Quarentenando

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E aí quarenteners?

Imagino que nessa altura do campeonato você esteja quietinho em casa, angustiado, entediado, ansioso e preocupado com o que está acontecendo no mundo? Pois é, eu também.

Desde o meu último post, muita coisa mudou, mas nada mudou.

Dei aulas online por duas semanas, mas como eu previa, a situação foi reavaliada pelo management da escola e os professores todos foram dispensados temporariamente. Com isso, dei entrada no processo de seguro-desemprego aqui na Irlanda e segui a vida - não fiquei nem muito triste pra ser sincera, porque tudo foi acontecendo tão rápido que não deu tempo de ficar triste. Eu já esperava que a indústria de English Language Teaching ia sofrer um baque, e é isso mesmo.

Então o que tenho feito com os meus dias? Muita coisa, mas também nada! Tem dia que simplesmente passo horas fazendo nada no twitter e instagram; tem dias que passo horas estudando ou tocando piano; tem dias que só penso em comida o dia inteiro. E segue ad infinitum.





Há uma possibilidade de voltar a dar aula online, mas estou esperando a escola me dar mais informações. Enquanto isso, já são 13 mil casos de corona vírus na Irlanda, mais de 400 mortes, e estamos em lockdown há duas semanas - quer dizer, eu mesma estou em casa há 5 semanas já, somente saindo aos sábados pra ir fazer compras no mercado.

Aliás, ir ao mercado tem sido um teste de força, porque é o momento mais deprimente, tanto pra mim quanto pro R. Primeiro que agora os supermercados estabeleceram uma distância mínima de 2 metros pra pessoa da frente na fila, então temos ficado entre 40 e 50 minutos antes de conseguir entrar no mercado, porque eles só liberam algumas pessoas por vez. Uma vez dentro do mercado, os anúncios de "cuidado", "faça as compras rápido e vá pra casa" e "não ponha a mão na cara" são constantes, nada deixa a gente esquecer que estamos vivendo uma pandemia mundial.

Nem pra caminhar temos saído. O governo permite que a gente saia pra fazer exercícios num raio de 2km da sua casa, mas nem eu nem ele somos sporty people. E a gente fica meio sem vontade mesmo, apesar dos dias estarem maravilhosos e ensolarados nessas últimas semanas. Às vezes cuidamos do jardim de trás e do jardim na frente de casa, e é isso. Eu particularmente não sinto falta de ficar no sol, mas se ficar, é só deitar no jardim aqui atrás... nasci e cresci num apê minúsculo em SP, sou bicho de apartamento, então consigo ficar num cômodo da casa o dia todo de boa!

R. tá trabalhando de casa normalmente, então a gente almoça e toma um café à tarde juntos, e quando ele acaba, lá pelas 18h30, 19h, a gente segue a rotina da noite como sempre seguimos: cozinhamos juntos, jantamos, assistimos TV, e agora também falamos com familiares durante a semana também. No resto do tempo, fico no escritório em casa. Tenho variado entre estudar irlandês (quero falar sobre), italiano, fazer nada na internet, pesquisar sobre meus antepassados (quando souber mais, farei post), tocar piano, praticar lettering, e qualquer coisa que desperte meu interesse. Nesse meio tempo já arrumei umas papeladas aqui, penduramos uns quadros, organizei armário da cozinha... tudo tranquilo, porque não quero esgotar as atividades todas de uma vez! hahaha

Sobre o casamento, a gente meio que sabe no nosso coração que a festa do que jeito que queríamos e imaginávamos não vai rolar. Mesmo que não tenha restrições de viagem, mesmo que as coisas estejam voltando à "normalidade", acredito que ainda haverá o distanciamento social. Fora que como já comentei aqui, temos gente viajando de vários países, e a situação em cada lugar é diferente. Então assim, ainda não batemos o martelo (mesmo porque já havíamos dito que tomaríamos a decisão de seguir adiante ou não em maio), mas já nos preparamos pra um possível adiamento.

Aliás, em breve o primeiro-ministro irlandês fará um pronunciamento explicando como as restrições serão retiradas lentamente, e aí provavelmente saberemos como estará a situação em julho. Aliás, mesmo que tenhamos essa previsão, o fato é que as decisões podem ser alteradas dado contagio no país, então tá tudo muito no ar, infelizmente.

Eu tinha uma viagem marcada pra Budapeste em maio, e já comecei a mexer os pauzinhos pra pegar o dinheiro das passagens e hotel de volta, além de uns ingressos pra um ballet que tínhamos comprado (eu ia com duas amigas). Também tinha uma despedida de solteira organizada pra junho com amigas aqui na Irlanda, e já entrei em contato com os locais pra dizer que provavelmente não vai rolar - só em um deles paguei um depósito e eles vão devolver o dinheiro caso eu prefira assim.

Enfim, vou tentando me manter ocupada. Tem dias em que nem penso no que tá acontecendo, outros que fico mais preocupada. Tenho muita fé na ciência e sei que nesse momento há muitos cientistas trabalhando numa solução, e me apegarei nisso pra ver a luz no fim do túnel.

Como tem sido a sua quarentena?
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