Começamos nosso segundo dia em Tóquio super empolgados, embora tenhamos tido uma péssima noite de sono. O jet lag veio atrasado, na nossa segunda noite! Nós dormimos um total de umas 3 horas, então, obviamente, nós acordamos muuuito cansados, porém animados para continuar explorando mais de Tóquio!
A primeira coisa foi que, ao sair do hotel, nós andamos até uma das estações mais próximas de onde estava o hotel em Ginza e compramos o ticket para o metrô. Existem várias empresas de metrô em Tóquio e infelizmente nós compramos o ticket errado, hahaha. Mas tudo bem, a gente conseguiu se encontrar e comprar o bilhete certo e fomos direto para a região de Shibuya. Eu não fiz uma mega pesquisa sobre isso antes de ir não, e sinceramente, acho que uma lida rápida já basta pra você se inteirar do assunto.
Shibuya é uma região conhecida por ter o cruzamento mais cheio do mundo, onde passam mais pessoas no mundo! De acordo com a Wikipédia, são 3000 pessoas atravessando o cruzamento a cada luz verde, a cada 2 minutos. É muita gente! Nós chegamos e eu fiquei maravilhada com aquela região, porque tem muitos prédios altos, telões.... Gente andando, um buzz muito legal e embora não estivesse tão cheio quanto eu imaginava, obviamente nós atravessamos o cruzamento várias vezes para tirar foto, para fazer vídeos, ou simplesmente só para observar e absorver toda aquela atmosfera.
Existem vários lugares nos quais você pode subir para ter uma visão de Shibuya lá de cima, o que eu recomendo muito. Você pode subir no segundo andar da Starbucks na esquina ou no café da loja L'Occitane ali na região. Nós optamos por cruzar a ponte que leva até um shopping chamado Mark City, que é de graça! Dessa ponte é possível é observar as pessoas pequenininhas atravessado como formiguinhas lá em baixo, é incrível! A gente ainda teve oportunidade de visitar um outro lugar e ter a vista de Shibuya de cima, mas isso foi num outro dia.
Ali na região tinha muita gente andando, muita gente fazendo compras. Existem muitas lojas, telões e alto-falantes tocando música o tempo inteiro, então foi muito legal, já foi uma experiência muito diferente da experiência que nós tivemos no dia anterior, no bairro de Ginza. Decidimos entrar em uma das lojas que eu gostaria de conhecer, que é a Don Quijote, apelidada de Donki pelos japoneses. Lá eu tive a oportunidade de comprar alguns cosméticos que eu queria e também de ver todas as bugigangas, todas as coisinhas divertidas e fofas, todas as coisas diferentes que existem no Japão. É uma loucura!
Saindo da Donki, procuramos um restaurante para almoçar e entramos em um restaurante aleatório que estava abrindo pro almoço e comemos um monte de coisa diferente. Frango frito, carne de porco frita... aliás, nós observamos que as pessoas comem muita fritura no Japão! Do almoço, nós pegamos o metrô novamente e aí seguimos para a região de Asakusa, onde nós alugaríamos, por algumas horas, o quimono.
A experiência de vestir um quimono foi absolutamente fantástica! Eu me senti mais bonita quanto ou até mais bonita do que no dia do meu casamento, hahaha. Nós optamos por alugar um quimono por recomendação da minha ex-aluna e agora amiga japonesa, que me disse que isso era uma coisa muito comum entre os turistas e também japoneses. Eu confesso que fiquei um pouco ressabiada, um pouco desconfiada por achar que vestir o quimono fosse algum tipo de apropriação cultural, mas a A. me garantiu que não, que não era ofensivo - pelo contrário, era uma honra para os japoneses que as pessoas se interessassem pela cultura do Japão, pelas vestimentas, etc. Então, eu aluguei os quimonos na loja Yae antes da gente ir pro Japão e aproveitei para reservar também uma sessão de fotos com um fotógrafo da loja, já que a gente estava comemorando os nossos 10 anos de relacionamento, eu achei que valeria a pena ter alguém fotografando a gente de quimono.
Quando nós chegamos na loja, as atendentes foram extremamente fofas, como todo mundo no Japão, e nos levaram para a sessão da loja onde a gente pôde escolher o tipo de quimono, as cores que a gente queria e tal. Após escolhido, elas levam você para uma salinha onde você tira sua roupa (só fica de calcinha e sutiã), e coloca uma camisola bem básica, branca, por cima. Depois disso, elas entram na salinha com você - são necessárias 2 pessoas para te ajudar - e começam o ritual e o processo de te ajudar a vestir o quimono.
