Tóquio: perrengue, comidinhas e uma amiga japonesa

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O nosso quarto dia em Tóquio começou caótico. Explico: o nosso hotel tinha uma lavanderia onde era possível lavar as suas roupas praticamente de graça, onde você colocava as moedas na máquina e através de um link era possível ver a quantas estava o processo. Ou seja, era ótimo pra ver quando a roupa estava pronta para você transferir a mesma da máquina de lavar para a máquina de secar.


Apesar de termos ido dormir às 3 da manhã na noite anterior, o R. acordou às 6 para colocar a roupa na máquina. A gente fez isso porque durante o dia estaríamos fora do hotel e não teria como tirar as roupas da máquina, e não queríamos ficar "ocupando" ela, sabe? Ele voltou, nós dormimos mais um pouco e umas 8 horas da manhã, ele transferiu a roupa para a máquina de secar. Umas 9 horas nós saímos do hotel e fomos caminhando até a Tokyo Station, que era uma estação de metrô perto do hotel onde nós poderíamos trocar o nosso voucher pelos nossos JR passes, que são o bilhete do trem-bala que nós já tínhamos comprado antes, mas que precisávamos trocar e ativar estando no Japão.


Nós deixamos para fazer isso nesse dia porque não queríamos ativar o passe antes de precisar dele, justamente para não perder os dias válidos. Só que não imaginávamos o tamanho dessa estação e após andar muito, muito, muito e perguntar e pedir informações, finalmente encontramos o guichê da JR Pass e conseguimos trocar os bilhetes. O problema é que eu tinha combinado de me de encontrar a minha ex-aluna e amiga A. às 10:30 na frente do meu hotel. Nessa de andar, procurar e não sei o quê, não teríamos muito tempo pra voltar. Resolvemos pegar um táxi, já que seria coisa de no máximo 10 minutos até o hotel. A gente chegaria no hotel, tiraria a roupa da máquina de secar e terminaria de se arrumar para encontrar a minha amiga. 




Quando entramos no táxi, percebemos que o taxista não falava nada de inglês. Eu até mostrei no mapa o nome do hotel, a localização do hotel, ele pegou uma espécie de lupa e olhou, observou. Ele tentou, tadinho, falou japonês com a gente, mas não rolou. A comunicação não estava rolando! Se passaram mais de 5 minutos, a gente sentado no carro e ele sem entender para onde que tinha que levar. A gente pediu desculpas e levantamos e saímos do carro. Nisso, conseguimos encontrar um outro táxi. Esse outro taxista também não falava muito inglês, mas conseguiu pelo mapa identificar onde ele tinha que nos levar, ufa! Chegando no hotel, foi uma correria: o R. foi tirar as roupas da máquina enquanto eu estava terminando de me arrumar, a gente acabou atrasando para encontrar minha amiga e no fim das contas, a roupa não secou, hahaha. Ou seja, deixamos a roupa molhada em cima da cama, fomos passear e decidimos que resolveríamos essa questão das roupas quando a gente chegasse à noite. 


Com esse drama da manhã passado, encontramos a minha amiga e fomos caminhando até o mercado de peixe chamado Sujiki Market. Lá nós vimos muitos turistas, mas também muitos japoneses aproveitando as comidinhas de rua, os espetinhos e também os restaurantes. Eu comi um espetinho de gengibre com carne de polvo se não me falha a memória. E depois de caminhar naquele sol escaldante, conseguimos uma mesa num restaurante e eu provei um prato típico que consistia numa tigela de arroz com pedacinhos de carne de porco e ovo cru. Estava bem gostoso, mas a porção era muito grande, então eu não consegui terminar de comer. 






A A. ia me ajudar com a questão da máquina fotográfica que eu queria comprar, então nós fomos até o bairro de Akihabara, que é famoso pelos eletrônicos, atrás da bendita da câmera. Fomos em várias lojas e não achamos o modelo que eu estava procurando, então decidimos deixar para lá. Como tinha um supermercado ali perto, eu acabei pedindo para ela nos levar porque eu adoro visitar supermercados em viagens e tendo alguém do local, fica muito mais fácil entender certos produtos! Acabei comprando algumas coisinhas, uns chocolatinhos, mas não trouxe muita coisa não. 


