Uma introdução à Bagan

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Eu tinha expectativas altíssimas pra Bagan. Sabia que os templos seriam impressionantes, que o passeio de balão seria uma experiência única, que encheríamos o cartão de memória com fotos... mas Bagan conseguiu superar todas as expectativas. Pra mim, foi o ponto alto da nossa passagem pelo Myanmar e quem sabe até da viagem para a Ásia toda!

Mas comecemos do começo: às 7 da manhã estávamos chegando de táxi na "rodoviária" de onde sairia o ônibus pra Bagan que compramos uns meses antes. Na verdade, rodoviária entre aspas porque essa não é a estação principal da cidade de Mandalay, mas bastou falar pro taxista que pegaríamos o ônibus da JJ (Joyous Journey) pra Bagan e ele já sabia pra onde nos levar.

Aliás, eu ainda vou fazer um post sobre essas empresas de ônibus que usamos pela Ásia, então se você tem interesse em saber mais, aguarde que esse ano o post ainda sai!

Mas tá, esperamos um pouco dentro do escritório e antes das 7 e meia o rapaz da empresa pegou nossas malas e colocou no bagageiro do ônibus. Subimos e nos surpreendemos: de fato o ônibus era tão grande e espaçoso quanto imaginávamos pelas resenhas que havíamos lido. O R. foi lendo a viagem toda, enquanto eu tentei dormir - afinal de contas, na noite anterior eu não tinha dormido quase nada. Mas, apesar de ter fechado os olhos aqui e ali, não consegui pegar no sono. O jeito foi apreciar a estrada - que foi bem de interiorzão mesmo. Passamos por várias vilas bem pobres pelo caminho, e fiquei imaginando como seria quando chegássemos no nosso destino...




Chegamos em Bagan em umas 3h, ao contrário das 5h ou mais que estávamos esperando. Na saída do ônibus já tinha uns caras oferecendo táxi e é difícil você dizer não enquanto pensa no que vai fazer. Acabamos fechando um táxi que foi o único "golpe" que sofremos na viagem toda: ele cobrou o dobro do que realmente custa a viagem. Mesmo assim, esse valor em euros é muito pequeno, então não ficamos frustrados ao descobrir posteriormente que sofremos esse mini golpe.

Em uns 20 minutos chegamos no hotel, e já no caminho os táxis param num lugar pra que você possa comprar o ticket da Zona Arqueológica de Bagan. O ticket é válido para uma semana e custa 20 dólares e eles aceitam tanto kyat (moeda local) ou dólares mesmo, desde que as notas estejam impecáveis!

Desembarcamos no hotel e levamos um susto: era muito mais lindo do que esperávamos. A verdade é que como fizemos as reservas desses hotéis todos muitos meses antes da viagem, simplesmente nem lembrávamos mais os lugares que tínhamos escolhido e foi uma ótima surpresa - a piada interna da viagem toda era "Thank you Bárbara and R. from the past!".

Descansamos um pouco, comemos no hotel mesmo e sentamos pra decidir a melhor forma de explorar a região dos templos. Dá pra caminhar uns trechos, mas são em torno de 2 mil templos espalhados numa área de 100km², então pensa, é muito grande! Algumas pessoas alugam cavalo, outras alugam vans privadas com ar-condicionado, outras bicicleta, mas nós optamos mesmo pelas electric bikes. Tratam-se de motos que contém baterias ao invés de utilizarem gasolina; elas são fáceis de manusear e tem limite de velocidade baixo. A princípio alugaríamos uma pra nós dois, mas era muito difícil controlar a motinha com o peso dos dois, então cada um ficou com uma. O aluguel era feito no hotel mesmo e custava 10 mil kyat para o dia todo (em torno de 6 euros).



O mapa que pegamos no hotel foi mais do que suficiente pra explorar a área - e pra ser sincera, você acaba nem seguindo muito o mapa não. Tem templo a cada passo, você tropeça e cai em um. Então a gente escolheu os templos principais e o que conseguíssemos ver nos outros dias seria lucro. A região toda é dividida entre Old Bagan, Nyaung U e New Bagan, então tentamos em focar em uma região por dia, mas acabamos passando por várias áreas e templos repetidos nos três dias em que estivemos por lá.

Todos os templos são absolutamente fascinantes e além dos templos maiores, que contém ouro, estupas e tal, também tem templos menorzinhos que contém apenas um Buda gigante dentro ou até mesmo nada. Por conta de terremotos na região, vários templos foram destruídos ao longo dessas centenas e milhares de anos, e o governo tenta desde sempre fazer a manutenção e restauração do local.


Ler as placas não é exatamente uma tarefa fácil




Infelizmente quase não há informação específica sobre os templos ao visitá-los, mas ou dávamos uma lida rápida na descrição dos templos principais no guia, ou simplesmente caímos no mundo e estrada afora pra explorar. Essa foi a primeira vez na viagem que nos sentimos totalmente livres, exploradores... muitas vezes encontrávamos um aglomerado de templos e ficávamos totalmente sozinhos por lá por um longo período de tempo!

O bilhete pra Zona Arqueológica só é conferido nos templos principais, mas é importante mantê-lo consigo a todo instante.

Uma prática que se tornou constante na nossa vida por lá é que tínhamos que tirar o sapato pra entrar em todos os templos. E o solo na região é bem arenoso, irregular, sem contar o fato de que visitar templos à tarde era sempre tenso porque o chão tava queimando! Mas engolíamos as reclamações e seguíamos em frente.





Ficamos absolutamente estupefatos com tudo que vimos, e tivemos muito contato com locais pela região porque como eu disse em algum outro post, às vezes éramos os únicos no local OU os únicos ocidentais no local. Uma experiência sem igual ser parada várias vezes para tirar foto com eles (e eu aproveitava a deixa sempre pra pedir uma foto de volta também), receber olhares curiosos, muitos sorrisos tímidos...

Quero falar de mais algumas outras coisas que vimos e fizemos por lá, mas como esse post tá enorme, vou parando por aqui.




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