Na verdade, a primeira vez que ouvi falar de Ayutthya foi dando uma aula pra adolescentes no ano passado. A aula era uma dessas já pré-prontas pela escola e falava sobre lugares importantes no mundo e os alunos tinham que ver as fotos e tentar adivinhar o nome do lugar e quando foi construído. Aí tinha pirâmide do Egito, Acrópoles, Pompei, Machu Picchu e Ayutthaya.
Quando estávamos fazendo uma lista do que poderíamos potencialmente visitar enquanto estivéssemos na capital tailandesa, logo pendemos para Ayutthaya porque parecia ser um lugar super histórico e interessante. Não é muito longe, porém é um pequeno rolezinho pra chegar e quando você soma o trânsito daquela cidade, acabou que nós ficamos mais tempo pra ir e vir do que efetivamente explorando Ayutthaya.
Basicamente há algumas vans que saem de um terminal de ônibus que não lembro agora qual foi, mas acha-se facilmente na internet. Você compra a passagem no guichê e tudo certo, mas até pra chegar nesse terminal é um rolê, porque tivemos que pegar um metrô de onde estávamos e do metrô um táxi até a estação porque é longe pra ir a pé.
Tá, compramos o ingresso e em menos de meia hora embarcamos numa van. Não foi o carro mais confortável do mundo, mas também não foi o pior, então ok. Eles nos deixaram numa avenida mais ou menos 1h e meia depois e logo ao descer já vieram vários caras oferecendo seus serviços de tuk-tuk. Como nós não tínhamos almoçado, dispensamos todos e fomos procurar um lugar pra comer primeiro. Andamos por umas ruas esquisitas com uns mercados de rua, mas nada de um lugar pra comer, até avistarmos uma espécie de mini shopping. Almoçamos e voltamos pra avenida principal pra tentar negociar um tuk-tuk que nos levasse pros templos.
Ayutthaya não é um complexo tão grande como Angor Wat no Camboja, mas não dá pra fazer a pé se você não tem muito tempo. Já tínhamos lidos em fóruns pela internet a média de preço do passeio e estávamos prontos pra negociar pesado. Nem eu nem o R. temos talento com isso, mas já tínhamos deixado o dinheiro separado (acho que era 200 bahts, não me lembro) pra mostrar tipo ''olha, só temos isso mesmo''. Quando perguntamos pro primeiro tuk-tuk, o cara já falou o preço que estávamos esperando, então não negociamos não! hahaha
O motorista nos levou para alguns pontos diferentes e sempre ficávamos em cada um por volta de meia hora. Ele até ofereceu andar de elefante em uma das paradas, mas nem fodendo que eu faria uma coisa dessa. Eles não precisam de mais uma turista sem noção subindo nos coitadinhos.
Mas fora isso, o que fizemos foi dar uma explorada nas ruínas do que já foi capital do império tailandês. Para cada local onde parávamos era necessário comprar um ingresso, mas não era caro.
Através dos séculos, a boa localização entre China, Índia e Malásia tornou Ayutthaya a capital asiática do comércio e em 1700, já era a maior cidade do mundo com 1 milhão de habitantes. De acordo com relatos de mercadores europeus da época, a cidade era a mais sofisticada que já tinham visto com seus palácios de ouro, cerimônias... mas quando os birmaneses invadiram Ayutthaya em 1767 a cidade caiu e praticamente destruíram tudo! Hoje as ruínas são consideradas patrimônio da humanidade.
Nossa parada preferida foi a primeira, pra ver a cabeça do Buda presa entre as árvores no Wat Phra Mahathat. É um templo totalmente destruído mas de algum jeito essa cabeça de Buda ficou presa entre a árvore que foi crescendo e abraçando a imagem ao longo dos anos. Muito interessante e o lugar todo também tem outras estátuas, todas sem cabeça.
Fora esse, eu não saberia dizer o nome de nenhum outro templo/ruína que visitamos. Na página do WikiTravel eles descrevem um pouquinho de todos e acho que é um bom guia caso a pessoa queira escolher o que quer ver.
No nosso caso, o cara do tuk-tuk foi escolhendo porque não tínhamos muito tempo antes de pegar a van de volta pra Bangkok e queríamos garantir que pegaríamos essa van porque ficar preso em Ayutthaya num domingo à noite não seria nada legal.
No fim, deu pra ter um gostinho muito bom da grandeza desse império tailandês - e eu sempre ficava pensando em coisas do tipo ''o que o Brasil tava fazendo nessa altura do campeonato''? É muito legal poder visitar lugares tão históricos e se sentir pequena no mundo, se sentir um grão de areia nessa imensidão toda. Não somos nada nessa vida, nada!