A verdade é que o Valle dela Luna era um passeio super recomendado e sabíamos que o faríamos em algum momento enquanto no Atacama - e apesar de ser um passeio com baixa altitude em relação aos outros, no fim das contas acabamos indo pra lá no nosso último dia, o que acabou sendo uma ideia boa e ruim. Boa, porque terminamos a viagem pro deserto do Atacama da melhor maneira possível - esse foi nosso passeio preferido! Ruim, porque já estávamos cansados dos outros dias e o Valle dela Luna exige um certo grau de preparação física.
Não nos disseram que era preciso ter fôlego e boas pernas pra fazer esse passeio, mas não esperávamos nos cansar e ralar taaaanto. Entramos em cavernas, subimos dunas super íngremes, andamos na areia (com o pé afundando o tempo todo), passamos por cenários de pedras, abismos, etc. Então sim, conseguimos fazer tudo (eu sempre ficava pra trás, risos nervosos), mas sofremos!
De todo modo, apesar do cansaço físico, as paisagens foram simplesmente arrebatadoras. O local leva o nome de Valle dela Luna não à toa - parece mesmo que estamos em solo lunar! A região, que fica a 13km da cidade San Pedro de Atacama, contém várias formações rochosas e de areia cujas cores e texturas mudam demais, é uma variedade incrível de paisagens mesmo!
O vale é parte da Reserva Nacional los Flamencos e foi declarado um santuário da natureza em 1982. Como a região realmente parece um outro planeta, um protótipo de um desses "carrinhos" que eles mandam pra Marte já foi testado por ali.
Foi nesse tour que o guia nos explicou o nome Atacama. Ele disse que a palavra vinha da língua kunza e que significaria algo como "quente" e "frio" (por conta das altas temperaturas ao longo do dia e frio à noite) mas há controvérsias. Também já li que o nome poderia vir de um pássaro que habitava a região chamado Tacama ou da palavra Atchcamar, que os antigos povos atacamenhos usavam pra se referir ao local - o nome significaria algo como "cabeceira do país".
O guia falava o tempo todo de como ela orgulhava-se em ser indígena e também criticou guias que não o são, já que de acordo com sua filosofia, cultura não era só viver, mas conhecer de verdade. Ele também explicou que a cidade de San Pedro não está exatamente no deserto em si, mas na verdade, trata-se de um oásis. Como a cidade é protegida pelas montanhas e o gelo dos Andes derrete, essa água é que permite esse "micro-clima" e consequentemente, vida, vegetação, etc.
Uma outra coisa que o guia nos ensinou tem a ver com beber água. Como estávamos no deserto, ele explicou que não deveríamos beber toda a água de uma vez só e sim dar goles espaçadamente. Assim a água hidrataria o corpo sem deixar a bexiga cheia e nos fazendo desidratar ainda mais rápido! Excelente dica, pena que só aprendemos no último dia, mas agora não esqueço mais, rs.
Se você um dia pretende fazer esse passeio também, vá de coração aberto, porque é muito lindo. Mas leve também um mochila com água, passe bastante protetor solar, bons sapatos (acabei deixando meu tênis por lá mesmo, ele já era velhinho mesmo - mas sim, ele ficou completamente cheio de areia), óculos de sol, lanterna (as cavernas eram totalmente escuras) e a câmera pra fazer muitas fotos lindas!
