Nossa viagem chegava ao fim, mas esse seria um dia especial: o dia em que conheceríamos a tal da Blue Lagoon! Estava empolgada! Antes de comprarmos os tickets online, ficamos na dúvida se dirigiríamos até o hotel em Reykjavik pra deixar as coisas e depois voltar pa devolver o carro, mas acho que o jeito que fizemos foi o melhor.
Antes de devolver o motorhome pra locadora de carros tivemos que limpá-lo - ou seja, ter certeza que tiramos todos a sujeira, dejetos, encher o tanque d'água. Paramos num posto indicado pela moça do acampamento onde passamos a noite anterior e lavamos ele por fora também. Tudo isso havia sido exigido pela empresa mediante multa caso não o fizéssemos.
Aí devolvemos o motorhome perto do aeroporto e de lá eles chamaram um táxi pra nós. O táxi pra Blue Lagoon custou 40 euros e a viagem levou mais ou menos 20 minutos.
Assim que chegamos, parecia que estávamos em outro planeta. Primeiro porque logo na recepção (que é de vidro) você consegue ver a lagoa em si, e é muito impressionante. Por outro lado, a própria recepção é super chique, cara de spa mesmo, então fiquei tipo "uau". Já tínhamos lido que era possível deixar as malas num maleiro e valeu muito a pena.
Como eu tinha recebido a proposta de trabalho poucos dias antes (inclusive lido e assinado o contrato pelo celular, hahaha), fizemos uma reserva no restaurante pra comemorar. De entrada trouxeram um pão delicioso com manteiga batida com skyr (super levinha e cremosa). De prato principal pedi um bacalhau mas não amei, porém a sobremesa fechou muito bem: sorvete de coco com mousse de chocolate com amêndoas e calda congelada de framboesa. Almoçamos antes pra ter certeza que conseguiríamos passar as próximas horas na água sem tem que sair pra comer e depois voltar.
A estrutura da Blue Lagoon é fantástica. Você paga caro, mas pode ficar o dia todo, as toalhas são inclusas, tem vestiário pra guardar as coisas e os banheiros são extremamente limpos. Eu já sabia que seria mais turistão mesmo, mas mesmo assim achei essa A MELHOR lagoa que visitamos na Islândia. Recapitulando: fomos na Secret Lagoon no nosso primeiro dia e também na Myvatn Nature Baths no quinto dia. Amabas experiências muito legais, mas a Blue Lagoon foi ainda melhor.
Apesar de mais cheia, ela é a maior, a água tem a cor mais impressionante e é a mais quentinha. Por ela ser bem grande, você encontra uns "bolsões" de espaço sem muita gente, e foi maravilhoso pra relaxar. Além disso, a entrada te dá direito à uma bebida - tem um bar no meio da lagoa! - e também uma máscara de argila.
Por conta da quantidade de sílica na água, ela fica com aparência leitosa, porém é impressionante pensar nos mistérios e força da natureza quando estamos num lugar assim. Experiência definitivamente inesquecível!
E só voltando na estrutura do lugar em si, apesar de caro (o ingresso que compramos era o mais barato e custou 60 euros cada um), eu curti demais. Como falei, tinha toalha limpinha, o banheiro era extremamente limpo, tinha sabonete líquido, secador, várias facilidades e modernidades por ali. Por outro lado, não consigo me ver passando mais do que algumas horas num lugar assim, porque a gente fica entediado, né? Então assim, entendo que muita gente fala que não valha a pena pelo preço, mas eu penso que não sei quando terei a oportunidade pra voltar pra um lugar desse, sabe? Então se eu puder fazer, eu faço. Recomendo sim!
De lá tem um ônibus que sai de hora em hora pra capital e a viagem dura uma hora. Foi também super tranquilo, e quando chegamos em Reykjavik em si, eles dividem as pessoas em vans menores dependendo da localização do hotel onde elas ficarão. Então eles literalmente te deixam na porta, e eu recomendo muito fazer esse rolê do que estar com motorhome ou carro alugado nessa altura da viagem.
O hotel tinha sido recém reformado e foi muito bom finalmente ver uma cama, um banheiro... afinal de contas, estávamos dormindo no motorhome há 7 dias! No entanto, o cheiro de enxofre que vinha da água é real. Super forte e desagradável, e não tem muito como fugir. Mas tá na chuva.... hahaha.
O hotel ficava bem no centrinho mesmo, então nos arrumamos e já saímos pra ver um pouco da cidade e procurar um lugar pra jantar. Tava tudo bombando de gente, tanto turistas como locais. Tivemos que andar um bom pedaço pra achar um restaurante mais vazio, mas achamos um turco e foi certeiro, porque a comida tava deliciosa! Foi uma experiência estranha porque ninguém lá usava máscara (setembro/2021), parecia uma vida covid-free, pós-pandemia, muito diferente do que estávamos vivendo na Irlanda naquele momento.
Na volta tomamos sorvete (tem muita sorveteria nesse país, não consigo superar) e apreciamos as lojinhas, a arte de rua, tudo parecia de mentirinha! Mas ainda veríamos mais no dia seguinte, e apesar de cansada eu ali já tinha me arrependido de deixar só um dia inteiro pra Reykjavik porque essa cidade é incrível!
O que nos aguardava no dia seguinte |