Islândia #4 - Poucos km rodados devido à tempestade!

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 No nosso quarto dia de Islândia acordamos cedo na esperança da tempestade ter passado, mas tava só começando. Abrindo a porta do motorhome era uma mini-piscina, e foi um sufoco tirar o cabo da eletricidade sem pisar naquela super poça d'água pra poder simplesmente mudar o carro pra um lugar menos "fundo".


Passamos a manhã toda no motorhome sem fazer nada, porque ventava muito e não era seguro sair. Como citei no último post, a recomendação é de que se dirija um carro desse quando os ventos estão no máximo a 10km por segundo, mas na ocasião estava 14 com picos de 19 por segundo - não tinha condições. Comemos com calma, nos arrumamos, e depois de umas 3 ou 4 horas, achamos que dava pra seguir dirigindo devagarzinho - eu que comecei nesse dia.


Confesso que deu medo porque o carro balançava, mas eu estava bem abaixo da velocidade indicada e além disso, por aquelas bandas o vai-e-vem de carros era muito menor. Resolvemos fazer uma parada a uns 40 minutos do acampamento pra ver uma praia, mas veio a surpresa: quando parei o carro e puxei o freio de mão, o carro simplesmente não parou!




Descobrimos que o freio de mão não funcionava na descida, ou seja, o carro continuava rolando pra frente. Deu um desespero enorme, estávamos perto de um precipício (não tô exagerando, o carro tava de frente pro mar lá em baixo), e com muita calma dei uma ré, tirei o carro de lá perto, fui pra uma parte mais reta e troquei de lugar com o R. pra ele tentar dirigir. De fato o freio de mão não segurava o carro. Tipo, numa ladeira, o carro realmente não ia pra trás. Mas se o solo fosse um tico inclinado pra frente, ele não parava de rolar.


Entramos em contato com a locadora de carro imediatamente, e em poucos minutos nos pediram nossa localização pra ver qual mecânico eles teriam por ali. E aí nos deram o nome de um mecânico que morava em Djupivogur, que ficava mais ao noroeste - a região pra onde estávamos indo de qualquer jeito.


Pelo resto desse dia o R. dirigiu porque fiquei com muito medo do vento, do freio de mão, etc. E não tem jeito, ele tem pelo menos uns 10 anos de experiência a mais no volante do que eu, né?






Fomos pro mecânico, que ficava a uns 40 minutos de distância, mas deu muita dúvida porque pelo endereço, parecia uma casa mesmo, sabe? Batemos na porta, atendeu uma moça. Ela não falava inglês, então coloquei no google tradutor umas frases básicas tipo "alugamos carro empresa X, freio de mão não funciona, nome do mecânico: tal". Ela entendeu, e ligou pra ele - imagino que seja seu parceiro.


Aí ela nos deu as instruções de como ir até a oficina do cara, e como a cidade era super pequenininha, simplesmente voltamos um quarteirão e encontramos o local. Ele olhou pra nossa cara e disse que pelo horário já não tinha como arrumar nada naquele dia. Ficamos putos, mas resolvemos seguir viagem sem arrumar o freio de mão. Como eu disse, ele funcionava normalmente pra quando o carro tava numa subida, mas não numa descida. Então a partir dessa constatação, sempre tomávamos cuidado pra parar o carro num lugar plano ou levemente inclinado.


Mais uma hora de viagem rumo ao norte e fomos parar num lugar chamado Stodvarfjordur. Parecia uma cidade-fantasma, não vimos absolutamente ninguém na rua. Até tinha um hotel/restaurante mas tava fechado. Uma igrejinha azul no topo da montanha, uma corrente de água fresca descendo ao lado, um mini porto do outro lado e era isso. Até demos uma volta pra esticar as pernas, mas não tinha nada pra ver ou fazer lá, então continuamos. Nos nossos planos, a gente ia parar numa cidade super charmosinha colorida chamada Seydisfjordur. Eu já tinha lido várias recomendações sobre ela, mas perdemos muito tempo com a tempestade. Tivemos que esperar muito e dirigir devagar, então no fim, riscamos a tal da cidadezinha da lista e fomos direto pra Egilsstadir.





Essa é a maior cidade no leste islandês, com uma população de 2 mil e 500 pessoas. Há hospital, aeroporto e até faculdade ali! O camping que encontramos era o principal e que levava o mesmo nome da cidade, inclusive há várias placas indicando o caminho - ele não fica tão afastado do centro como os outros. Tinha uma mega infra-estrutura, e conseguimos estacionar numa parte mais plana, mas confesso que por causa do lance do freio de mão, eu ficava com muito medo do carro sair rolando à noite, sabe? Bobagem minha, mas como o motorhome faz muitos barulhos, qualquer coisinha eu já tava com o coração acelerado. Essa parte não foi muito legal, mas nada aconteceu, então tudo bem!





No total dirigimos apenas 2 horas e pouco e vimos pouca coisa. No entanto, antes de chegar em Egilsstadir, a tempestade deu uma acalmada, o céu ficou alaranjado e vimos paisagens absurdas de lindas! Aliás, a paisagem ao longo da viagem foi mudando muito: no sul vimos muitas montanhas com cachoeira, muita água. Em alguns trechos, uma paisagem mais plana. No lado leste, muitos fjordes, cânions, estávamos cercados por montanhas gigantescas, foi lindo!


ps.: fotos do céu alaranjado eu tinha no celular, mas não havia feito backup e quando tive meu celular roubado em São Paulo, perdi todas as fotos da viagem feitas com o celular. Paciência....

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