curiosidades legais.

Durante toda a visita, a impressão que tivemos é de que não há uma relação de ódio contra os colonizadores como acontece em outros lugares do mundo, pelo contrário. Todas menções à terrinha eram sempre respeitosas e até enaltecendo um pouco o espírito desbravador e pioneiro dos portugueses por terem sido os primeiros à se estabelecer em território asiático.









Entre outras coisas, também há informações sobre a mistura entre essas duas culturas, que resultou em pratos culinários diferentes, brincadeiras chino-portuguesas, tradições de casamento mescladas, etc. Atualmente, a influência de Portugal em Macau é praticamente nula, já que apesar da língua ainda ser oficial, somente 1% a fala, sendo que muitos na verdade a falam como segunda língua, e não língua-nativa. Eu acho que apesar dos esforços de Portugal de manter os laços (afinal de contas, ter falantes de português ali facilitaria negócios com Brasil, Portugal, alguns países africanos e tal), o português deixará de existir em Macau com o tempo.

No período da tarde e noite nós voltamos pra outra ilha, Taipa, onde estão localizados os grandes cassinos da região para dar uma nadadinha na piscina, mas no próximo post eu conto sobre essa experiência!






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