Ljubliana e Bled na Eslovênia

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Já fazia um tempo que eu olhava o mapa da Europa e pensava: qual será o próximo destino? Nesses quase dez anos morando aqui, tive o privilégio de conhecer muitos, mas muitos lugares mesmo. No começo, porque eu não sabia quanto tempo passaria na Europa e queria conhecer o máximo. E ao longo dos anos, porque eu peguei gosto pela coisa mesmo, hahaha.


Bom, também devo dizer que a facilidade de ter uma Ryanair e voos a baixo custo ajudou muito. Mas voltando ao mapa: como já visitamos muitos dos lugares "chave" tipo França, Itália, Alemanha, agora os destinos desconhecidos são bem mais longe, não tem vôo direto de Dublin, etc. Claro que conheceeeeer, conhecer mesmo, ainda faltaria muito porque a gente só tem a experiência de passar poucos dias em cada lugar, mas vocês entenderam, né?


Enfim, um dos lugares pelos quais me interessei recentemente foi a Eslovênia. Sabia das paisagens belíssimas e da sua localização no meio de grandes titãs como Itália, Croácia, Áustria e Hungria. E apesar de não ter voo direto daqui, a gente já tinha olhado umas combinações, preços, etc. 




Bom, em 2022 completamos um ano de casados, e como presente resolvi fazer uma surpresa pro R. e levá-lo até lá! Planejei tudo sozinha e deu um trabalhão organizar tudo, mas foi legal ter essa experiência, porque no geral a gente sempre planeja viagem juntos. No fim, comprei uma passagem Dublin - Zurique - Ljubliana pela Lufthansa e a volta partindo de Veneza com a boa e velha Ryanair. Sim, a capital da Eslovênia e Veneza ficam a poucas horas de ônibus entre si, então achei que poderia fazer essa viagem ainda mais especial acrescentando mais uma cidade italiana pro nosso repertório.


Mas nem tudo são flores, e embora a gente tenha muita sorte com voos e aeroporto, sempre estamos sujeitos à perrengues, né? Então basicamente, nosso voo, que era pra sair às 8am, acabou saindo 10 e pouco e perdemos a conexão em Zurique. Até nos colocaram em outro voo, mas tivemos que voar pra Frankfurt primeiro pra depois seguir pra Ljubliana. A ideia era ter chegado às 2pm e no fim chegamos 10pm. Sobre isso, duas coisas: 1) pela lei europeia, temos direito a uma compensação financeira pelo atraso e já estou correndo atrás (quem lembra que conseguimos uma grana da Ryanair num esquema desse?) e 2) no fim das contas, até que não perdemos muito por não ter esse dia inteiro. Claro, ficamos super cansados e frustrados, mas como a Eslovênia é pequenininha e não tínhamos muitos planos mirabolantes, super deu pra ter um gostinho!


Sábado então acordamos cedo e fomos tomar café num lugar super descoladinho: Ek Bistro. Tava ameaçando chover desde cedo e realmente choveu enquanto tomávamos café, mas deu tempo da chuva parar quando saímos. A ideia era pegar um ônibus até a cidade de Bled, que fica a mais ou menos uma hora ao norte da capital.


Fomos a pé pra estação de ônibus e ali mesmo compramos o bilhete - tinha um ônibus saindo em 15 minutos e pelo que entendi, eles são bem frequentes e baratinhos no fim de semana! Tem muito post na internet (em inglês) explicando tim-tim por tim-tim de como ir de Ljubliana a Bled, então vou poupá-los da parte mais prática da coisa.






Só sei que quando chegamos lá, ficamos surpresos: eu achei que Bled seria uma vilazinha minúscula, mas é até bem grande. Claro, a cidade gira em torno do lago que dá nome ao local, e em pleno sábado de verão, deu pra ver que é uma parada bem popular e turística! Aquele clima de beira do lado delicioso, famílias fazendo piquenique, amigos fazendo esportes aquáticos, casais sentados ou caminhando... as temperaturas estavam elevadas, mas decidimos dar uma volta no lago pois segundo informações que achamos na internet, a volta completa daria 1h. Uma porra que dá uma hora, hahaha. Levamos mais de 2h, mas também porque fomos parando pra tirar foto e tal, mas não tem muitas paradas nem bancos pra sentar, sabe? Ao fim eu já tava cansadona, mas aquele azul maravilhoso enche os olhos!


