O primeiro trimestre do bebê R&B

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Eu estava muito, mas muito ansiosa pra finalmente escrever esse post aqui! Pra quem acompanha o blog, sabe que 2022 foi um ano muito difícil na questão gravidez. Tivemos algumas perdas, um fim de ano catastrófico, muitos traumas.


Pra quem já vinha tentando engravidar desde 2021, foi um baque começar 2023 sem ter saído o lugar. Eu não imaginava que seria assim conosco, me sentia injustiçada, mas ao mesmo tempo até culpada por tudo. Pensava que não tinha conseguido levar a gravidez adiante por inúmeros motivos (porque não acredito em deus, porque eu não quis ser mãe por grande parte da minha vida, porque tudo na minha vida já era bom e eu merecia sofrer, etc.).


Foram meses após a perda da Ayla pra nos reerguermos e decidirmos voltar a tentar novamente. E lá se foram uma, duas, três tentativas... e um atraso na menstruação. Quando você já passou por gravidez química, perda no primeiro e segundo trimestre, um atraso não significa nada. Até porque, mesmo nessas tentativas de 2023, eu tive atrasos, inclusive certeza absoluta que engravidei na viagem do Japão, porém dias depois a menstruação veio. Não cheguei a fazer o teste, mas sei que teria dado positivo. Então, no geral, tinha muito medo.






Mas eu esperei uns 3 dias após o atraso da menstruação dessa vez, e ao fazer o teste, veio o positivo! Não foi aquela animação nem aquela coisa "meu deus, minha vida vai mudar completamente!" porque eu sei que um positivo no palito não significa nada nem é garantia de nada - estava muito machucada e calejada, sabe? Porém, fiquei feliz, otimista. R., coitado, tava um poço de nervos, com muito medo de tudo dar errado de novo.


Assim que tive o positivo, entrei em contato com a psicóloga do hospital e também com o médico que nos deu o resultado das investigações feitas pós-perda em dezembro. A consulta que fizemos com ele foi em março de 2023, e na época ele me deu uma receita médica para aspirina e progesterona, e que assim que tivesse um positivo era pra datar a receita e começar os remédios. Foi o que fiz. Na verdade, no mesmo dia a psicóloga do hospital me ligou dizendo que havia marcado um ultra som mais cedo (em torno das 8 semanas) e o médico disse que queria me ver lá pelas 6 semanas também.





Devo dizer que fiquei com medo pois novamente tive aquele tal de implantation bleeding, que é um pequeno sangramento que pode ocorrer quando o embrião está "prendendo" à camada uterina. Tive esse sintoma outras vezes, e ele engana muito por parecer uma menstruação que vem chegando. Fora isso, até a semana 5, não tive nenhum sintoma a não ser um pouco de dor no peito (como se tivesse levado um soco no dia anterior, tipo um dolorido mesmo), e cansaço.


Dessa vez, me apeguei muito ao fato de que estava usando a progesterona. Isso não é algo que fiz das outras vezes, e embora ela seja mais indicada pra quem tá fazendo tratamento tipo fertilização in vitro, o médico do hospital recomendou, e ele trabalha com casais que tiveram perdas, sabe? Então me apeguei, e mesmo com medo, deixei o otimismo me vencer.


Já tínhamos decidido que não esperaríamos 12 semanas pra contar pras pessoas porque passar pela experiência de não contar e depois ter que contar que algo deu errado foi muito ruim. Nossa ideia era ir por etapas: após o primeiro ultrassom, contaríamos pra família próxima, no outro ultrassom, alguns amigos, etc, etc.


Então vamos de resumo de como foi esse primeiro semestre do bebê R&B?


Semana 4 - A semana em que fiz o teste de gravidez e veio o positivo. Fiz o teste de novo dois dias depois pra confirmar e tudo certo. No fim dessa semana comecei com a dor no peito, mas era muito esporádico.


Semana 5 - Comecei a quinta semana super cansada, com sono, mesmo dormindo bem. Muita ansiedade, aquele medo de ver sangue na calcinha a cada ida ao banheiro, mas feliz de imaginar que dessa vez ia dar certo! Acho que a progesterona ajudou a me fazer sentir cansada porque poder ser um dos sintomas também. Até aquele momento, não tive enjoos. Também aproveitei e me cadastrei no hospital (novamente) pra começar o acompanhamento da gestação - agora eles tem um sistema online, então não precisei imprimir formulário pra mandar pelo correio.


Semana 6 - Não senti mais tanto cansaço, mas ainda um pouco de sono mesmo dormindo 8, 9 horas por noite. Ainda sem enjoos, às vezes com uma leve cólica. Agora, o sintoma principal dessa semana foi inchaço! É normal de gravidez, mas principalmente da progesterona que eu tava usando. Meu deus! Eu normalmente já tenho uma barriga saliente, mas ela cresceu muito, de inchaço, retenção de líquido... parecia uma barriga redonda de grávida mesmo, embora essa barriga só deveria aparecer com alguns meses de gestação. Na bula da progesterona fala que isso é normal mesmo. Foi no finzinho dessa semana também que fizemos nosso primeiro ultrassom.


Eu estava muito nervosa, mas felizmente, deu tudo certo. Além de conseguir ver que o embrião estava no lugar certo, pudemos até mesmo ouvir o coração! Fiquei emocionada mas comecei a rir loucamente no escritório do médico, ficamos mesmo muito felizes! Saímos esperançosos mas com os pés no chão e a promessa de ver o médico novamente em duas semanas.


