Continuando a série de posts sobre nossa mini lua-de-mel, no nosso segundo dia em Cork pegamos estrada pra fazer dois passeios muito incríveis: as ruínas do castelo Dunlough e a costa de Mizen Head. Este último é um ponto turístico relativamente famoso e muito visitado, fazia muito tempo que eu queria visitar mas não tinha rolado ainda, mas eu falo dele mais pra frente.
Dunlough Fort foi outra dica certeira da Nadine. São as ruínas de um castelo com vista pro Atlântico bem ali no extremo oeste do país, fundado em 1207 por Donagh O’Mahony. Sua arquitetura é normanda e a técnica da pedra solta foi utilizada em sua construção. Pedra solta é quando os muros e paredes são soltos, sem cimento - é a justaposição de pedras, que ficam no lugar graças ao encaixe entre uma e outra e a gravidade, claro.
O castelo continha três torres e era praticamente impenetrável, visto que de um lado ele tinha os penhascos separando-o do mar; do outro, um lago com uma passagem muito estreita que dava acesso ao castelo; e por fim, o acesso mais fácil mesmo, que se dava através de uma fazenda. Hoje algumas dessas paredes e muros estão destruídos justamente pela deterioração do método usado em sua construção - que apesar de comum em construções irlandesas mais antigas, não era o método mais usado em castelos naquela área.
Colocando Dunlogh Fort no GPS, levamos menos de um hora pra chegar lá. A maior parte do caminho vai passando por aquelas estradinhas irlandesas, e como eu queria praticar a direção, fiquei com o c* na mão de fazer aquelas curvas e dar espaço pra carros vindo na outra direção. Mesmo assim, foi uma experiência maravilhosa! Chegando lá, estacionamos o carro num mega espaço e seguimos em direção à tal fazenda - é propriedade privada, então tem um portãozinho e uma caixa do doações onde você pode contribuir com a visita.
A caminhada desse estacionamento até o castelo em si levou uns bons 40 minutos. É uma leve e constante subida, o solo tem pedregulhos e AINDA BEM que não havia chovido nos dias anteriores, porque teria sido bem mais escorregadio. Parece que não vai chegar nunca, mas você vê uma ou outra pessoa voltando, então a gente sabia que tava no caminho certo. A vista do Atlântico de um lado e as torres do castelo do outro, é lindo mesmo!
Ficamos ali por um tempo apreciando a vista - o dia tava liiindo, o céu super azul, e apesar de ventando, não tava incomodando demais. Depois de tirar umas fotos, voltamos por um caminho um pouquinho diferente mas que não levou de volta ao mesmo estacionamento e seguimos viagem até o Mizen Head.
A viagem em si durou uns 20 minutos, porque ambos ficam na mesma "península". Ao chegar lá, compramos os ingressos na recepção e passamos por uma exibição que explica um pouco da origem e construção do Mizen Head. Este é um dos pontos extremos da ilha e possui vistas maravilhosas dos penhascos - e como muitos navios transatlânticos passavam perto do sul da Irlanda, Mizen Head foi por muito tempo a primeira (ou última) vista da Europa. Além disso, o objetivo inicial dessa estação ter sido construída foi pra ajudar os navegantes a não baterem nas pedras perigosas da região.
Justamente por isso havia uma torre de sinalização, mas também uma de clima, e um farol. A torre de sinalização hoje funciona como um museu onde explicam mais sobre a importância estratégica dos navios transatlânticos, bem como comunicação e até sobre os esforços pioneiros do Marconi. No entanto, no geral eu diria que o melhor desse lugar é andar pelas plataformas construídas para visitação, onde podemos ter diversos pontos de vista do mar. Vale lembrar que além das rampas de acesso há também escadas pras pessoas subirem em níveis mais altos! É bem legal!
Um outro ponto famoso ali é a suspension bridge, uma ponte suspensa originalmente construída em 1907 que visava unir a ilha principal e uma ilhota chamada Cloghane. Ela levou três anos pra ser finalizada e fica a 45m do nível do mar. Porém, por ter sido reforçada com aço, com o passar dos anos e a neblina salgada do mar, ela foi perdendo força - e aí 100 anos após sua construção engenheiros a declararam insegura e em 2005 ela foi fechada. Aí lá se foram mais três anos pros caras construírem suportes e andaimes porque não tinham dinheiro suficiente pra investir na obra!
Em 2009 a ponte foi finalmente demolida e reconstruída e em 2011 o então ministro dos Transportes, Leo Varadkar (que posteriormente foi o primeiro ministro aqui), a inaugurou. Dá pra achar mais infos interessante sobre Mizen Head aqui.
Enfim, foram dois passeios muito legais que fizeram mais um dia em Cork valerem muito a pena! Maaaas ainda tem mais: no dia seguinte fomos pro nosso lugar preferido na viagem toda!