Dubai pra mim sempre foi sinônimo de luxo, riqueza e muitos imigrantes aproveitando o dinheiro que a cidade tem pra oferecer. Nunca foi um destino que sonhei em conhecer, mas eu não sou de recusar destino nenhum! Então quando surgiu o planejamento pra irmos conhecer o Japão e a Coreia, achei uma oportunidade perfeita pra passar por Dubai, já que muitas conexões são feitas lá.
A princípio até cheguei a pensar em reservar o passeio pelas dunas do deserto ou até mesmo fazer o bate-e-volta pra Abu Dhabi, mas a verdade é que teríamos 3 dias inteiros na cidade, sendo o primeiro deles um dia possivelmente perdido devido ao jet lag. No fim, resolvemos apenas visitar o mínimo do mínimo pra começar as férias de uma maneira gentil - foi a melhor decisão no fim das contas!
Dubai é a cidade mais populosa dos Emirados Árabes, com 3 milhões e meio de pessoas, sendo apenas 15% dessas nascidas nos Emirados. É uma cidade que faz ótimo uso do dinheiro e lucro vindo do petróleo, e investem massivamente em turismo, além de atrair muitos estrangeiros com diversos tipos de ofertas de trabalho. Aqui na Irlanda, por exemplo, há muitos professores de inglês que vão dar aula em colégios internacionais por lá, já que há isenção de impostos. Assim, eles conseguem juntar uma boa grana antes de voltar pra cá.
Achei tudo em Dubai muito convidativo ao turista de modo geral: por exemplo, a chegada por lá já foi impressionante. O aeroporto é lindo, limpíssimo, e na imigração te dão um cartão grátis pra você ter dados no celular por 24h. Pegamos um táxi que deu em torno de 20 euros até o hotel, e na chegada, mais surpresas: parecia muito mais chique do que lembrávamos, o atendimento foi incrível. Nos hospedamos no Anantara Downtown e foi tão bom! Pagamos 120 euros num quarto gigantesco, banheiro enorme, enfim, um hotel 5 estrelas. Aqui na Irlanda - e em toda a Europa na verdade - esse valor só cobre um quarto básico numa localização ok.
Embora tivéssemos voado durante a noite, não estávamos tão cansados pra não fazer nada. Desse modo, optamos por pegar um táxi até nossa primeira atração: o Dubai Mall.
E aqui vou fazer um ps: sim, tem metrô em Dubai, mas pra mim não havia a menor condição de andar nem 10 minutos que fossem naquele sol e calor de mais de 40 graus. É insuportavelmente quente, impossível ser feliz num calor daqueles! Os táxis são baratos e além disso tem outros apps como Uber e Careem, então compensa bastante.
Voltando ao Dubai Mall: trata-se do maior shopping centre do mundo! Não costuma ser o meu lugar preferido em viagens, mas tínhamos que ver com nossos próprios olhos. Íamos aproveitar pra almoçar por ali na praça de alimentação e também ficar no ar condicionado!
Não tenho nem como explicar o quão grande é esse shopping: você anda, anda, anda e ele não acaba. Nós ficamos exaustos, dá pra ficar o dia inteiro naquele lugar, porque além de lojas, tem também atrações como aquário, pista de patinação, exposições, etc. É realmente enorme - e muito chique! Tipo, muitas e muitas lojas de luxo, de marcas famosas, de bilionários, etc. É surreal o tanto de dinheiro que rola naquele lugar. Claro, também tem coisas pra nós pobres mortais: acabei recomprando minha base na Sephora, umas velas na Bath and Bodyworks e passamos horas numa livraria vendo os títulos mais vendidos de autores do oriente médios, culinária, etc.
Na sequência tentamos visitar o Museum of Future, mas não pensamos que estaria tão cheio e o pior: totalmente esgotado para os próximos dias! Se tivéssemos pesquisado melhor, teríamos reservado os ingressos, e agora vai ter que ficar pra uma próxima vez...
Sem problema: no dia seguinte acordamos cedo pra visitar o Burj Khalifa! Pra esse passeio fomos espertos e já tínhamos reservado o ingresso, inclusive num combo com a Palm Jumeirah. O Burj é o prédio mais alto do mundo, com 829 metros de altura - quase 1 quilômetro! Ele é realmente incrível por fora e por dentro e acho a visita indispensável numa viagem a Dubai.
