Primeiras impressões: Myanmar

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Eu lembro de, em algum ponto da minha vida, ter ouvido falar na Birmânia, mas nunca soube que a Birmânia tinha deixado de ser Birmânia para se tornar Myanmar. Ok, vida seguiu como sempre, e saber sobre esse país não afetou a minha vida em nada.

Aí a gente decidiu ir pra Ásia, e nessa altura do campeonato, eu já tinha vistos fotos absolutamente maravilhosas de Myanmar, e nem precisamos ler muito mais a respeito pra bater o martelo que queríamos conhecer esse país. Não somente porque ele parecia lindo e interessante, mas também porque por conta de sua recente abertura ao turismo internacional, tínhamos certeza que a experiência que teríamos por lá seria muito diferente de tudo que já havíamos vivido e não poderíamos estar mais certos!

Mas são muitos lugares em Myanmar, e o país não é exatamente pequeno. Então foi difícil pensar num roteiro que incluísse as três cidades que gostaríamos de conhecer e ainda pensar em toda a parte logística de transporte da coisa. Foram muitas tentativas e erros de voar pra lugar X, ônibus para Y ou vice-e-versa pra chegar no que chegamos. No total, ficamos 7 dias entre Mandalay, Bagan e Yangon e acho que foi o tempo ideal - quer dizer,  adoraria poder ter ficado mais tempo, talvez uns 10 ou 15 dias, mas ao mesmo tempo, acho que só ter tido uma semana fez a gente ir embora com um gostinho de "quero mais" que tornou nossa passagem por lá ainda mais especial.




Templo em Mandalay


Myanmar é um país cuja população já ultrapassa os 50 milhões e divide fronteiras com a Índia, Bangladesh, Tailândia, Laos e China. Aliás, já que estamos falando de fronteiras, se você lê notícias internacionais provavelmente ouviu falar do conflito étnico que tá rolando na fronteira do Myanmar com Bangladesh. É um aspecto bem pesado e triste desse país e que inclusive deixou a família do R. toda preocupada com o fato de estarmos indo pra lá. Mas em termos de segurança pros turistas, como esse conflito tá acontecendo lá ao norte na fronteira, não afeta quem vai visitar os lugares mais famosos, que ficam ao centro e sul do país (e não vou entrar nesse mérito nesse post porque afinal de contas, o post é pra falar das nossas impressões do que vimos, sentimos, e não falar sobre a política do país).

Nós chegamos no Myanmar por Mandalay, a segunda maior cidade do país. Viemos num voo de Phuket com escala em Bangkok que custou 250 dólares pra nós dois. Infelizmente não existem muitos voos pra lá e acabamos pagando um pouco caro, mas foi o que funcionou melhor no nosso roteiro.

Mandalay


Mandalay foi de fato o primeiro lugar na Ásia que me deixou de queixo caído. Já no aeroporto eu soube que essa experiência seria diferente e inesquecível e caramba... entramos no táxi a caminho do hotel e a cabeça já explodia: o cara dirigia do lado esquerdo do carro mas o carro estava do lado esquerdo da pista?! Motos em todo lugar buzinando muito. Trânsito aparentemente maluco e desorganizado. Quando o taxista nos deixou na rua do hotel, aí sim me senti aventureira, porque não era exatamente uma rua chique muito menos hotel 5 estrelas, hahaha.

No Palácio Real em Mandalay

Pelos templos e pagodas

Nunca vimos tanto dourado na vida!


Nós ficamos duas noites por lá e deu tempo de visitar muitos lugares e até fazer um mini half-day trip pra uma outra região próxima. Mandalay nos apresentou à gentileza e carinho do povo birmanês e nós ficamos totalmente apaixonados por todo mundo.

Bagan


De lá, pegamos um ônibus que levou aproximadamente 3 horas pra chegar em Bagan, cidade que entre os séculos 9 e 13 foi capital do império Pagan. Durante esse período aproximadamente 10 mil templos, pagodas e monastérios foram construídos, pra gente ter uma ideia do poder e devoção desse povo naquela época. Atualmente em torno de 2 mil desses muitos templos ainda estão de pé.

Se você um dia vir fotos de Bagan e se interessa por história e outras culturas, tenho certeza absoluta que você vai querer ver esse lugar com seus próprios olhos. É surreal de lindo, diferente e único - eu me sentia num outro planeta a todo instante. Então foi muito bom ter três noites por lá, porque queríamos explorar o sítio arqueológico com calma - fora que também tínhamos programado o passeio de balão, do qual falarei com detalhes num outro post.

Bagan foi o ponto alto da nossa passagem por Myanmar e continuávamos apaixonados pelas pessoas daquele país...

Templos em Bagan: parece coisa de outro mundo!

Voar de balão: uma experiência única!

Acordar cedo pra ver nascer do sol? Sim, senhor!


Yangon


Pegamos um ônibus noturno para a antiga capital, Yangon. O ônibus saiu de Bagan às 21h30 e chegamos em Yangon umas 7 da manhã. Não foi tão ruim - o ônibus era confortável, tinha serviço de bordo e tudo, mas o ar-condicionado tava muito frio, foi difícil pegar no sono.

Ficamos duas noites em Yangon e por ali exploramos um pouco da cidade e seus templos, pagodas e mosteiros (não diga!). Também visitamos um museu e foi super legal ter uma outra visão do país, já que Yangon tem definitivamente cara de cidade mesmo, ônibus normais, muita gente com roupas ocidentais e tal. Nos outros lugares, a coisa era bem mais precária em termos de transporte e as pessoas obviamente eram mais bem ligadas à cultura local, vestiam roupas típicas, etc.

Bairro colonial em Yangon

Locais varrendo o chão no maior templo do país



Deu até dó ir embora do Myanmar porque não fomos tão bem recebidos e bem tratados como nesse país em nenhum outro lugar do mundo. As pessoas são curiosas mas respeitosas e muitos nunca tiveram muito contato com turistas em suas vidas, então era comum as pessoas pararem a gente pra tirarem fotos nossas e conosco! Alguns comentavam do meu cabelo rosa e de outras características nossas, era muito fofo e lisonjeante, mas dava vergonha também. A verdade é que as pessoas lá eram tão doces, mas tão doces, que a gente ficava se sentindo mal, não sei se consigo explicar. Tipo, eles eram gentis porque eram mesmo, e não porque éramos turistas e "tínhamos dólares americanos", sabe?

Uma coisa que esqueci de comentar é que a moeda lá é kyat (se pronuncia shiát) e mano, que difícil usar essa moeda. Primeiro porque a conversão é bizarra e os número deles são muito grandes - um euro dá em torno de 1500 kyat. Era complicado fazer as contas na cabeça! Um outro detalhe é que já estávamos preparados para a tal complicação que é usar a moeda local lá e trocar dólares. Lemos em diversos blogs como eles são chatos com isso, e de fato, sentimos na pele. Se você quiser trocar dólares por kyats, a sua nota de dólar tem que estar impecável, sem dobras, sem nada - e tem que ser nota grande, nada de querer trocar só uns 10 dólares que não vão trocar! Já com o dinheiro local não são tão picky não, eles mesmos dobram notas, elas não estão tão pristinas quanto imaginávamos que deveriam estar. Não chegamos a passar nenhum sufoco porque no fim das contas, hoje Myanmar já está bem mais tourist-friendly e há caixas eletrônicos em todo lugar.

Enfim, esse foi definitivamente o meu país preferido por lá e mal posso esperar pra falar mais sobre ele aqui no blog!

É tudo muito lindo! Mas e esse pé sujo? rs

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