Yangon abriga o maior templo budista do país, a Shwedagon Pagoda e no geral, a cidade em si não é tão atrativa quantos os outros lugares por onde passamos em Myanmar. A infra-estrutura não é exatamente incrível, ainda mais quando a gente compara as capitais da região. Mesmo assim, nossos dois dias por lá foram super bem aproveitados e só reafirmaram nosso amor por esse país foda!
Chegamos em Yangon na manhã do dia 19 de março de 2018. Na verdade, saímos de Bagan na noite anterior e após umas 10 horas de viagem, desembarcamos no nosso destino. A empresa de ônibus disse que nos deixaria no hotel - o que seria ótimo. No entanto, quando chegamos na entrada de Yangon tivemos que todos descer do ônibus e fomos reagrupados em outros ônibus - acho que pra separar quem ia pra região X quem ia pra região Y....
O problema é que não sabíamos onde era o hotel, obviamente. E o motorista não falava inglês. O ônibus tava lotado (não era ônibus de viagem) e ficamos pensando: como avisar pro motorista onde vamos descer? Por sorte, tínhamos 3G no celular e fomos olhando no mapa. Quando vimos que aquela região era a região do nosso hotel, pedimos pra descer. Ali na avenida conseguimos um táxi e em menos de 5 minutos chegamos no hotel.
O problema é que não sabíamos onde era o hotel, obviamente. E o motorista não falava inglês. O ônibus tava lotado (não era ônibus de viagem) e ficamos pensando: como avisar pro motorista onde vamos descer? Por sorte, tínhamos 3G no celular e fomos olhando no mapa. Quando vimos que aquela região era a região do nosso hotel, pedimos pra descer. Ali na avenida conseguimos um táxi e em menos de 5 minutos chegamos no hotel.
E aliás, o pessoal desse hotel tratou a gente tão bem que eu queria ter abraçado todos quando fomos embora, rs. O quarto já tava pronto e poderíamos fazer o check-in, o que foi essencial pra gente dormir por umas horinhas antes de sairmos pra explorar.
Nossa primeira parada foi a Sule Pagoda, local com mais de 2.500 anos de idade! Ao entrarmos um rapaz ofereceu um tour guiado e resolvemos fazê-lo, o que acabou sendo uma ótima decisão, porque ele explicou várias coisas que nos ajudaram a entender mais das estruturas dos templos e pagodas, até porque nós visitamos dezenas de lugares assim na viagem toda.
Ele explicou que no budismo há 8 dias da semana, cada um desses dias sendo representado por um Buda. Então quando você vai no templo, vai agradecer/rezar pro seu Buda que corresponde ao Buda do dia da semana em que você nasceu. O guia tinha um aplicativo no celular pra calcular os nossos - o meu é terça-feira. Sendo assim, fomos até o Buda da terça-feira. Chegando lá, eu tive que pegar um copinho com água e ir molhando o Buda - oito vezes no total. Cada uma dessas representa alguma coisa - agradecer pelos ensinamentos, pai e mãe, saúde, etc. Além disso, cada Buda tem um número da sorte e um animal (os meus são 8 e leão respectivamente).
Depois passemos um pouco pela região, que é colonial, demos uma volta numa praça e seguimos pra outra pagoda, a Botataung. Ela é famosa por conter muito ouro e também fios de cabelo do Buda. Você entra por um corredor que faz o percurso dela por dentro e vai seguindo sem parar, porque é muita gente entrando.
Esse templo não foi tão impressionante/legal quanto os outros, mas mesmo assim valeu a visita. Nesse dia foi que descobrimos o tal do aplicativo de carros Grab, então foi super fácil, seguro e barato voltar pra casa naquele caos de trânsito e de cidade. Os motoristas eram sempre super fofos, e mesmo falando pouco inglês, puxavam papo com a gente, eram gentis.
