Veneza, um lugar único no mundo!

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(post originalmente escrito em outubro de 2022)


Ahhhh, o que dizer de Veneza? Que é linda? Que é única? Que é insuportavelmente lotada de turistas? Sim para tudo isso e mais! Essa é uma viagem que eu nunca tinha conseguido organizar porque apesar de adorar a Itália, eu sempre acabo escolhendo outros destinos na frente - e a coitada ia ficando pra trás. Mas, como na nossa viagem pra Eslôvenia rolaria fazer essa parada em Veneza, deu certinho!


Eu não teria escolhido ir pra Veneza em pleno pico do verão europeu, mas como só seriam literalmente 24h na cidade, resolvi encarar. Tava com as expectativas bem baixas porque já ouvi e li diversos relatos elogiando mas também falando muito mal de Veneza: que é suja, cara, que tem turista demais... e no fim, não sei se demos sorte ou a expectativa baixa ajudou, mas cara, eu simplesmente fiquei encantada com essa cidade como há muito não ficava!







Chegamos lá num domingo fim de tarde, de ônibus partindo de Ljubliana na Eslovênia. Eu tinha me preparado bem e pegado dicas com um colega do trabalho que é de Veneza, mas mesmo assim passamos uns apertos. Explico: ele havia dito que quando chegássemos tínhamos que comprar o bilhete pra pegar o vaporetto (o ônibus fluvial, digamos assim) e validá-lo, porque senão pagava multa. Beleza, validamos. Aí vimos que tinha umas mensagens de usar máscara no transporte, que era obrigatório, mas literalmente só tínhamos UMA máscara sobrando na bolsa. Deu um desespero porque não tinha lugar nenhum onde podíamos comprar, mas pensamos: "poxa, são umas 4 paradas, não vai ter problema". 


Bem, assim que subimos uma moça já perguntou da máscara, me fiz de louca e falei que tava procurando na bolsa. Mas eu não ia conseguir ficar minutos e minutos procurando, né? Depois um outro cara veio cobrar, disse que teríamos que descer na próxima parada pra comprar uma máscara. Beleza, sem problema. A questão é que quando descemos, estávamos numa ilha separada da ilha principal e não tinha absolutamente NADA ali, nenhuma alma viva. Ninguém! Procurei no GPS por farmácia e vimos que tinha uma no fim da rua, mas estava fechada - era domingo umas 6 da tarde. Deu um desespero, mas aí notamos um bar aberto. Entramos e perguntei se poderia comprar uma máscara de alguém - a dona se compadeceu e nos deu uma máscara.


Vê que na ilha principal tem uma ponte? Nós estávamos em Giudecca, nenhum modo de pelo menos ir andando até o hotel.


No fim, voltamos pro ponto e pegamos o próximo vaporetto, mas foi um belo de um aperto porque se esse bar não tivesse aberto, não teríamos conseguido embarcar pra ilha principal onde nos hospedamos. No fim, deu tudo certo! Chegamos na Piazza San Marco e fiquei em choque: é surreal estar naquele lugar. Eu imaginava que seriam só passagens aquáticas, mas tem terra firme em Veneza e super rola andar bastante! As ruas são estreitinhas, não tem carro nem nada, mas é diferente do que eu pensava nesse aspecto. Pra achar o hotel foi outro leve perrengue, não dá pra ver os nomes das ruas direito e é tudo apertado, mas com o GPS, conseguimos chegar. Acomodação é Veneza é foda porque são hoteis velhos, caros e péssimos, mas no fim até que o nosso não era tão ruim não.


Nesse dia só jantamos num local indicado pela recepção do hotel e dormimos cedo pra aproveitar o dia seguinte, que seria nosso dia pra passear mesmo.


Gente, Veneza é surreal, tem muito, muito turista MESMO. Tipo, mais do que em Paris, Nova York, mais que Londres, que qualquer outro lugar que eu conheça. Mas não me estressei, sabia que seria assim e isso não atrapalhou a nossa experiência lá. De qualquer forma, não fizemos muitos passeios turísticos - não entramos em museu nem subimos em igreja nem nada - a única coisa foi o passeio de gôndola mesmo e caminhar meio sem rumo pela cidade.


O passeio de gôndola é polêmico, mas agora que eu já passei por essa experiência, posso garantir que vale cada centavo. Veneza continua sendo incrível sem isso, mas com a gôndola você acaba vendo tudo por outro ângulo. Se não me engano, pagamos 80 euros por 40 minutos de passeio. O preço é tabelado e não importa com quem você vai, todas as empresas ficam ali na piazza San Marco e você combina o trajeto na hora - são 3 opções. Foi demais passar por aqueles caminhos apertados, ver como o guia da gôndola trabalha e simplesmente observar Veneza "de baixo". Foi foda mesmo!









Tava um calor desgraçado, mas como as ruas são bem estreitas, os prédios acabam fazendo muita sombra por esses corredores e conseguimos fugir bem do sol, ufa! Mesmo assim, foi cansativo e no fim do dia estávamos prontos pra vir embora, mas confesso que eu teria gostado de ficar mais um dia por lá. Sei que também é possível ter uma boa experiência no inverno, mas acho que numa próxima eu escolheria visitar na primavera ou outono pra fugir do calorão. Acho que é uma boa pesquisar sobre o nível da água em determinada época do ano também - acho que isso pode influenciar no mau cheiro que algumas pessoas comentam quando vão pra lá.


Uma coisa que conversei com meu colega do trabalho que nasceu e cresceu em Vezena, é que infelizmente essa é uma cidade totalmente voltada pro turismo, sendo esse em sua maioria o turismo de cruzeiros onde o navio atraca por lá, fica um dia e sai. Então digamos que os serviços, lojas e restaurantes não sentem uma obrigação em serem excelentes, porque a maioria das pessoas só estará lá por um dia pra gastar o dinheiro e ir embora, não tem aquela preocupação com clientes que possam voltar no dia seguinte, sabe? Então realmente é difícil encontrar comida boa de verdade, serviços genuínos. Nós demos sorte porque esse amigo me deu essa dica do Vaporetto, de alguns restaurantes, e não podemos reclamar, mas acredito que seja importante pesquisar bem, pegar dica no hotel, porque a chance de você se decepcionar é bem grande.









Veneza me deixou pensando muito nessa questão de turismo de massa, em como isso pode ser tratado, e falando com meu colega eu disse que achava justo cobrarem uma taxa de turismo e limitarem o número de pessoas por dia na ilha. No entanto, ele me disse que era contra tais medidas - como falei, Veneza sobrevive de turismo e a maior parte das pessoas que ali trabalham não vivem na ilha por conta dos altos custos com moradia. Então por essa lógica, quanto mais turismo, melhor pra economia de lá, mas até quando isso será sustentável? Só sei que se você tiver a oportunidade de ver esse lugar com seus próprios olhos, eu recomendo demais!







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