A bolsa de estudos e o (finalmente) mestrado

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Em setembro do ano passado eu fiz um post intitulado "Mestrado?", assim com a interrogação. O motivo da pergunta era que apesar deu estar começando um curso de nível 9 no sistema irlandês, que é o mesmo de um mestrado, eu não sairia exatamente com um diploma de mestrado.

Por conta de diferenças absurdas de preço, eu decidi por fazer o Graduate Diploma, que basicamente seria o mesmo curso que o mestrado, mas sem a dissertação final, que equivale à 90 créditos. Nesse post aqui o Rick explica direitinho como funcionam os cursos aqui, os créditos e tal. Então no fim eu teria um curso de nível 9, mas não teria um diploma de mestrado propriamente dito, já que só faria 60 créditos no total.



Pois bem. Um pouco menos de um mês depois de começar as aulas, a professora R., que também era coordenadora do curso, me chamou pra uma reunião um dia antes de aula. Na época estranhei, porque não haveria motivo pra ela me chamar assim, mas fui toda curiosa.

Para a minha surpresa, a primeira pergunta feita por ela foi o porquê deu não estar registrada no mestrado, do porquê não faria a dissertação. Expliquei que os fatores eram puramente financeiros e que se eu pudesse, faria o curso completo, mas a diferença de valor era muito grande do graduate diploma pro master's completo.

Aí ela vem com a seguinte pergunta: se você pudesse fazer o mestrado completo, você faria?


Professora no verão - 2ª edição

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Caaaaara. Estou esgotada. Exausta. Morta. Como dar aula é cansativo - já havia me esquecido!

O fato é que trabalhar das 9h00 às 17h30 lidando com adolescentes não é nada nada fácil. Mas dessa vez eu já estava preparada pra isso, já que no ano passado havia tido a experiência de trabalhar com esse público por algumas semanas no verão.

No início de 2016 eu recebi um email da escola perguntando se eu tinha interesse em dar aula lá novamente esse ano - ao que respondi prontamente que sim. Fiz entrevista por Skype novamente (mas dessa vez bem mais tranquila!) e fiquei sabendo dos meus horários ainda em meados de abril.

No fim de junho fiz o treinamento e comecei a trabalhar. A melhor coisa esse ano foi ter tido tempo de absorver tudo, já que no ano passado, eu fiz entrevista num dia e comecei a trabalhar no outro - foi muito corrido! Dessa vez, ter tido a experiência do ano passado com o plus desse treinamento inicial me salvou, pois eu estava muito mais preparada. Além disso, esse ano são menos professores trabalhando nessa unidade e portanto, há mais espaço para tirar dúvidas, checar coisas, etc.

Uma outra grande diferença desse ano pro ano passado foi que ao contrário de 2015, quando só dei aula pros níveis mais básicos, tive a chance de trabalhar com os níveis upper-intermediate e advanced. E não me leve à mal, meus níveis preferidos são os básicos sim, mas quando os alunos são adultos. Trabalhar com adolescente nessa fase é muuuuuito complicado, portanto fiquei com o sorriso de orelha à orelha quando minha chefe me atribuiu essas turmas esse verão.

Uma visita especial

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Se você é novo por aqui, um breve resumo: de agosto/2013 à agosto/2014 eu trabalhei como babá em período integral para uma família irlandesa. Eu cuidava de duas meninas e saí do emprego pois minha chefe na época teria uns dois meses de férias e não precisaria de mim. Eles não queriam que eu saísse, mas ao mesmo tempo, eu não poderia ficar dois meses parada sem receber.

No fim das contas, foi bom pra todo mundo, porque logo comecei a trabalhar com uma outra família como babá meio período por quase dois anos. Foi uma família igualmente maravilhosa, que me tratou sempre com muito respeito e generosidade.

Enfim.

A verdade é que pra quem me conhece, sabe que nunca gostei muito de criança. Eu já tinha trabalhado com criança no Brasil já que era professora, mas confesso que essas não eram minhas turmas preferidas. Não é pra menos, é muito difícil lidar com muita criança ao mesmo tempo e a gente fica estressado mesmo.

No entanto, quando me vi procurando emprego pra me manter na Irlanda, e quando vi que os bicos não estavam resolvendo, parti pra minha última opção, que era trabalhar de babá. Eu não tinha experiência nem referências com nenhuma família, mas a minha ex-chefe, T., gostou de mim, gostou do meu inglês e me deu o emprego.

Bastaram poucas semanas pra eu me apaixonar pelas meninas. Primeiro porque elas eram muito fofas, segundo porque eu estava tendo uma experiência que nunca tinha vivido antes, de cuidar de crianças, de passar tanto tempo com elas. Foram altos e baixos, dias bons e ruins, choradeira e risadas, mas no fim das contas, um marco na minha vida, um ano inesquecível.


