Esse post vem com muito tempo de atraso, mas como sempre, pra mim o que mais importa é o registro em si. Quando eu estava de licença-maternidade, usava muito o instagram como um apoio: pra desabafar, reclamar, pedir conselhos e também compartilhar. Mas, a gente sabe que as redes são efêmeras, e sabe-se lá se as informações presentes ali sumirão no futuro. Além disso, como dei uma pausa do instagram em si (e mesmo agora que voltei, tenho ficado somente uns minutinhos por dia), achei que poderia trazer algumas coisas discutidas lá, pra cá.
A minha ideia com esse post não é explicar como funciona a licença-maternidade na Irlanda, pagamentos, direitos, nem nada disso - isso aí tá tudo no Google hahaha. Na verdade eu queria contar um pouco sobre como foi a minha licença - as coisas que fiz, não fiz, os lugares que descobri, atividades com bebês, e tudo que me fez sobreviver um pouco à esse período tão complicado!
Vou pular a parte da depressão pós-parto, dos dias sem parar de chorar, da raiva, angústia e vontade de sair correndo pras colinas e vou direto pra quando a P tinha uns 4 ou 5 meses de idade: foi quando de fato comecei a me sentir mais corajosa em sair de casa com uma neném tão pequena. Comecei com umas aulas de baby massage oferecidas pela própria maternidade e foi muito bom pra começar a me acostumar com essa rotina de tomar café da manhã correndo, arrumar a bebê sozinha e pegar o carro.
Depois disso, fiz muitas outras atividades recorrentes e também coisas esporádicas, tais como:
Existem algumas escolas diferentes (Turtle Tots, Water Babies, etc) com várias unidades pelo país, e eu escolhi uma até meio longe da minha casa mas que parecia ter uma estrutura excelente, água aquecida, etc. Cada "termo" custava pra lá de 200 euros e eu sofri muito no começo. Não na água em si, porque isso a P sempre gostou, mas ela chorava muito no pré e pós aula (às vezes durante, mas nem tanto). Eu queria sentar e chorar junto, porque a meia horinha de aula quase não compensava aquele trampo de me secar e trocar e secar e trocá-la após a aula. Mesmo assim, insisti e fizemos 2 termos assim.
Depois, já de volta ao trabalho, mudamos as aulas pro domingo e o R ia junto pra dividirmos o rolê, que nessa altura já estava mais fácil de qualquer jeito. Atualmente demos uma pausa porque teríamos muitos eventos durante o verão e iamos acabar perdendo muita aula... pra um negócio caro assim, melhor voltar quando pudermos de fato frequentar as aulas.
- Aulas sensoriais pra bebês
Fiz alguns termos no
Gymboree em Celbridge e foi sensacional. A Janet, dona do negócio e também uma das professoras, é uma querida e muito entendida do desenvolvimento de bebês. Eu fiquei encantada por ela e pelo espaço, sem contar as atividades promovidas ali. Eles oferecem diversos aparelhos e brinquedos que estimulam o desenvolvimento de diversas formas, é muito interessante MESMO. A P gostava muito, e eu também genuinamente gostava de estar ali. Recomendo de olhos fechados!
Também em Celbridge aproveitei pra fazer dois termos de aula de música com a
Music Maestros. A dona e professora era uma querida e as aulas eram muito fofas. Tinha musiquinha, instrumentos de verdade pra eles verem e tocarem, brincadeiras, livros musicais... eu realmente gostava de ir nessas aulas e só não continuamos porque voltei ao trabalho. Se pudesse, com certeza teria continuado porque era um bom momento pra nós duas!
Essa também era uma aula sensorial pra bebês bem abrangente que incluía música, histórias, movimentos, etc. Eles tem várias unidades e vários horários, é super bem organizado. Fizemos dois termos e eu gostei, apesar de que achava tudo um pouco repetitivo porque a sequência das coisas era sempre igual (propositalmente, claro). Acho muito válido pra quem tem bebê pequeno, e no fim até fiz amizade com uma das mães lá e mantemos contato até hoje!
Fora essas aulas mais recorrentes no calendário, também levei a P pra uns eventos que eu via no EventBrite ou dos quais ouvia falar:
Fizemos 4 aulas com a
Clever Little Handies sobre língua de sinais pra bebê (de graça!) e foi muito legal participar. Também fui algumas vezes no storytelling (músicas, rimas, etc) da biblioteca de Walkinstown e na biblioteca de Tallaght. Participei também de um encontro de pais com bebês em irlandês na biblioteca da Kevin St no centro, mas achei esse bem fraco e acabei não voltando.
Em três ocasiões diferentes, fui a shows de música clássica pra bebês: uma organizada diretamente pelo
Classical Kids e outras duas no
Bring Along a Baby no National Concert Hall, que foram sensacionais. Como são apresentações pra pais com bebês, pode ter barulho, um pouco de bagunça, não tem problema. É muito fofo ver os nenéns prestando atenção e curtindo a música! A única coisa é eles só vendem ingresso tipo só uma ou duas vezes por mês, tem que ficar de olho no site pra conseguir porque os ingressos são disputadíssimos.

Fui em algumas sessões de cinema com bebês com uma amiga que fiz num desses eventos por aí. No Stella tem todo um evento (
Baby on board), você ganha comidinha, bebida e eles vem trazer na sua mesa (esse cinema tem umas poltronas maravilhosas, mesinhas, etc). Também fomos juntas no Lighthouse (
Parent & Baby). O bom é que nessas sessões eles não apagam totalmente as luzes e o som não é tão alto - além de ter legenda pra todo mundo conseguir ler/entender caso os nenéns estejam muito barulhentos hahaha. Ah, os filmes são para os pais mesmo, não são filmes infantis.
Esse é um
café misturado com parquinho indoors: tem muitos brinquedos, piscina de bolinhas, etc, onde as crianças podem brincar enquanto os pais sentam, comem uma coisinha. Não é nada chique nem muito elaborado, mas nos salvou algumas vezes em dias de chuva.
Fora tudo isso, fui em diversos cafés e parques levando a P à tiracolo. Ter começado a sair com ela me deu muita confiança de pegar o carro, de me jogar mesmo infeliz, mesmo com ela chorando, mesmo com tudo. Ter ficado sozinha com ela em casa na época teria sido muito pior. No fim, num determinado momento da minha licença, eu tinha atividades com a P todo santo dia da semana, e às vezes mais de uma coisa. Foi essencial pra minha sanidade ter tido a oportunidade de fazer tanta coisa, e também devo reconhecer o privilégio de poder bancar tudo isso - fora a natação, nada era caríssimo não, mas mesmo assim os custos acumulam! Porém eu via como uma forma de nos manter vivas e ocupadas nos longos dias em que você tem um pequeno bebê em casa.
Se tivesse outro filho, provavelmente começaria com essas aulinhas e coisas ainda mais cedo, porque além da oportunidade de sair, pegar o carro (mesmo com a criança chorando), eu conheci outras mães e fiz amizade com duas delas, aprendi musiquinhas, atividades, etc.
Enfim, fica aí um resumo um pouco mais bonitinho do que foi a minha licença, que durou de maio/24 à maio/25.