Como contei no último post, chegamos em Luxemburgo numa sexta fim de tarde, e já deu tempo de dar uma leve passeada. No sábado andamos muito pela parte alta da cidade, visitamos museu, cafés, pracinhas e até parquinho pra fazer a criança gastar energia. Escapamos de uma chuvarada nos refugiando num café aconchegante e depois seguimos as andanças pra encontrar a Thaís e sua família.
Foi muito gostoso, a gente nunca tinha se visto pessoalmente mas nos demos tão bem! Conseguimos uma mesa no Scott's Pub, o que foi uma sorte, visto que ia rolar um evneto por ali e tava tudo bem cheio. As meninas (na época, a minha com 14 meses e a N com pouco mais de 2 anos) se deram bem, a gente bateu o maior papo e depois ainda conseguimos dar uma passada num festival de jazz (?!) que tava rolando ali de graça no complexo da Neumünster Abbey. Segundo a Thaís, demos sorte porque nem sempre tem esse tipo de evento na cidade!
De lá, fomos até a região onde fica a Golden Lady (um monumento em homenagem aos que lutaram na guerra), e só não ficamos zanzando mais porque ficaria tarde pras crianças! E aqui vai uma dica MUITO IMPORTANTE E ESSENCIAL SE VOCÊ TÁ VISITANDO A CIDADE: lembra que falei no outro post que há muitos morros, subidas íngremes, etc? Pois então, a cidade esconde alguns elevadores gratuitos que facilitam esse vai-e-vem entre cidade alta e baixa. O Ascenseur Grund nos levou direto lá pra cima, então marca esse no Google Maps!
No dia seguinte, passeamos eu, R e P com a Thaís e a filha dela. Tomamos café de manhã perto do nosso hotel, pegamos o tram (confortável e grátis!) e fomos até a estação Philarmonie, onde tiramos fotos no letreiro Luxembourg. De lá o plano era visitar o Museu da Guerra (fica no Fort Thüngen), mas as meninas não gostaram muito da vibe quando entramos, então continuamos caminhando até o Panoramic Elevator of the Pfaffenthal (ANOTA A DICA), que dá acesso ao Grund que é a parte baixa da cidade. Esse elevador é ainda mais legal que o outro que mencionei, porque é de vidro e tem uma vista sensacional!
Lá embaixo encontramos uma pracinha meio escondida tão gostosinha, e ali mesmo sentamos um pouco, deixamos as meninas brincarem e tiramos umas fotos. A Thaís foi pesquisando lugares pra gente almoçar, e depois de trocarmos as meninas ali mesmo, pegamos o elevador de volta pra parte elevada e pegamos uma mesa excelente no restaurante. Tinha bastante espaço e era meio escondido, então foi bom pra comer, deixar as crianças fazerem barulho e até soneca a P tirou. Depois de ter filho a gente valoriza muito restaurantes barulhentos, porque aí você não se sente mal por estar contribuindo pro volume alto no local!
De novo, por sorte, escapamos de uma outra chuvarada daquelas dignas de chuva de verão no Brasil, e quando terminamos de almoçar e a chuva dado uma trégua, descemos pela Casemates du Bock (do lado de fora). Trata-se de uma rede super complexa de de túneis e cavernas (?) internas, um feito militar e arquitetônico. Com certeza deve ser um passeio muito legal de fazer, porém impossível com criança pequena ainda mais em carrinho! Mas enfim, passamos pelo lado de fora mesmo, o que nos permitiu ter uma vista maravilhosa da cidade, inclusive da região da Neumünster Abbey onde tínhamos ido na noite anterior e pra onde estávamos indo novamente.
É que por ali fica o Museu de História Natural, que por módicos 5 euros por adulto nos permitiu passar uma horinha vendo bichos e deixando as meninas correr e engatinhar mais soltas. Tinha um cantinho com livros e giz para colorir (que elas amaram) e até um burrinho empalhado disponível pra meninada passar a mão e brincar um pouco - foi ótimo!
A gente teria passeado ainda mais, mas como a P vinha de uns dias doentinha, achamos melhor não exagerar - e mesmo assim, já tínhamos passeado muito, ainda mais com criança pequena, hahaha, uma vitória para os pais viajantes!
Por fim, preciso falar sobre a questão do português na cidade. Logo no primeiro dia, um dos garçons do restaurante italiano veio falar com a gente em português. No outro dia, ouvi mais. E mais. Tive que procurar na internet, não era possível. E aí descobrimos que o maior grupo de estrangeiros em Luxemburgo é de Portugal! São quase 100 mil portugueses, 15% da população do país. De fato, nos sentimos em casa porque em todo lugar em que interagimos com alguém - café, restaurante, museu, e até mesmo transeuntes pelas ruas.
Acho que no fim, minha conclusão pra quem gostaria de conhecer Luxemburgo é que, sem filhos, um fim-de-semana é super ok! Inclusive eu até recomendaria alugar um carro e conhecer alguns castelos e vilas pelo resto do país. Se for só pra ficar na capital mesmo, um dia inteiro, ainda mais no verão quando está claro por mais horas, é mais do que suficiente pra ver os principais pontos e sentir o clima da cidade.
Pra nós, foi uma experiência nova viajar somente por uns dias, um citybreak, agora trazendo a P a tiracolo - as outras viagens tinham sido bem mais longas. E sabe, mesmo com ela meio doentinha nos primeiros dias, fiquei tão feliz que deu tudo certo! Conseguimos passear, pegar transporte público, encontrar pessoas, visitar museu, incluir atividades mais convidativas pra ela também... acho que ficou um combinado bem bom, e me deu um gás e confiança em saber que nossa vida de casal pré-filhos não mudará tanto nesse sentido. Sabe, quando eu engravidei ouvi taaaantas pessoas com aqueles comentários tipo "esqueçam as viagens agora que vem os filhos" e isso me irritava profundamente, porque conheço pessoas (virtual e pessoalmente) que conseguiram manter vários hobbies da vida pré-filhos na vida pós-filhos. É a mesma coisa? Certamente não. Mas mesmo assim, é possível e pode sim ser prazerosa!