Fui pra Milão por causa dela

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Eu já falei no blog várias vezes (aqui, aqui, aqui e aqui) que adoro a cantora Laura Pausini (e a língua italiana!). Não me considero uma suuuuuuper fã, mas curto muito a música dela e vê-la cantar ao vivo é sempre uma experiência maravilhosa. Inclusive o título desse post é inspirado nesse outro post aqui.

Tive a oportunidade de estar em quatro de suas turnês: a World Tour em 2009, a Inedito World Tour em 2012 (ambas em São Paulo), a The Greatest Hits World Tour em 2013 (em Roma) e no comecinho de junho desse ano, a Pausini Stadi Tour 2016.

Ver a Laura em qualquer lugar já é emocionante, mas vê-la num estádio com mais de 70 mil pessoas cantando todas as suas músicas é uma experiência que eu jamais esquecerei. (já vai ouvindo a playlist que criei com todas as músicas cantadas no show pra ir entrando no clima!)



Cheguei no estádio San Siro em Milão por volta das 7h30pm pensando que seria tranquilo pra entrar, já que meu ingresso era numerado... e bem, mais ou menos. Tinha muitas filas nos diversos portões do estádio e a fila do meu portão, número 8, estava particularmente enorme, dando voltas e voltas. Comprei umas frutas pra comer numa das várias barraquinhas ao redor do estádio e fui pra minha fila, mas depois de uma hora inteira, ela tinha andado bem pouco. No fim, liberaram outros portões pra galera do portão 8 e a fila diminuiu bem, permitindo que entrássemos faltando poucos minutos pras 9 da noite, hora que o show começaria.

De fato, foi o tempo deu perguntar onde era o meu setor, achar o assento e sentar e em menos de 5 minutos, o show começou, no horário em ponto!

Milão em um fim-de-semana - parte 2/2

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Acordei no domingo em Milão completamente estasiada, cansada e com fome. Tomei um banho e desci pro café-da-manhã, que tinha uns croissans rechados simplesmente maravilhosos, yum yum!

Antes de contar o que fiz na sequência, preciso contextualizar um negócio: desde que comecei o curso na UCD, fiquei sabendo através de uma das nossas professoras, que o ELT Ireland promove um chat no twitter duas vezes por mês sobre ensino de inglês. Você pode participar usando a hashtag e desse modo conheci várias pessoas e sempre tentei participar.

Num desses chats uma professora inglesa que trabalha em Milão me adicionou, mas nunca interagimos muuuito, só no nível profissional, quando tinha o chat mesmo. Aí eu postei uma foto de Milão no sábado quando tava lá e ela me mandou mensagem pelo twitter dizendo que gostaria de me conhecer e perguntou se poderíamos nos encontrar pra um café.

Como eu estava sozinha mesmo, achei que um café com alguém "conhecido" iria bem e topei. Combinamos de nos encontrarmos na Zara da estação central de Milão, mas como eu estava sem internet, mesmo tendo salvo o mapa do lugar, não consegui achá-la de jeito nenhum. Pedi informação, dei a volta na estação, até que consegui um wi-fi e a Sarah veio ao meu encontro, ufa!

Batemos um papo rapidinho, mas foi super legal. Eu já falei aqui no blog, mas esse mestrado na UCD foi maravilhoso não só pelo conhecimento, mas pelas portas que se abriram pra mim e pelas pessoas que estou tendo a oportunidade de conhecer através dessas aberturas, sabe? Tomei um suco de laranja maravilhoso e depois ela seguiu seu cmainho, pois tinha que encontrar o marido.

De lá, resolvi ir até o Museo Nazionale della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci. Eu tava com preguiça de ficar na rua porque estava muito abafado e um museu seria uma boa por causa do ar condicionado, né? hahaha

Milão em um fim-de-semana - parte 1/2

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Milão é uma cidade italiana muito diferente de outra bastante conhecida pelo mundo: Roma. Apesar de muita gente torcer um pouco o nariz e dizer que Milão não é tão atraente como Roma. o fato é que elas são duas cidades distintas, com propostas e atrações diferentes. Mas por que é que fui parar lá? Ah sim.

Tudo começou em junho de 2015, quando Laura Pausini anunciou as datas da sua turnê nova. Nessa altura do campeonato, se você lê o Barbaridades há um tempo e/ou me conhece bem, já sabe que sou fã dela e procuro sempre ir nos shows. Ela abriria a turnê em Milão exatamente um ano de quando anunciou as datas - e logo fui correndo comprar um ingresso pra mim e um pro R., que dessa vez tinha decidido ir comigo.