Ali no meio do lado tem uma mini ilhazinha com um igreja do século 17, e a carinha dela me lembrou muito o Castelo do Drácula na Romênia. Aliás, achei esloveno super parecido (visualmente!) com romeno, e a arquitetura no geral me lembrou muito também. Achei essa uma observação interessante porque a Romênia é até bem longe da Eslovênia, mas voltando à igreja: é possível visitá-la a partir de barco, e acaba sendo um lugar muito famoso pra casamentos - consigo imaginar o porquê. É muito lindo, muito cênico!







Quando terminamos de dar a volta, ainda caminhamos mais pela avenida principal da cidade, mas dessa vez já com o intuito de achar um lugar pra comer - porém, decidimos pular o almoço, porque já tínhamos comido um bom brunch e a ideia era jantar mais cedo de qualquer forma. Foi nesse momento que demos de cara com uma placa falando sobre um bolo tradicional da região chamado de Blejska Kremna Rezina. Pronto, era o lanchinho perfeito pra finalizar nosso passeio por essa região tão romântica da Eslovênia!


Esse bolo cremoso que tem uma massa folhada em cima é do século 18 e foi inventado no império Austro-Húngaro, e por causa disso não é exclusivo da Eslovênia, já que diferentes versões do mesmo são encontradas na Bósnia, Polônia, Eslováquia, etc. Apesar de vários cafés servirem o doce em Bled, o "lugar real oficial original" é o Park Hotel, que começou a servir o bolo em 1953 após o chefe voltar da segunda guerra.


Tudo do kremna rezina tem a ver com o número 7. A massa folhada é dobrada 7 vezes e descansa durante a noite antes de ser cozida. O creminho é cozido por 7 minutos, esfriado e depois coloca-se creme de leite batido e açúcar de confeiteiro por cima. Quando pronto, ele é cortado em quadradinhos de 7cm por 7cm! No Park Hotel, eles vendem mais de 3 mil fatias POR DIA, mas mesmo com toda essa popularidade e demanda, foi bem fácil pegar uma mesa e provar o bolo - delicioso e muito cremoso por sinal!






No ponto de ônibus mesmo compramos o bilhete pra voltar pra Ljubliana, e quando desembarcamos e viemos andando até o centro, um brasileiro nos ouviu falando português e puxou conversa, hahaha. Ele já morou em Dublin tipo 15 anos atrás, depois voltou pro Brasil, viajou bastante e agora tava fazendo um mochilão pelo leste europeu antes de se mudar pra Austrália!


Ljubliana, capital da Eslovênia, tem uma população de quase 280 mil habitantes. É aquela típica capital europeia com o centro velho que gira em torno do rio principal, tem pracinhas e monumentos históricos, ruas para pedestres, etc. No fim, a gente só caminhou meio sem rumo mesmo e tiramos fotos com os dragões, os padroeiros da cidade


No dia seguinte caminhamos mais, pegamos um trenzinho até lá em cima no Castelo e apreciamos uma bela vista da cidade. Não achamos Ljubliana super incrível e foda, e talvez se tivéssemos feito um tour ou algo assim eu teria achado mais interessante. Acho que a Eslovênia tem paisagens lindas - a julgar por Bled, mas também pela localização geográfica do país e os outros países que o cercam - então conhecer mais do interior deve ser demais! Tanto que a gente gostou bem mais de Bled do que Ljubliana, porque capital europeia por capital europeia, tem outras tão charmosas quanto Ljubliana com muito mais atrações.







De todo modo, foi um passeio tranquilo e uma ótima combinação com nosso próximo destino nessa mesma viagem que comentei lá em cima: Veneza! São apenas 3 horas e pouco de ônibus entre a capital eslovena e Veneza, então deu pra gente fazer um bem-bolado e deu muito certo, mas num próximo post eu conto mais sobre nossa parada italiana.









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