Luang Prabang: templos, bombas e hispterização

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Quando incluímos Laos no nosso roteiro, eu realmente não sabia o que esperar desse país, como comentei nesse post aqui. Aliás, fiquei bem chocada ao desembarcar no aeroporto em Luang Prabang, porque ele era muito menor do que qualquer outro aeroporto que até então tínhamos visto na Ásia. Além disso, o transfer do aeroporto até o hotel foi tão rápido, e aí já começamos a sentir no quão pequena era a cidade.

Luang Prabang significa Imagem do Buda Real e é uma cidade com aproximadamente 55 mil habitantes. Dezenas de seus vilarejos estão listados como patrimônio da UNESCO devido à sua arquitetura bem-preservada e seu acervo cultural e religioso. 

É uma cidade pequena, tranquila e muito, muito pacífica. Foi maravilhoso sair daquele vuvo-vuvo de Bangkok e chegar nesse fim de mundo - no bom sentido! Ouvíamos os pássaros, as pessoas não gritavam te oferecendo coisas, ninguém buzinava quando em suas motos. Foi um baque chegar lá nesse contexto!





Nós chegamos no fim da tarde, fizemos check-in no hotel (um lugar super simples, mas aceitável) e ao anoitecer, saímos pra procurar onde comer. Luang Prabang tem uma rua principal, a Sisavangvong Road, e ali acontece um mercado de rua toda noite super legal. Mas nessa primeira noite não ficamos perambulando muito pelo mercado não, acabamos entrando num café que parecia tão hipster que nos sentimos em casa! (a gente mora num bairro considerado super hipster aqui em Dublin)

A comida foi absolutamente maravilhosa, e isso precisa ser reforçado: a comida no Laos é excelente. Primeiro porque por causa da influência francesa, tem cafés oferecendo croissants maravilhosos e tal, mas também porque há a adição da cultura/tempero laosiano, e isso deu um tcham pras comidas de tal modo... aliás, todo café onde entramos era aquele susto: menus todos em inglês/francês, música moderninha, decoração rústica... Luang Prabang é com certeza muito diferente de tudo que vimos na Ásia!





No outro dia acordamos com uma puta chuva. Mas chovia tanto, tanto, que resolvemos levantar mais tarde, e quando passava do meio-dia, e a gente morrendo de fome, resolvemos sair na chuva mesmo - pedimos um guarda-chuva na recepção e eles gentilmente nos ofereceram dois. No entanto, ao sair do hotel a chuva já mostrava que ia passar, e quando terminamos de tomar café e seguir pro Palácio Real, acabou de vez!

O Palácio foi construído em 1904 durante a era colonial francesa e era ali onde visitantes oficiais eram recebidos. Em 75 a monarquia laosiana foi derrubada por comunistas e o palácio foi utilizado como campos de "re-educação" para no fim ser transformado no que hoje é um museu. Na verdade, no local há dois prédios principais: o templo e o museu. Fotos não são permitidas em nenhum lugar, então tivemos que deixar as bolsas dentro de um locker na entrada. Sapatos também não são permitidos - e sim, nos templos a gente já tava careca de saber, mas no museu foi novidade.



Dentro do museu você consegue ver os quartos e cômodos onde as famílias reais dormiam/recebiam pessoas, esse tipo de coisa. Mas é um palácio relativamente simples, principalmente em comparação com palácios europeus. Não havia muita informação pelos quartos, mas a sala que mais me impressionou foi uma onde eles exibem presentes que chefes de Estado de outros países mandaram para o Laos. Cada coisa linda e impressionante!

Após o museu, ficamos dando umas voltas pela cidade e seguimos a rua principal todinha até chegar no rio Mekong. Comemos uns snacks num restaurante na beira do rio todo moderninho hipster (a palavra hipster será mesmo muito usada nesse post) e curtimos a tranquilidade, paz e silêncio da cidade.



No dia seguinte fizemos uns passeios pra fora, e no outro, ficamos na cidade mais uma vez. Visitamos o UXO Museum (Lao National Unexploded Ordnance Programme), que comentei naquele outro post - Laos é o país mais bombardeado per capita na história e até hoje as consequências da Guerra do Vietnã são muito fortes e graves por lá. Imperdível passar por esse museu e impossível não se emocionar e revoltar com a situação pela qual os laosianos tiveram/tem que passar.




Além disso, nós também visitamos alguns templos - bem menores e imponentes do que os templos que havíamos visitado na Tailândia e Myanmar até então, mas não menos bonitos. Aliás, a arquitetura desses templos no Laos com os telhadinhos pontudos é a coisa mais fofa. O principal complexo que visitamos foi o Wat Xieng Thong, que engloba um mosteiro, pavilhões, residências, altares e etc. O local foi construído por volta de 1500 (!!!).

Luang Prabang é de uma calmaria sem igual e nós tivemos uma experiência muito tranquila e gostosa por lá - não acho que saímos perdendo ao escolher visitar Luang Prabang ao invés da capital, Vientiane - até porque visitamos muitas capitais pela Ásia e ter tido a oportunidade de ver uma outra cidade, menor, nos deu uma outra perspectiva acerca da vida naquele canto do planeta. Uma cidadezinha linda, super bem preservada e preparada para o turismo sem os exageros e turismo de massa que a região vem sofrendo.





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