Foi uma experiência muito interessante, porque eu não me lembrava a última vez que alguém me ajudou a me vestir assim. Elas colocam diversas camadas de coisas e coisas em volta da sua cintura também para prender o quimono. Faixas na cintura, almofadinha na parte de trás e o quimono, em si.Tudo amarrado, você fica com a postura até meio dura, hahaha, banheiro NEM PENSAR. Foi bem engraçado! Você coloca também uma meia branca que tem uma divisão bem no dedão, já que com o quimono você tem que usar um sapatinho, um tamanquinho de dedo. Depois disso, você tem a opção de fazer o seu cabelo com base em alguns penteados que eles oferecem. Eu escolhi um penteado que eu gostei, um coque. A cabeleireira foi tão profissional e tão rápida que eu fiquei chocada, ela fez o meu cabelo em coisa de 15 minutos, decorou, colocou acessórios e eu me senti tão fofa! Todas as funcionárias da loja ficavam falando "kawaii" pra mim, dizendo que eu estava fofinha.
Andamos menos de 10 minutos até o templo Senso-ji e fizemos as fotos por ali. Uma coisa que notei é que vestir o quimono é popular entre todos mesmo, e nos templos isso é mais intensificado. Então você não se sente peixe fora d'água, tá todo mundo feliz com seus quimonos (homens e mulheres, japoneses e estrangeiros), acho que isso ajuda a você não se sentir tão fantasiado, sabe? No fim das contas eu amei amei amei a experiência, me achei tão linda e também adorei ver outras pessoas vestidas assim.
Depois das fotos a fotógrafa voltou pra loja e nós ainda ficamos perambulando um pouco no templo antes de ir devolver as roupas (bem mais rápido tirar do que colocar!). Usamos o banheiro, pegamos nossos pertences e voltamos pra entrada do templo onde tinham várias barraquinhas com itens de decoração, souvenir, comidinhas, e comemos uns bolinhos de batata doce e sakura! Também passamos numa rua onde tinha um pet shop com gatinhos à venda - parece que é bem comum por aquelas bandas!
Como o sol já se punha e muita coisa estava fechando, fomos andando até o metrô, coisa de uns 20 minutos? Foi surreal pensar que mesmo ali na região de Asakusa tem ruas super vazias, tranquilas... a gente às vezes ficava sozinho por um certo tempo, bem no meio de Tóquio, sabe?! Foi demais! Na estação, conseguimos comprar o cartão recarregável chamado Pasmo - ele funciona como o Bilhete Único em SP ou o Luas aqui na Irlanda: só colocar o crédito e fazer o check in e check out ao entrar e sair da estação. Super prático e fácil de usar!
Aliás, usar o metrô em Tóquio foi muito intuitivo, embora eu saiba que nem sempre tenha sido assim: minha amiga me falou que só colocaram placas e informaçõesem inglês por causa das Olimpíadas recentemente! De qualquer forma, pelo fato de cada estação ter um nome e número, é fácil se localizar. Vou usar a linha vermelha do metrô em São Paulo pra exemplificar: a linha vermelha chama "Linha vermelha", certo? Primeira parada: Barra Funda. Então seria tipo "LV (linha vermelha) 01 Barra Funda". A próxima estação, República, seria "LV 02 República", e assim por diante. Então mesmo se não sabe o nome da estação, ou não sabe falar o nome, sabe que tem que descer na M3, ou ir da V5 para a G7. Bem fácil mesmo!
Chegamos em Shinjuku à noite. Esse bairro é famoso por ser bem comercial e conter vários restaurantes, bares, etc. Eu me senti como o Marty McFly em "De volta pro futuro 2", quando ele chega em 2015 e dá de cara com projeções do filme "Tubarão" saindo da tela, hahaha. Achamos um restaurante pra comer nosso primeiro sushi verdadeiramente japonês. O lugar era naquele estilo que notamos ser bem comum por lá: um balcão no meio onde os chefes vão te servindo, e todos sentados nessa espécie de círculo. Eles colocaram wasabi no meio do sushi - achei um pouco forte, mas tava uma delícia! Mas mais do que isso: foi uma experiência autêntica, como quase tudo que fizemos por lá, já que muitas vezes nos víamos cercados por apenas japoneses!
Andamos até Golden Gai, uma coleção de ruas estreitas que abrigam vários barzinhos, e por barzinhos eu quero dizer bares pequenos mesmo, muitos com a capacidade para apenas algumas pessoas! Aparentemente é comum que cada bar tenha sua especialidade temática, e você fica lá batendo papo com o dono/garçom. Não entramos, porque além de exaustos, não gostamos da vibe... muita gente fumando dentro dos bares e tal. Mas temos um amigo que foi recentemente pro Japão e entrou num desses bares e amou a experiência!
No fim do dia, andamos 19 mil passos, mais de 10km, sendo que tínhamos dormido no máximo umas 3 horas. Esse foi o padrão da nossa viagem pro Japão: milhares e milhares de passos, muitos lugares visitados, e muito encantamento e alegria em estar num lugar tão único no mundo!