Uma visita à (quase) Coreia do Norte

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Domingão e já estávamos na rua antes das 8 da manhã. O motivo? Fazer um tour até a DMZ - área desmilitarizada entre as Coreias. Não era um passeio que queríamos fazer, tanto que não nos organizamos antes de viajar. Mas quando estávamos no Japão, conversando por mensagem com meu amigo T. (que mora na Coreia), pensamos que na verdade poderia ser uma oportunidade única na vida. Pesquisamos no google, encontramos uma empresa (dentre várias) que oferecia o passeio e ainda tinha disponibilidade e marcamos.


Na verdade, existem passeios diferentes pra essa região, e um deles inclui de fato visitar a DMZ. O nosso na verdade foi próximo, parou em alguns lugares, mas não é o melhor tour, o mais completo. Pra dizer a verdade, ficamos frustrados com esse passeio porque foi tudo muito corrido, não deu pra absorver, entender, aproveitar. Me arrependo? Não. Mas pra quem tem interesse no assunto, eu sugiro buscar o tour completo que dure o dia todo, de uma empresa com boas recomendações, etc.


Enfim. Esperamos a guia na saída do metrô como explicado nas instruções, e às 10am o ônibus saía de Seoul. Ao longo do caminho a guia recolhe nossos passaportes pois precisa entregá-los perto da fronteira (tudo para checagem, mas eles logo devolvem) e passa mais ou menos toda a uma hora de viagem resumindo a história da Coreia, como elas chegaram nessa divisão, a guerra, conflitos, etc. Sinceramente? Tudo muito confuso e não dava pra ouvi-la direito no ônibus.




Ok, chegamos na primeira parada, que mais parecia uma espécie de parque de diversões. Porém, é lá que a guia compra as entradas pra todo mundo, onde pudemos almoçar, etc. Nessa buffer zone está também a Ponte da Liberdade, que era usada pelos soldados retornando do Norte. Vimos algumas estátuas, homenagens, e também umas barraquinhas onde era possível comprar souvenirs, inclusive cédulas do dinheiro norte-coreano!






Na segunda parada, a uns 20 minutos de distância, entramos num prédio onde assistimos um vídeo que mais parecia publicidade pró-Coreia do Sul falando sobre as maravilhas da DMZ (foi muito bizarro mesmo!). E aí a parte que eu mais aguardava: através de binóculos, pudemos ver a Coreia do Norte, ou pelo menos a primeira cidade mais próxima da Coreia do Sul, Kaesong.








Reforço que era tudo muito corrido: não tivemos muito tempo pra olhar nos binóculos e já partimos pro ônibus. Dessa vez, paramos num local onde foi encontrado um túnel cavado pelos norte-coreanos que saía na Coreia do Sul. Na verdade, ao longo dos anos eles encontraram diversos túneis, e as desculpas da Coreia do Norte eram sempre meio esfarrapadas... os túneis eram fechados, então obviamente não tem como atravessar de um país pro outro. Porém, esse túnel que visitamos é aberto pra visitação.


Ele tem 73 metros de distância e muitos de profundidade. Munidos de capacetes e tudo, descemos uma rampa infinita pra chegar lá em baixo. Aí andamos, andamos e andamos num corredor estreito entre uma goteira ou outra pra chegar no final, onde há um bloqueio e não se pode mais seguir. Aí você dá meia volta e bóra caminhar tudo de novo e subir essa mega rampa no final. Nem preciso dizer que fiquei totalmente esbaforida e cansada, porque era uma rampa de respeito mesmo. Eu não conseguia conversar nem nada, o R. preocupado perguntando se eu tava bem e eu nem conseguia balançar a cabeça. A gente tinha que voltar pro ônibus (advinha: nos deram muito pouco tempo!) e eu tava focada em subir a bendita da rampa num ritmo estável. Consegui? Consegui, mas a que custo? hahaha


No caminho de volta o ônibus ainda pára numa vilazinha, mas eu já tava tão frustrada, nem quis saber muito. Só sei que dormi no caminho de volta pra Seoul!


Já no ponto de onde saímos de manhã, pegamos o metrô pela primeira vez pra ir pro bairro onde meu amigo T. mora com sua esposa e bebezinho. Foi muito legal! Primeiro porque o metrô é super fácil de usar em Seoul - não me diga?! Confortável, limpo, fresquinho... enfim, perfeito. Segundo que, tivemos a oportunidade de ver uma outra parte da cidade, bem mais residencial, sem turistas. Eu não sou o tipo de turista que fica em busca de lugares exclusivos, de moradores locais, etc. Acho isso uma bobagem! Mas não vou negar que dá uma outra perspectiva da cidade, sabe?


Fomos jantar num restaurante bem local, bem família e foi super legal! Os coreanos amam comer e compartilhar comida, é quase sempre tudo pra mesa, sabe? Provei o bulgogi, uma carne fininha servida com cebola e vários outros legumes. E os acompanhamentos tipo repolho e tal bombando na mesa! Também provamos o noodle gelado, prato bem popular na Coreia do Norte. Não achei que fosse gostar mas adorei!




Andando pelo bairro, paramos numa sorveteria 24h sem funcionários (!), caminhamos por um parque do bairro e um mercado de frutas. Todo mundo nos olhava porque nós três somos ocidentais, ainda mais falando inglês, chama a atenção. Mesmo assim, não me incomodei. Foi uma experiência muito bacana, e voltamos pro nosso hotel cansados mas felizes de termos tido a oportunidade de ver mais um pedacinho da Coreia.






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