Ainda nos posts sobre nossa mini lua-de-mel porque eu não passeava há taaaaaanto tempo que preciso encher esse blog de posts pra justificar o fato deu ainda pagar hospedagem pra mantê-lo no ar, hahaha. Vamos falar de Glengariff e Garnish Island? Esse foi definitivamente, de longe, disparado, nosso passeio preferido nesse rolê pelo oeste de Cork!
Embora seja casada com um corkman, eu nunca tinha ouvido falar desses lugares, que de novo, foram sugestão da Nadine e me interessaram bastante. Como já comentei nos outros posts, essa foi a semana mais quente do ano, então o clima tava perfeito pra passear mesmo, andar, conhecer lugares ao ar livre.
Glengariff em si não é nada além de uma vilazinha super linda: são pouco mais de cento e poucos habitantes, e o foco principal em termos de economia é o turismo, já que ali acaba sendo uma parada estratégica pra quem está viajando pela região. Nós mesmos só almoçamos por ali, e todas as lojinhas e restaurantes tinham fila, estavam bombando! A gente conseguiu estacionar na entrada da "cidade" e fomos em direção à bilheteria pra comprar o ingresso pro ferry que nos levaria pra Garnish Island.
Na verdade, só é possível visitar os jardins dessa pequena ilha no verão, e sempre de ferry - é uma viagem de mais ou menos uns 15 minutinhos. Na volta, inclusive, o ferry parou algumas vezes perto de umas pedras pra vermos umas focas descansado e nadando por ali! Foi um momento muito fofo porque acho que nunca tinha visto uma foca tão de perto!
Ah, e antes deu me aprofundar no passeio precisamos explicar o nome dessa ilha: às vezes você encontrará o nome como Garnish (tipo Gar-nish) e às vezes como Garinish (Gar-inish). Acredito que o último seja o mais "correto", visto que ele vem do irlandês Garinis que é pronunciado como essa segunda opção. Porém, ambos os nomes são usados!
Basicamente, estamos falando de uma ilha comprada por uma família em 1910 cujo plano era construir uma mansão em estilo italiano por lá, incorporando elementos já existentes como uma torre. Mas com a primeira guerra mundial tiveram que adiar os planos, o patriarca morreu, e aí a viúva começou a encabeçar a construção. Após sua morte nos anos 30 o filho continuou fazendo um upgrade das instalações por muitos anos. Mas o interessante mesmo é que essa ilhota tem uma riqueza muito grande de flora, e hoje os jardins são considerados uns dos mais importantes da Europa!
Essa torre já existente é a Torre Martello, que já existia na ilha antes de ser comprada pela família Bryce. Ela foi construída pelos ingleses em 1805 como um mecanismo de defesa de uma possível invasão napoleônica.
Os jardins ao entorno da casa combinam arte com um estilo arquitetônico italiano que proporcionam vistas lindas do mar. Além disso, há uma extensa coleção de plantas do hemisfério sul - que só sobrevivem porque estão numa posição mais protegida - e também por causa da Corrente do Golfo. No total, o jardim é dividido em algumas áreas diferentes: o Italian Garden, Templo Grego, Torre Martello, Jardim Murado e os campos.
No jardim italiano há colunas, escadas, terraços, uma estrutura que lembra uma piscina... é a coisa mais linda, porque ele incorpora elementos da natureza também. No calor que fazia naquele dia, a gente se sentiu DE FATO em outro país! Tem uma super variação de plantas exóticas vindas da América Central e do Sul, bonsais, etc. No entanto, ali pelo caminho também tem mais arbustos e árvores da Nova Zelândia, flores do Chile, Japão, etc, etc.
Chegando no Templo Grego, que é basicamente um templo arredondado sem teto, a gente tem uma vista linda das montanhas Caha e do mar. É bem lindo mesmo, e como ainda tinha muitas restrições por causa do Covid, apesar de ser o pico do verão estava relativamente vazio.
O jardim murado tem uma rica coleção de flores variadas de um monte de lugar diferente. Infelizmente não pudemos caminhar livremente por onde quiséssemos por causa do one-way-system que colocaram por causa da pandemia (pra manter distanciamento), mas deu pra aproveitar.
Por fim, o campo aberto foi originalmente colocado ali pois jogava-se tênis e croquet no local.
Além de toda a natureza exuberante e arquitetura mediterrânea, pela ilha toda há esculturas - originais e cópias - isoladas ou acopladas às construções. Fora isso, parece que a família curtia colecionar não só plantas mas também itens provenientes de vários lugares no mundo - pinturas, tapetes, móveis, coisas de bronze, jóias, porcelana, livros, etc. de países como China, Myanmar, Holanda, etc. Nós não chegamos a visitar a casa (tem um tour guiado) mas imagino que esses itens estejam todos lá.
No site da atração tem muita informação boa, mapas e curiosidades, mas mesmo sem essas infos extra, só indo pra ilha mesmo, você já terá um passeio muito agradável e legal. Por causa da geografia e vegetação de lá você definitivamente não se sente na Irlanda, foi tão curioso e diferente, nós amamos!
E a minha conclusão é que mesmo após 8 anos morando nesse lugar a Irlanda é o gift that keeps on giving: tem muita atração legal, parques interessantes, história, natureza... não vai ter falta de opção até o fim da vida!
ps.: uma das curiosidades que eu vi no site é que uma das minhas escritoras preferidas, a Agatha Christie, visitou a ilha em 1959 e assinou o livro de visitantes - tem a página escaneada no sie e tudo!