Conheci a A e a C quando trabalhei na Cultura Inglesa, no longínquo 2011. A gente se deu muito bem de cara, e além de passar os intervalos do trabalho batendo papo, muitas vezes pegávamos o metrô na saída do trabalho juntas, fora fazer uns rolês além do horário de trabalho quando possível.
Na verdade, nem trabalhamos juntas tanto tempo assim, porque eu mesma vim pra Irlanda em 2013 e elas mudaram de filial na época - então no fim das contas, a gente conviveu pouco tempo, porém o impacto foi profundo. Além disso, o destino deu um jeito de colocar a gente em caminhos parecidos, mas em lugares diferentes do planeta: em vim pra Irlanda fazer o que seria inicialmente um intercâmbio de 1 ano (que virou imigração que já dura 12 anos); a C conheceu um holandês numa viagem pela Europa na mesma época, namorou a distância e se mudou pra Holanda (há também 12 anos); por fim, a A conheceu um italiano numa viagem de fim de ano, se apaixonaram e coisa de um ano depois, lá estava ela de mala e cuia na Alemanha.
Essas coincidências nos deixaram mais próximas: mulheres vivendo em países longe do Brasil, em relacionamentos interculturais, com um background em língua e educação... e assim, com a ajuda de redes sociais e internet, começamos a nos falar mais no digital. E desde então, os laços só se estreitaram.
Abril de 2012, aniversário da A |
Julho de 2011, karaokê com a C |
Fui inúmeras vezes pra Holanda, bem como eles vieram pra cá; encontrei a A na Alemanha e também na casa dela na Itália, onde ela mora hoje; sozinhas (digo nós 3) já viajamos juntas pra Roma e Munique. Como grupo juntando maridos, filha e barrigas, já nos encontramos em Verona e Bruxelas. E recentemente, tivemos a change e privilégio de nos encontrarmos novamente, dessa vez, trazendo novos integrantes ao grupo.
Começamos como 3 amigas, viramos 6 com os namorados. Depois, vieram as crianças, e hoje, somos em 10!
2015, na Alemanha |
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2015, na Holanda |
Alugamos uma casa em Bruxelas - e não especificamente porque amamos a cidade (embora essa já tenha sido minha terceira vez!), mas porque é um excelente local entre os países onde moramos, de fácil acesso de trem, carro e avião. Foram conversas e conversas tentando alinhar as datas e encontrar um fim de semana prolongado que seria viável pra todos, e mesmo nas férias de verão foi difícil se organizar. Porque hoje as crianças mais velhas já tem compromissos escolares, os calendários são levemente diferentes, é marido que tem não-sei-o-quê do trabalho... mas ok, conseguimos separar 3 noites no meio de agosto pra celebrar esse encontro.
Deu tudo muito, muito certo. As crianças se amaram! Uma de 7, uma de 6, uma de 3 e a P, de 15 meses. Brincaram, se mantiveram entretidas, riram, correram... os adultos conseguiram se revezar entre preparar uma refeição aqui e outra ali, ficar de olho nas meninas, fazer pedido de comida, entre outras coisas. Foram dias maravilhosos de muito amor!
Em termos de passeio, não fizemos muito. Meu amigo A, que conheci aqui em Dublin mas já mora na Bélgica há muitos anos nos deu dicas de lugares onde podíamos passear com as meninas, e no fim passamos umas boas horas no parque Bois de la Cambre, onde elas puderam brincar em dois parquinhos diferentes. Além disso, almoçamos por ali mesmo no Le Flore e foi bem tranquilo.
Também passamos um dia no Mini Europe. Eu mesma já tinha ido na minha primeira vez em Bruxelas, mas na ocasião tinha chovido demais e não deu pra ver nada direito. Dessa vez, embora o clima tivesse ameaçando chover também, foi ooooutra coisa. Porque embora o parque seja mais afastado, vale muito mais a pena visitar com criança. Até a P, que é pequenininha, gostou. Isso porque além das miniaturas representando os países da Europa, tem algumas coisas interativas que fizeram a diferença, principalmente na segunda metade do passeio.
A única coisa ruim é que o restaurante do Mini Europe é muito meia-boca, e com as crianças cansadas, não dava pra sair procurando outra coisa naquela altura do campeonato. Fica a dica.
No fim, foram 2 dias e meio de caos, amor, fofuras, risadas, conversas e a sensação maravilhosa de como é bom ter amigos nessa vida. Ver os maridos conversando em português como língua franca e as meninas brincando também em português como se essa fosse a única língua delas encheu meu coração de amor e esperança. Já voltamos com o desejo de repetir esse passeio em 2026 - quem viver, verá!