San Pedro de Atacama, agências e custos no deserto | Chile #3

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Já no avião de Santiago para Calama percebi que essa viagem seria diferente de todas as outras que já havia feito na vida. A vista da janela do avião era praticamente coisa de outro mundo - sobrevoar os Andes e ao mesmo tempo ver a imensidão daquele deserto era um indício que estávamos prestes a sermos bombardeados com paisagens maravilhosas. Mas tudo a seu preço, claro: o pouso do avião não foi nada suave. Acredito que pela geografia do lugar, os ventos ficam meio cruzados e olha... tive que respirar muito fundo e olhar pra frente o tempo todo pra não passar mal!

Depois de todo aquele rolê do aeroporto de Calama para San Pedro, chegamos. E San Pedro de Atacama é exatamente como eu imaginava: cheia de terra, de turista e de agências. A população não passa de 2 mil habitantes, e suspeito que a grande maioria trabalha mesmo com turismo, porque a cidade gira em torno disso: são agências, restaurantes, lojas, tudo para atender o turista. E falando em turistas, um dos guias disse que uns 50% dos turistas no Atacama são chilenos mesmo e dos outros 50%, uns 60% é brasileiro. Ouvimos muito português por lá e sempre tinha brasileiro nos tours que fizemos!

San Pedro fica a 2.400 metros de altitude, mas a gente não sentiu muito não. Claro, o clima é bem seco - alguns de nós tivemos dificuldade pra dormir (nariz entupia), garganta seca... e falando em nariz, algumas vezes sentia até ele meio sangrando, mas só quando o assoava, sabe? Faz parte. A pele ficou seca, boca super seca... tudo seco! Mas beleza, já esperávamos. No entanto, em termos de passar mal por causa de altitude, não aconteceu, pelo menos não a 2.400 metros de altitude!









São dezenas, me arrisco até a dizer centena(s) de agências pelas ruas de terra da cidade. E como todo mundo que já foi pro Atacama, vou reforçar o coro: não precisa reservar nada antes online. Com exceção daquele tour furado das estrelas (que você deve agendar com a agência Space antes), de resto, pode chegar de boa por lá que consegue. Porém, precisamos falar sobre uma outra coisa.

Muitas agências fazem bem-bolados. Então você contrata passeio com uma, mas acaba indo com outra, sabe? Um dos passeios que fizemos foi contratado com a Colque, mas o guia falou que trabalhava pra outra agência (esqueci o nome). Ou seja, acho que não adianta muito ficar escolhendo uma agência que pareça melhor, mais cara, ou sei lá o quê. No fim das contas os preços são meio que parecidos em todas e eles próprios se juntam pra ficar mais barato pra eles - afinal de contas, não compensa sair com uma van onde cabem 12 pessoas somente com 6 se você juntar com outra agência que tem poucas pessoas, não é mesmo? Não sei se eu tinha lido a respeito dessa prática quando planejava a viagem, mas deveria ter lido esse post aqui.






No primeiro passeio fomos com a Andes Travel, que era uma das únicas que tava aberta tarde da noite. Reservamos o passeio das Lagunas Antiplânicas pro dia seguinte - o preço seria 40 mil pesos chilenos por pessoa, mas eles fizeram por 35 mil cada (em janeiro/2017, em torno de 180 reais). Lembrando que o passeio dura o dia todo e incluiu café-da-manhã e almoço num restaurante.

Todos os outros passeios fechamos com a Colque, que eu já tinha visto recomendação no blog da Karine e da Katarina. O passeio para os Geiseres del Tatio por exemplo custou 20 mil pesos cada (em janeiro/2017, 105 reais), é um passeio que inclui o café-da-manhã e dura só a manhã mesmo, mas achamos que eles correram demais com as coisas e acabamos voltando bem mais cedo do que esperávamos.

Os outros passeios que fizemos foram o Valle del Arco Iris e Valle dela Luna. O primeiro custou 18 mil pesos (em janeiro/2017, 95 reais), se não me engano, e o segundo, 20 mil. E cara, valeu cada centavo. Esses foram os melhores passeios - mas como falei, o passeio da tarde foi contratado pela Colque mas feito com outra agência.

Muitos desses passeios não incluem o preço que você paga de entrada nas atrações, que são os parques mesmo. Então tem que ter em mente que você vai ter que pagar 3 mil aqui, 8 mil ali, de entrada nas coisas.

Em relação à comida, não temos do que reclamar. O café-da-manhã sempre tinha chá de coca, café, achocolatado, pão fresco, frios, manteiga, geléia... um deles tinha até guacamole, que uns brasileiros criticaram porque "onde já se viu comer abacate com pão?!". Eu só fico pensando na falta de flexibilidade e open-mindness das pessoas, mas seguimos...

Sobre gastos com comida, aí a coisa é meio complicada. Porque apesar de San Pedro de Atacama ser um pueblo pequenininho no meio do deserto, os preços refletem uma cidade super turística. Então não é incomum ver restaurante cobrando 18, 20 mil pesos por um prato principal. No entanto, muitos lugares fazem um tal de menu do dia, que inclui entrada, prato principal, refrigerante e sobremesa (geralmente você consegue escolher entre duas opções de entrada e prato principal) que sai em torno de 7, 8 mil pesos (em janeiro/2017, 42 reais). Então aí acaba valendo a pena, mas tem que ficar de olho, porque os restaurantes que não tem a placa na entrada avisando do menu do dia é porque geralmente são mais caros.

Há mercadinhos onde se pode comprar água, frutas e otras cositas más. Nós compramos muita água e alguns biscoitos e frutas pra ter na mochila pra caso ficássemos com fome durante os passeios, mas não chegou a acontecer não, o café-da-manhã era sempre bem servido. E sobre as folhas de coca pra ajudar no mal de altitude, eles costumam vendê-las nas lojas de souvenir e as bichinhas ajudam, viu? Mas são ruim pro diabo!


Só pra terminar esse post, queria dizer que San Pedro, apesar de pititica, é bem animada, viu? Restaurantes cheios, barzinhos cheios, muita gente na rua principal, que é a Caracoles... principalmente à noite. Então se você vai sozinho, por exemplo, vai sem medo porque vai acabar conhecendo gente por lá!
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