Aguardando o ultrassom



Semana 7 - Comecei a semana 7 com algumas dores nas costas, mas nada excepcional. Foi uma semana ótima porque fiz uma viagem entre amigas que tava marcada há um tempo, o que ajudou MUITO a me distrair.


Semana 8 - Fizemos o nosso segundo ultrassom no fim da semana, e eu tava super nervosa. Na verdade, naquela semana eu tive uma infecção urinária, o que foi um puta susto porque eu nunca tinha tido isso e por ver um pouco de sangue na urina, surtei. Mas fui ao médico de família, tomei antibiótico e tudo se resolveu. No ultrassom o médico finalmente conseguiu medir o bebê e dar a idade gestacional certinha, nos tranquilizou de que estava tudo indo bem e pra continuarmos tranquilos, um dia de cada vez. Marcamos de vê-lo novamente em duas semanas.


Minha barriga saliente de sempre + um pouco de inchaço



Semana 9 - Durante essa semana continuei sem muitos sintomas, só o sono e constipação. Meu povo, valorizem o poder de fazer um bom cocô todo dia, hahaha. Foi nessa semana em que fizemos o Panorama test, que identifica anormalidades genéticas, além de um ultrassom também. Os resultados do exame de sangue não tivemos na hora, obviamente, mas pelo ultrassom pudemos ver o bebê, coração batendo, tudo nos conformes. É sempre uma tensão esse momento, acho que pra nós nunca mais vai ser aquela coisa gostosa de "ah, vamos ver o bebê no ultrassom". Os primeiros segundos são sempre tensos, "será que tô vendo movimento na tela?", aquela insegurança de não saber se dessa vez vamos ter a temida notícia. Não que sejamos pessimistas, mas é como um sintoma de estresse pós-traumático mesmo, sei lá. Enfim, saímos da clínica com uma foto e até mesmo vídeo do ultrassom, coisa que não acontece no acompanhamento do hospital público!


ps.: essa clínica foi recomendada pelo médico do Coombe e gostei muito. O atendimento foi ótimo, rápido, nos sentimos super bem e como falei, até videozinho recebi no celular. O preço do teste é o mesmo em qualquer clínica, então que seja num lugar legal, né?


Semana 10 - Tive uma crise choro nessa semana, com medo de perdermos esse bebê assim como da última vez. É uma montanha-russa de emoções! Comparando com fotos de quando estava de 10 semanas da outra vez, notei que a barriga já está bem mais saliente dessa vez - também por causa do inchaço causado pela progesterona. Foi uma semana bem arrastada.


Semana 11 - Passei o fim de semana fora, contei da gravidez pra mais amigos e me senti muito amada - uma das melhores coisas é ver a reação das pessoas, uma delícia! Também nessa semana recebemos o resultado do Panorama que fizemos na semana 9, e tudo certo, baixo risco pra tudo!!! Além disso, fizemos mais um ultrassom com o médico na maternidade, e vimos como o bebezinho cresceu nesse tempo. Muito medo conforme chegamos mais perto do segundo trimestre, mas também esperança de que já deu certo. O médico tá muito confiante, e que ter tido bons resultados de DNA no exame Panorama é uma super garantia!


Também nessa semana tive minha primeira consulta oficial na maternidade, o que eles chamam de booking history appointment. É uma consulta com a midwife onde ela faz inúmeras perguntas sobre seu histórico de saúde e também familiar. Ela tira sua pressão, coleta sangue, urina e já deixa marcado (caso necessário) seu exame para saber sobre diabetes gestacional. No meu caso foi necessário pois meu IMC é acima de 30, mas esse exame só é feito na semana 28 da gravidez.


Semana 12 - Comecei a semana 12 muito apreensiva. Nessa altura do campeonato, qualquer coisa que acontecesse de ruim poderia nos levar à uma repetição do que passamos no ano passado, e isso deu muito, muito medo. No entanto, fizemos nosso primeiro ultrassom "oficial" do pré-natal e tudo certo, como em todos os ultrassom que já vínhamos fazendo. A médica disse que tava tudo nos conformes, dentro do esperado, mas o alívio que senti não foi maior do que o medo, infelizmente. Da última vez, também estava tudo bem com 12 semanas... haja conversa e terapia pra me manter firme.





Semana 13 - Finalmente a última semana do temido primeiro trimestre! Fizemos mais um ultrassom com o médico que está nos acompanhando - e vale lembrar que essas consultas com ele são totalmente em off, por fora, não tem nem nada no meu prontuário. Ele oferece esses ultrassons em early pregnancy como parte do trabalho dele de acompanhamento e suporte pra casais que tiveram perdas. E tudo de graça, tá? Não posso reclamar, porque todo o acompanhamento no Coombe tá sendo ótimo.


Bom, esse ultrassom foi certamente muito mais emocionante pra gente do que o dating scan da semana anterior - bebezinho se mexendo, coração batendo, tudo certinho... que alívio! Oficialmente já estamos mais à frente do que na gravidez da Ayla, porque na gravidez dela, descobrimos num ultrassom com 14 semanas que ela tinha parado de desenvolver em torno das 12. 


O médico disse para nos tranquilizarmos, que agora está tudo à nosso favor, mas não consigo relaxar 100% ainda. De qualquer forma, mesmo já estando no segundo trimestre, vamos ver esse médico mais duas vezes antes da primeira consulta com o médico "oficial" do pré-natal.


E é isso. Um primeiro trimestre cheio de medo e ansiedade, onde o tempo passou quase que em câmera lenta, mas sobrevivemos, e chegamos com esperança no segundo trimestre! Daqui a uns 3 meses eu volto com updates do segundo trimestre!

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