Ingressos comprados, fast-forward pra 2016: não tínhamos nos dado conta que um dos melhores amigos do R. se casaria em Cork, exatamente no dia do show. O jeito foi tentar vender o ingresso (não consegui) e acabei perdendo a festa (mas tudo bem, porque no total tinha outros três casamentos pra ir no ano mesmo).

Quando minha mãe comprou passagens pra me visitar aqui na Irlanda em maio, montamos o esquema de um jeito que acomodasse todas essas coisas. Como o vôo dela partia pra São Paulo saindo de Lisboa, comprei as passagens pra Milão pro sábado de manhã e da minha mãe pra Lisboa também, assim iríamos juntas pro aeroporto e ela seguiria pra passar um fim-de-semana na terrinha enquanto eu ia curtir o show na Itália.

Eu já sabia que a previsão do tempo não estaria boa, por isso fui preparada pra não fazer muito turismo mesmo. Munida de um guarda-chuva na mochila, estava pronta pra enfrentar qualquer tipo de clima - e se isso significasse que deveria ficar no hotel enquanto chovia lá fora, tudo bem por mim.

Skelligs Chocolate - um dos melhores chocolates que já comi na vida

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Quando estive em Kerry pela primeira vez no ano passado, descobri meio sem querer que era possível visitar a fábrica da Skelligs Chocolate pela região. Nós anotamos as coordenadas do GPS pra tentar chegar lá, mas não conseguimos. Primeiro porque não achamos o lugar mesmo, segundo porque já passava das 17h e lembramos que la já deveria estar fechada.

Não conseguimos visitá-la na ocasião, mas ficou a vontade para uma próxima vez. E a próxima vez foi em maio desse ano, quando minha mãe veio me visitar aqui na Irlanda. Como queríamos levá-la pra Kerry de qualquer jeito, aproveitamos a viagem e nos organizamos pra conseguir chegar na fábrica.

Sabe aqueles lugares pequenos na medida certa, com um atendimento bacana e produtos maravilhosos? Essa é a fábrica da Skelligs Chocolate. Ao chegar lá já tinha um número de pessoas recém-chegadas e uma funcionária começou a fazer algumas demonstrações e nos servir vários tipos de chocolate para degustação. Olha, só posso dizer que... não sei dizer, apenas sentir. Que chocolates deliciosos!!!

skelligs chocolate, kerry


De novo, de novo e de novo: Ring of Kerry

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Kerry é uma região muito visitada no verão, principalmente quando se trata da rota intitulada "Ring of Kerry". É um circuito que pode ser feito de carro ou ônibus (e os corajosos vão de bike!) que engloba vááárias paradas em lugares e paisagens incríveis, além das várias cidadezinhas charmosas.

Eu e R. fizemos esse trajeto no fim do verão do ano passado e sabíamos que voltaríamos, já que o ring todo é muito, muito lindo. Quando minha mãe comprou passagens pra vir pra cá, começamos a planejar alguns passeios e tínhamos certeza que Kerry certamente não ficaria de fora - até comentei no meu post que fazer esse circuito é como visitar a Irlanda toda de uma única vez, por conta da variedade de paisagens e coisas legais pra se visitar.

Dessa vez, começamos o passeio em Killarney, onde passamos a noite. Ficamos num hotel super legal pertinho do centro e saímos pra jantar fora. A cidade estava super cheia, com muitos turistas pelas ruas (principalmente americanos e alemães, para a nossa surpresa).


A nossa língua

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Como eu sou da área de TESOL (Teaching English to Speakers of Other Languages) e me interesso muito por Linguística (inclusive ainda penso em fazer uma graduação ou alguma outra coisa mais específica nesse campo), tô sempre lendo muita coisa a respeito.

Na verdade, o meu interesse explodiu mesmo durante o curso de mestrado da UCD, já que tínhamos listas enoooormes de leitura pra fazer, e acredite, eu fazia quase tudo com muito gosto, porque é um assunto que me interessa, que me encanta.

Pois bem. Numa dessas leituras há um tempão atrás eu vi uma passagem que comentava sobre como era difícil pra casais multiculturais mudarem a língua de comunicação entre si após uma língua já ter sido estabelecida. No caso, se um casal se conheceu "em inglês", dificilmente eles mudariam essa língua pra outra, sabe?


Inclusive um dos artigos que fala sobre esse assunto é o "Language choice in bilingual, cross-cultural interpersonal communication" escrito por Ingrid Piller. Entre outras coisas, ela comenta que o fato dos casais terem dificuldade de mudar a língua de primeiro contato pode ser explicado pela relação entre língua e identidade. Em um estudo realizado por Koven em 1998, foi levantada a questão de que bilíngues se comportam diferentemente em suas línguas, o que significa que suas performances mudam pois contratam experiências e posições diferentes nas duas comunidades linguísticas:

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