No nosso segundo dia em Yangon resolvemos conhecer um museu pra fazer algo assim, diferente. Até então já estávamos na Ásia há algumas semanas e nem só de praia e templo vive o homem, certo? rs. Decidimos conhecer o National Museum of Myanmar - fomos pra lá de Grab, o aplicativo maravilhoso. A corrida deu uns bons 40 minutos e custou 4100 kyat - menos de 3 euros.
Chegando lá, tivemos que deixar a bolsa/mochila com câmera num locker então apesar de ter entrado com o celular, tirei poucas fotos. A verdade é que o museu é enorme, tem diversos andares e muitas peças em exposição, mas pouca coisa que nos chamou a atenção de fato. Tipo, é um museu mais tradicional mesmo, não tem nada interativo, poucas informações em inglês e algumas salas eram até mal iluminadas. Então aproveitamos umas horas por lá e depois almoçamos num café em frente ao museu.
De lá seguimos pra grande estrela do dia - e da passagem por Yangon: a Shwedagon Pagoda, maior do país e mais visitada!
Fomos a pé do museu mesmo, e confesso que não foi a melhor das ideias. Tava calor pra caramba, eu tava de mau humor com as pernas tudo grudando uma na outra... #gordinhalife. Mas ok, chegamos, subimos uma escadaria enorme e levamos bronca de uma mulher aleatória porque não tínhamos tirado as sandálias. A gente nessa altura do campeonato já sabia muito bem que tinha que tirar os sapatos, mas ainda não tínhamos entrado no templo, né? Enfim...
Passamos pela segurança e a mulher arrumou o lenço que eu tinha amarrado na cintura corretamente e entramos.
Aparentemente essa pagoda milenar guarda várias relíquias importantes para o budismo e foi crescendo e sendo reconstruída com o passar dos anos - seja porque reis e rainhas queriam mudar e aumentar o local, seja por causa de terremotos, seja por causa do governo. Só pra citar um exemplo, em 1608 um aventureiro português chamado Filipe de Brito e Nicote chegou destruindo tudo por lá e seus homens roubaram um sino de 300 toneladas que seria derretido para que pudessem fazer canhões, mas o sino caiu no rio Bago enquanto faziam a travessia. Sem contar também nos britânicos uns 200 anos depois usando Shwedagon como um forte para se defenderem de ataques dos birmaneses.
Nós fomos pra lá no fim da tarde porque o guia da Lonely Planet recomendava ou ir bem cedo ou no fim do dia, porque a maior parte do complexo fica exposta ao sol e você não vai aguentar nem pisar no chão quente. E de fato, após às 16h o chão começou a dar uma trégua e conseguimos andar bastante - dessa vez entendendo tudo sobre os Budas diferentes (já que tínhamos aprendido no tour do dia anterior). Numa dessas, um monge sentado numa sombra chamou a gente pra sentar com ele pra conversar.
Eu já tinha ouvido falar nisso, que os monges gostam de praticar inglês com os turistas e conversam numa boa, mas mesmo assim é uma experiência bem bizarra. Eles são pessoas como eu e você, claro - inclusive munidos de seus smartphones. Mas são monges. Então conversamos um pouco sobre os lugares que tínhamos visitado em Myanmar e ele fez vários comentários interessantes sobre a Irlanda, Brasil, etc. O cara sabia muita coisa de geografia, já tinha viajado bastante e tal. Teve uma hora que eu tava cansada de estar sentada no chão de perna cruzada e descruzei e estiquei as pernas. Na hora ele me pediu educadamente pra mudar de posição porque sem querer eu apontei os pés pro Buda, e isso não podeeeee! rs
Mas enfim, foi uma experiência muito legal porque foi a nossa despedida desse país tão maravilhoso e acolhedor que foi Myanmar. Não sei se um dia voltaremos - e honestamente, acho que não quero voltar. Sei que com o passar dos anos, Myanmar vai se modernizar, se ocidentalizar, e talvez eu queira preservar essa imagem incrível que ficou na minha cabeça. Um país sem igual!
