Diário de casamento #6 - A festa na Irlanda

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O grande dia na verdade começou na manhã anterior - dia 02 de dezembro de 2021 . Tiramos o dia de folga pra finalizar as últimas coisas do casamento, como ir buscar o bolo e levá-lo, junto com alguns detalhes da decoração que usaríamos na cerimônia. Foi muito corrido, um vai pra lá e pra cá e a ansiedade crescendo.


À noite, minhas amigas N. e J. foram lá pra casa e o R. foi dormir num hotel. A gente preferiu dormir em lugares separados pra nos arrumarmos cada um em um local - ele acabou ficando num hotel perto de casa e eu com as meninas em casa mesmo.

Eu tinha a ilusão de que iríamos dormir super cedo, mas a verdade é que ficamos de papo até tarde da noite e no fim, porque tínhamos que acordar cedo no dia seguinte, dormimos super pouco. Mas a adrenalina dá conta da gente nesses momentos, então ter dormido pouco não afetou em nada.




Oito e pouco da manhã chega o cabeleireiro pra começar os penteados. Logo mais chega a maquiadora, e na sequência a fotógrafa e o videógrafo. Tinha uma playlist que eu havia preparado antes rolando, e tudo corria nos conformes. Eu estava animada e contando os minutos!

Fizemos algumas fotos posadas na frente de casa, com as gatinhas, e logo a fotógrafa e o cara do vídeo foram embora pra começar a captar o local onde seria a cerimônia e festa. Eles também já tinham passado no hotel onde tava o R. e irmão dele pra fazer fotos deles se arrumando.










Meio dia e meio, no horário em que estava combinado, chegou o M., bestman do R. Ele ficou encarregado de levar as madrinhas e euzinha pro local da festa, já que o R. estava com o nosso carro. Saímos de casa às 1pm. A ideia era que o M. nos deixaria na recepção e de lá, a fotógrafa nos guiaria até onde o R. tava esperando por mim pra fazer nosso first look.


E assim foi feito. Quando cheguei, ele tava lá fora me esperando de costas. Comecei a ficar emocionada ali mesmo. Não estava chovendo nem ventando - o que pra dezembro é raro! - e o céu cinza dava uma cara perfeita pra aquele dia.

casamento irlanda




A fotógrafa me instruiu a caminhar lentamente até o R., tocá-lo no ombro pra ele se virar p finalmente nos vermos. Foi muito emocionante, eu tava muito curiosa pra saber o que ele ia achar do meu vestido - eu queria muito ter mostrado minha escolha pra ele antes, mas ele se recusou, queria a surpresa. Então o olhar dele pra m valeu toda a ansiedade! Vi que ele ficou emocionado também, mas se segurou pra não chorar.

Chorei, e ali nos abraçamos, rimos e ficamos conversando enquanto a equipe registrava tudo. Depois disso, ali fora, nos jardins do castelo, fizemos mais fotos de casal e depois as madrinhas e padrinhos se juntaram a nós pra mais fotos. Decidimos fazer toda a “sessão principal” de fotos antes da cerimônia por causa da claridade. Em pleno inverno, não dá pra desperdiçar as poucas horas de luz! E no fim das contas foi ótimo, porque após a cerimônia a gente pode simplesmente curtir mais a recepção, os convidados, ao invés de ficar isolado tirando foto.

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casamento irlanda, noiva irlanda

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Após as fotos já dava o horário da cerimônia. Entramos por uma outra porta, diferente da porta pela qual os convidados entraram, que dava pro salão de jantar. Quando o organizador do local disse que podíamos começar, os músicos iniciaram os primeiros acordes de “Pra sonhar” e ali eu já comecei a chorar de novo! Eu não achei que fosse ficar tão manteiga derretida por já termos tido uma cerimônia bem emotiva no cartório, mas eu estava enganada! Enquanto entravam os dois padrinhos (o amigo do R. que me buscou em casa e o irmão dele) e as duas madrinhas, a música ia rolando e eu super, hiper, mega feliz de finalmente estar vivendo aquele momento. Antes de entrarmos esperamos a Tarsila terminar a procissão. Ela foi a nossa celebrante no dia.


Quando entramos começou a próxima música, “Dançando” do Agridoce. Foi surreal de emocionante ver os rostos das pessoas na sala de cerimônia, e a sala em si tava um espetáculo de linda, com a lareira acesa e as decorações natalinas. Decidimos entrar juntos, assim como fizemos na cerimônia civil. Eu não curto, pra mim, essa coisa da noiva ser entregue por alguém. Achei que entrar juntos seria representativo de como vivemos nossas vidas, sempre juntos.



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A cerimônia foi toda pensada e roteirizada por nós dois. Li alguns modelos de cerimônias não religiosas por aí, e fomos adaptando e acrescendo coisas. 80% foi em inglês e o resto, português, embora todo mundo que estivesse presente falasse inglês sem problema nenhum. A ideia original era ter o meu irmão como celebrante (o que aconteceu na nossa cerimônia no Brasil!) e ela ser toda bilíngue, mas como as circunstâncias mudaram e minha família não estava presente, mantivemos a maior parte em inglês mesmo.


