Mas vamos começar do começo: a princípio, queríamos ficar mais tempo por lá. Olhando no mapa não parece, mas o Vietnã é muito grande e pra ir de um ponto ao outro demanda tempo. Nossa ideia inicial era ir de Hanói, a capital, pra Hue, na costa, e de lá descer até Ho Chin Minh (antiga Saigon). Mas esse percurso levaria dias se feito de trem e nós não tínhamos tanto tempo disponível assim. Então sacrificamos conhecer o país por terra, cortamos Hue do roteiro e ficou assim:
Voamos de Luang Prabang, no Laos até a capital Hanói
3 dias em Hanói
Voo doméstico de Hanói pra Ho Chi Minh
Ônibus de Ho Chi Minh pro Camboja
Ter um guia da Lonely Planet (me patrocinem!) foi fundamental pra ter essas ideias porque ele sugere como ir de país X a país Y de carro, trem, ônibus, dá opções, então conseguimos chegar nesse itinerário de modo tranquilo.
Parece pequeno, mas acredite, não é! |
O Vietnã exige visto pra turista e é um saco, porque você tem que pagar uma agência pra fazer isso pra você e não é baratinho não. Fizemos todo o processo uns 2 ou 3 meses antes da viagem e ao chegar no Vietnã passamos uma hora pra efetivamente conseguir o visto, porque ao desembarcar tem uma fila enorrrme de estrangeiros pra pegar o visto. Você mostra a carta da agência, entrega o passaporte e espera, espera, espera... até que chamam seu nome, você faz o pagamento (sim, outro pagamento!) e pega o passaporte com o visto!
Hanói
Hanói é a capital do país com pouco mais de 7 milhões de habitantes e certamente o dobro de motos, risos. Brincadeiras à parte, o fato é que as motos são presença constante e essencial na vida dos vietnamitas e todos tem motos pra ir pra lá e pra cá. Atravessar as ruas de Hanói é uma aventura à parte, uma experiencia única no mundo que eu descreverei melhor quando falar mais especificamente sobre a cidade.
A cidade é uma bagunça, barulhenta, suja, mas tem seu charme e seu valor. Fizemos uns rolês bem ''guerra do Vietnã'' porque não tem como fugir disso - estávamos esperando muito esse momento da viagem! Tivemos a oportunidade de conhecer antigas prisões e um museu muito foda sobre a guerra, que lá é chamada de ''guerra de resistência contra a América'', por razões óbvias.
Uma das atrações que visitamos foi o Mausoléu de Ho Chi Minh, líder político e pai da nação. O cara é absolutamente venerado e adorado pela população, e o mausoléu é um negócio surreal.
Além disso, andamos bastante pelas ruas da cidade e com o google maps não é difícil se achar, mas caso seja necessário, o Uber e Grab estão aí pra isso e paga-se muito pouco nas corridas. Ficamos pensando em como era viajar pelo Vietnã uns 20 anos atrás e com certeza era perrengue na certa!
Ho Chi Minh
Ficamos poucos dias em Saigon, mas os suficientes pra entender um pouco mais da história desse país, principalmente através da visita ao War Remants Museum - aprendi tanto sobre a guerra do Vietnã, muito mais do que na escola ou nos filmes!
Fora isso, tive a oportunidade de encontrar um colega da época do mestrado que é vietnamita e mora em Saigon - não éramos grandes amigos nem nada disso, mas é sempre bacana encontrar gente que fez parte da sua vida, ainda mais em sua respectiva terra natal. Ele tava todo orgulhoso de estarmos lá e nos deu muitos detalhes da vida no Vietnã, da política e economia do país.
E falando em política, não sei se você sabe, mas o Vietnã se intitula uma república socialista, mas na prática a coisa não funciona bem assim. Atualmente não é possível falar mal do governo (você vai preso!) e existe uma pressão muito forte nesse sentido. No entanto, economicamente o Vietnã sabe que precisa de empresas, de grana, de investimento. Então o que não falta são lojas ocidentais, muitos Starbucks e Mc Donald’s da vida, etc. E é muito, muito surreal entrar num McDonald's no Vietnã!!!
Além de história e cultura, o país conta com paisagens absurdamente lindas e tivemos a oportunidade de ver um pedacinho disso quando fomos pra Halong Bay.
No entanto, vale lembrar que foi durante nossa passagem pelo Vietnã que fiquei muito, muito mal, com dores de barriga intensas e diarreia por dias e dias a fio. Então eu não aproveitei tanto quanto gostaria de ter aproveitado, já tava enjoadíssima da comida asiática, mas ainda assim, curti muito esse país. Tanto eu como o R. adoramos e pensamos que se um dia tivéssemos a oportunidade de voltar pra lá, voltaríamos!