Olhando essas fotos, eu jamais diria que essa cidade fica no sudeste asiático! |
No nosso segundo dia em Yangon resolvemos conhecer um museu pra fazer algo assim, diferente. Até então já estávamos na Ásia há algumas semanas e nem só de praia e templo vive o homem, certo? rs. Decidimos conhecer o National Museum of Myanmar - fomos pra lá de Grab, o aplicativo maravilhoso. A corrida deu uns bons 40 minutos e custou 4100 kyat - menos de 3 euros.
Chegando lá, tivemos que deixar a bolsa/mochila com câmera num locker então apesar de ter entrado com o celular, tirei poucas fotos. A verdade é que o museu é enorme, tem diversos andares e muitas peças em exposição, mas pouca coisa que nos chamou a atenção de fato. Tipo, é um museu mais tradicional mesmo, não tem nada interativo, poucas informações em inglês e algumas salas eram até mal iluminadas. Então aproveitamos umas horas por lá e depois almoçamos num café em frente ao museu.
De lá seguimos pra grande estrela do dia - e da passagem por Yangon: a Shwedagon Pagoda, maior do país e mais visitada!
Fomos a pé do museu mesmo, e confesso que não foi a melhor das ideias. Tava calor pra caramba, eu tava de mau humor com as pernas tudo grudando uma na outra... #gordinhalife. Mas ok, chegamos, subimos uma escadaria enorme e levamos bronca de uma mulher aleatória porque não tínhamos tirado as sandálias. A gente nessa altura do campeonato já sabia muito bem que tinha que tirar os sapatos, mas ainda não tínhamos entrado no templo, né? Enfim...
Passamos pela segurança e a mulher arrumou o lenço que eu tinha amarrado na cintura corretamente e entramos.
Aparentemente essa pagoda milenar guarda várias relíquias importantes para o budismo e foi crescendo e sendo reconstruída com o passar dos anos - seja porque reis e rainhas queriam mudar e aumentar o local, seja por causa de terremotos, seja por causa do governo. Só pra citar um exemplo, em 1608 um aventureiro português chamado Filipe de Brito e Nicote chegou destruindo tudo por lá e seus homens roubaram um sino de 300 toneladas que seria derretido para que pudessem fazer canhões, mas o sino caiu no rio Bago enquanto faziam a travessia. Sem contar também nos britânicos uns 200 anos depois usando Shwedagon como um forte para se defenderem de ataques dos birmaneses.
Nós fomos pra lá no fim da tarde porque o guia da Lonely Planet recomendava ou ir bem cedo ou no fim do dia, porque a maior parte do complexo fica exposta ao sol e você não vai aguentar nem pisar no chão quente. E de fato, após às 16h o chão começou a dar uma trégua e conseguimos andar bastante - dessa vez entendendo tudo sobre os Budas diferentes (já que tínhamos aprendido no tour do dia anterior). Numa dessas, um monge sentado numa sombra chamou a gente pra sentar com ele pra conversar.
Eu já tinha ouvido falar nisso, que os monges gostam de praticar inglês com os turistas e conversam numa boa, mas mesmo assim é uma experiência bem bizarra. Eles são pessoas como eu e você, claro - inclusive munidos de seus smartphones. Mas são monges. Então conversamos um pouco sobre os lugares que tínhamos visitado em Myanmar e ele fez vários comentários interessantes sobre a Irlanda, Brasil, etc. O cara sabia muita coisa de geografia, já tinha viajado bastante e tal. Teve uma hora que eu tava cansada de estar sentada no chão de perna cruzada e descruzei e estiquei as pernas. Na hora ele me pediu educadamente pra mudar de posição porque sem querer eu apontei os pés pro Buda, e isso não podeeeee! rs
Mas enfim, foi uma experiência muito legal porque foi a nossa despedida desse país tão maravilhoso e acolhedor que foi Myanmar. Não sei se um dia voltaremos - e honestamente, acho que não quero voltar. Sei que com o passar dos anos, Myanmar vai se modernizar, se ocidentalizar, e talvez eu queira preservar essa imagem incrível que ficou na minha cabeça. Um país sem igual!