Retorno à Roma

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Esse negócio de viagem repeteco, ainda mais anos depois de ter estado lá pela primeira vez, me faz refletir sobre tantas coisas. Já falei aqui no blog, mas acaba sendo uma oportunidade de pensar no quanto a sua própria vida mudou, como as coisas se transformam com o passar dos anos.


Fui pra Roma pela primeira vez em dezembro de 2013, minha primeira vez na Itália, aliás. Eu ainda não tinha muita experiência em viajar, então corri muito de um lugar pro outro, mas amei ter feito o tour pelo Coliseu, conhecer o Fórum Romano, e simplesmente respirar a história incrível daquele lugar. Roma é uma cidade icônica, e mesmo outras cidades históricas na Itália não chegam aos pés da grandeza que é esse lugar!


Bom, apesar de tudo isso, eu nunca tive muito interesse em voltar pra lá. É fato que não conheço muito da Itália, mas sabe quando você vai deixando pra lá? Corta pra 2020: tinha uma viagem com amigas programada pra uma mini despedida de solteira, que obviamente foi cancelada por causa da pandemia. Desde então, eu minhas amigas C. e A. queríamos nos reencontrar, mas por morarmos em países diferentes, nem sempre fica fácil organizar.






Corta pra Janeiro de 2023: a C. sugeriu de tentarmos fazer esse encontro a três finalmente acontecer. Minha amiga A. tem duas filhas pequenas, sendo que uma delas ainda amamenta. Então seria complicado pensar em viagens nesse contexto, mas como a A. mora em Verona, pensamos em ir até a Itália pra facilitar. Poderíamos ter voltado pra Verona direto, mas a oferta de vôos é muito menor e os valores obviamente mais altos!


Rever Roma, dessa vez na companhia de amigas, foi muito, muito bom. Primeiro porque como todas nós já havíamos estado por lá, não tinha nenhuma obrigação de fazer turismo, de entrar em museu, de "aprender" nada sobre a cidade. O objetivo era passar tempo juntas, colocar o papo em dia com Roma como pano de fundo. E foi tudo isso e muito mais! 


Chegamos mais ou menos todas ao mesmo tempo - eu de Dublin, C. de Amsterdã e A. de trem, vindo de Verona. No aeroporto segui as placas pra comprar a passagem de trem pro centro e em meia hora estava desembarcando no Termini. Ficamos num hotel numa localização excelente e deu pra fazer absolutamente tudo, tudo a pé! No primeiro dia almoçamos umas pizzas e salgados numa praça mesmo: compramos tudo num Forno e sentamos perto à uma estátua, tinha muitas pessoas locais fazendo o mesmo, batendo papo, aproveitando o solzinho de inverno.








Depois, fizemos o check-in no hotel e fomos ver o Coliseu, porque ir pra Roma sem ver o Coliseu não seria a mesma coisa! Depois disso, tomamos sorvete, andamos sem rumo e entramos numa Basílica como quem não quer nada. Porque Roma é assim: você tá andando sem preocupações, vira a esquina e PÁ: uma construção milenar, uma estátua antiquíssima, etc, etc. Museu a céu aberto mesmo!


Dessa vez sinto que me alimentei MUITO bem na cidade porque a A. conhece muito de culinária italiana por morar no país, e a C. já tinha ido pra Roma outras vezes. Jantamos num lugar famoso por ter alcachofra frita e foi muito bom! No dia seguinte a gente almoçou num outro tipicamente italiano mesmo, nada de pega-turista chamado Il Chianti. Além disso, além da pizza e salgados (comi, por exemplo, um bolinho de arroz parecido com o arancino, porem romano, chamado supplì), provamos sorvetes, tiramisù, massas variadas e uns doces especiais que só são vendidos na época do Carnaval (e cada região da Itália tem os seus), e você pode ler mais sobre eles aqui.











Mais do que as comidas maravilhosas e os milhares de passos que demos por dia, foi muito importante passar esse tempo só nós 3. Não nos víamos juntas há anos, e tanto mudou em nossas vidas desde então. Foi reconfortante ver que a cumplicidade, carinho e amizade permanecem fortes, e que podemos contar uma com a outra sempre.


Do ponto de vista pessoal, esse retorno à Roma me fez pensar em ciclos que se fecham, coisas que vão, novidades, novas oportunidades, vontade de viver, de aproveitar o que a vida me oferece e o que ela tem de melhor. De cultivar amizades, de me fazer presente, de aprimorar minha escuta, e de não ter medo de pedir ajuda. Foi uma viagem curta, mas que me provocou muitas reflexões e encheu meu coração de amor.

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