Tivemos um ritual de acender as velas, dois amigos leram “poemas” (que na verdade eram letras de música: In my life dos Beatles e As coisas mais lindas do Nando Reis), e também tivemos amigos colocando laços sobre nossas mãos enquanto a Tarsila ia lendo frases representativas. Entre essas coisas tivemos mais duas músicas: “Waiting on the day” do John Mayer e “Better together” do Jack Johnson.







No final, trocamos nossos votos. Eu tava ansiosa pra saber o que o R. tinha feito porque já tínhamos trocado votos no casamento civil, e pros votos do civil eu passei muito tempo pensando no que queria falar. Dessa vez, segui por um caminho diferente e meio que escrevi tudo uns dias antes do casamento, numa sentada só.

Ele me fez rir e chorar de novo. Fez um jogo de palavras que brincava com o fato dele ter aprendido português pra saber de onde sou e quem sou de verdade, e eu fiz um monte de gente chorar contando que chorava ao me despedir do R. após passarmos os nossos fins de semana juntos no começo do namoro.





Trocamos alianças e saímos ao som de “Pupila” da Anavitória. Foi demais! Eu tava tão, mas tão feliz!

Após a cerimônia nos posicionamos num outro salão e todos os convidados vieram nos cumprimentar. Beijos, abraços, mais algumas lágrimas e depois estávamos prontos pra curtir a recepção. Os músicos que contratamos eram um duo brasileiro e eu fiquei tão feliz com a escolha - um repertório de músicas em inglês e português, afinal, nada mais justo, né? Todo mundo curtiu demais!







Fomos conversando com as pessoas e tirando algumas fotos com alguns grupos. Uma dessas fotos foi feita lá fora, já com o céu escuro. A gente tinha comprado uns sparkles pra fazer aquelas fotos lindas que eu tinha visto em outras fotografias de casamento e foi simplesmente perfeito. O povo que escolhemos pra ir lá fora conosco (basicamente os amigos brasileiros) estava animadíssimo, foi um dos pontos altos do nosso dia!








E logo chegou a hora do jantar. Resolvemos subverter um pouco a ordem e fizemos os discursos antes da comida chegar. Primeiro eu e o R. agradecemos a presença de todos e contamos a história de quando dissemos “eu te amo” pela primeira vez. Depois, minhas amigas fizeram dois discursos e na sequência, o padrinho do R. Todos me deixaram emocionada mas também me fizeram rir!

Jantamos, e foi muito ter escolhido ficar numa mesa somente nós dois pudemos conversar sobre como tinha sido o dia até então, do que cada um tava gostando mais, etc. Na sobremesa levantamos e fomos passeando e conversando com as pessoas, e apesar daquela sensação de tempo passando rápido a gente tava curtindo cada minuto!









Lá pelas 9pm a banda, que já estava organizando tudo no salão, começou a tocar. Eu e o R. havíamos feito umas aulas de dança pra aprender uns passinhos pra não passar vergonha, e pra fugir do lugar-comum de músicas românticas, escolhemos “You make my dreams come true” do Hall&Oates. Foi demais! Deu tudo certo, não erramos a coreografia e nos divertimos muito!

Depois disso, a banda continuou a tocar o setlist que escolhemos a dedo. Cada música ali foi selecionada por nós com base no repertório deles, e ainda incluíram músicas que pedimos também! Eu não parei de dançar NEM UM minuto, não sentei. Mesmo depois, quando cortamos o bolo no intervalo da banda e começaram a servir, eu comi o bendito na pista porque não queria que aquele dia acabasse.

Teve um momento na noite, após a banda acabar e começar o set do DJ, em que começou a música “Volare”, escolhida por nós. A vó do R. é siciliana e queríamos fazer essa homenagem. O povo todo da família dele levantou pra dançar, e fizeram um círculo em volta dele com a avó, foi tão lindo!

A DJ também incluiu algumas brasileiras e latinas que eu havia pedido, dancei até suar, cantei a plenos pulmões e curti muito muito muito - até porque na ocasião tínhamos restrições na Irlanda e a festa teria que acabar à meia noite.


Mesmo assim, depois da música acabar ainda ficamos no salão conversando com amigos por mais uma hora antes de finalmente subirmos pra suíte nupcial hahaha. Eu não queria tirar aquele vestido, todo mundo me elogiou tanto, eu tava me sentindo linda e feliz da vida por finalmente ter compartilhado esse amor e celebrado com os nossos.


Foi um dia inesquecível, somos muito gratos à todo mundo que veio (inclusive até de outros países!) e que ajudou e participou do processo. E o melhor de tudo é que em poucos dias tínhamos a terceira edição dessa celebração, nossa festa no Brasil!

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