De lá, nós fomos até uma casa de chá tradicional, que também foi um plano organizado pela A. Estava uma fila enorme, porque eles liberam lugares aos poucos, mas pelo menos a gente estava na sombra. Quando entramos, eles trouxeram um chá de sakura que eu achei bem salgadinho. Depois pedimos algumas sobremesas e eu confesso que eu não gostei muito dos doces. O nosso paladar para doces no Brasil é muito doce, então sempre que eu como algum doce que não seja tão doce quanto os doces brasileiros, acabo estranhando um pouquinho. Nós provamos uma sobremesa que era feita com os pedaços de gelatina, ervilhas, sorvete e algumas balas como se fossem bala de goma. No Japão no geral eles adoram doces com uma pasta de feijão, chá-verde, etc. Mas eu já estava preparada pra não gostar tanto pois já tinha tido a oportunidade de experimentar coisas no bairro da Liberdade em SP.







Depois da casa de chá, nós caminhamos um pouco até uma região onde a gente faria uma espécie de cruzeiro, um jantar num barco. No caminho passamos perto de um estádio de sumô e foi bem interessante ver alguns lutadores de sumô de longe, eles são enormes! Aliás, isso é uma coisa que eu tentei organizar antes da viagem, mas a gente deixou muito em cima da hora e infelizmente, perdemos a oportunidade porque estaria tendo uma competição de sumô justamente nos dias em que nós estaríamos no Japão - mas essa fica para a próxima. 


Chegamos no porto de onde sairia o barco. Essa tradição é chamada akatabune, e é muito antiga: entre o ano 600 e 1800 foi o ápice dessa tradição e as pessoas até hoje o fazem. Nesse barco tinha em torno de 60 pessoas, quase todas elas japonesas... pra não dizer que não, tinha uma família meio japonesa, meio australiana lá também. De resto, fora eu e o R., todos eram japoneses. Quando chegamos à mesa, a mesma já estava posta com várias comidinhas, vários pratinhos com mini porções de um mooonte de comida que eu nunca havia experimentado, vários tipos de frutos do mar, peixes muitos e muitos legumes. Aos poucos, o staff do restaurante veio trazendo mais coisas, como vários tipos de tempurá e outras comidinhas, além de bebidas também. No final, eles trouxeram uma sobremesa parecida com a sobremesa que a gente tinha comido na casa de chá. 


Confesso que achei muita comida, porque eles trouxeram muitas rodadas de muitas coisas. Não foi assim a minha refeição preferida, porque o sabor de alguns desses legumes e frutos do mar era muito diferente pro meu paladar. Mas eu amei a experiência e amei ter passado umas horas no meio dos japoneses que estavam obviamente curtindo muito aquele passeio. O barco vai parando em pontos estratégicos ao longo da baía de Tóquio, então a gente pode subir na parte superior do barco, que é aberta, para tirar fotos com vários prédios ao fundo. Foi muito legal! 











Depois disso, eu comentei com a A. que adoraria ir novamente no karaokê antes de ir embora e assim foi feito. Encontramos um karaokê pertinho da estação, masn ão ficamos tanto tempo quanto na noite anterior, porém foi bom pra matar a vontade (de novo!). Dessa vez, no tablet eu encontrei músicas em inglês, mas a seleção era menor do que a do karaokê da noite anterior. Minha amiga cantou vários clássicos da música japonesa que ela costuma cantar em karaokês quando sai com o pessoal do trabalho, principalmente músicas que o chefe dela conhece. 


Foi um dia muito especial, todo planejado por ela, e foi muito bom passear pelas ruas de Tóquio e entender um pouco mais da cultura japonesa, dos hábitos japoneses, da cultura de trabalho deles, entre muitas outras coisas. Visitar um país tendo alguém daquele país com você acaba tornando a experiência extremamente valiosa, foi muito bom!





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