A entrada é feita pelo Dubai Mall (que é conectado ao Burj) e é tudo incrivelmente bem feito: os elevadores pra subir até as plataformas de visita, as informações sobre a construção e manutenção do prédio, até mesmo o perfume presente no ar! Há também sessões com telas onde você ver entrevistas com pessoas envolvidas no projeto, tipo o arquiteto tal, o gerente tal de segurança, a pessoa tal da limpeza - achei bem legal! Aprendemos, por exemplo, que a equipe de limpeza dos vidros externos demora 3 meses pra limpar o prédio de cima a baixo, porque há protocolos rigorosos de segurança. Assim que chegam lá embaixo, recomeçam o trabalho de novo!
O Burj Khalifa superou diversos recordes como a maior estrutura feita pela homem, o prédio mais alto, isso e aquilo, muita coisa mesmo. Ele abriga hotéis de luxo, apartamentos, escritórios e lojas. E a vista? Bem a vista é realmente de outro mundo. Porque assim: Dubai tem muitos arranha-céus enormes. Aí você chega no Burj e se depara com aqueles prediões que mais parecem predinhos, já que você tá muito mais acima deles. É bem legal! Sinceramente, parece a vista de um desenho futurista, porque vê as estradinhas perfeitas lá em baixo, a limpeza, mas também aquele ar sépia e aquela areia vinda do deserto. Eu curti muito a experiência!
De lá, fomos pra outra atração: The Palm. Como explicar The Palm? Um arquipélago de ilhas artificiais no formato de uma palmeira que aumentou a costa de Dubai em mais de 70km e que tem dezenas de milhares de habitantes. É um projeto ambicioso que impressiona! Além de residências de luxo, existem atrações, hotéis, resorts... numa escala grandiosa mesmo! Aliás, eu não disse que tudo que se refere à Dubai é grandioso, impressionante, luxuoso, etc?
Fizemos uma burrada, e reservamos o ingresso mais barato que não permite que você suba num determinado horário (eles tem o prime e non-prime hours) - então fique atento, porque tivemos que ficar dando volta no shopping esperando dar a hora de poder subir! No fim, foi ótimo porque estávamos cansados de ficar de pé tanto tempo e deu pra dar uma descansada e depois jantamos por ali mesmo.
No último dia de Dubai, fizemos um passeio um pouco mais roots: pegamos um táxi até Old Dubai para conhecer o souk. Eu já tinha tido essa experiência no Marrocos e Turquia e até achava que estaria preparada pro "ataque" dos vendedores, mas cara... não mesmo. Assim que entramos, parecia que tínhamos entrado numa piscina com tubarões sedentos. Eles vinham pra cima sem dó oferecendo seus produtos e até mesmo nos puxando um pouco. Foi muito desagradável, porque em situações assim, se eu até tinha vontade de olhar e talvez comprar algo, essa vontade vai embora rapidinho.
Continuamos explorando, e como por ali existem souks separados por áreas, tipo "souk do ouro", "souk de roupas", etc. foi ficando mais fácil conforme nos afastamos da entrada principal. Eu tinha dois objetivos: comprar um enfeite pra nossa árvore de natal e também uma abaya, aquela roupa típica das mulheres em países muçulmanos que consiste num vestido longo de manga comprida.
Acabamos entrando em algumas lojas. Em uma delas, o vendedor era muito bom e insistiu muito, tentou negociar, mas achei que a abaya tava saindo muito cara. Depois acabamos entrando numa outra lojinha pequena onde o vendedor me deixou à vontade pra olhar e provei a roupa por cima da roupa que eu tava usando mesmo, foi ótimo! Devo ter pagado uns 15 euros na roupa, que tem uns detalhes brilhantes lindos! Acabei também comprando uma outra numa outra lojinha pá-pum, também baratinho. Ambas lojas eram "fora" do souk, então talvez seja algo a se levar em consideração.
De lá, acabamos almoçando num lugar com cara de "podrão" mas que entregou! Comemos falafel, tabuleh, um monte de coisa gostosa por muito pouco! Ainda fazia um calorão, então olhando no google maps vi que tinha mais um souk por ali e achamos que seria bom pra fugir do sol, já que eles são sempre cobertos. Porém não imaginávamos que o Souk Naif era totalmente coberto, tipo dentro de um prédio mesmo! Parecia um mini shoppingzinho de dois andares vendendo essencialmente roupas. Tinha muita variedade, abayas super baratinhas - se eu soubesse, teria deixado pra comprar lá. Então fica a dica! Além disso, tinha ar condicionado, banheiro (era buraco no chão, mas banheiro mesmo assim), banquinhos, ótimo pra uma pausa e um respiro.
E assim foram nossos dias em Dubai: uma cidade que me surpreendeu pelo tanto de atrações e coisas interessantes, e que apesar de luxuosa, tem opções para bolsos modestos e entrega muito! Certamente eu iria novamente numa conexão assim, pra passar mais um ou dois dias. :)